DIA D

Campineiros reservam o sábado para arrecadar doações para o RS

Ponto de coleta de alimentos, água, roupas e outros itens montado no Paço Municipal permaneceu movimentado durante toda a manhã e início da tarde

Luis Eduardo de Sousa/luis.reis@rac.com.br
12/05/2024 às 16:16.
Atualizado em 12/05/2024 às 16:16

Além do sentimento de solidariedade, a disposição e o bom humor marcaram o trabalho dos voluntários de Campinas no Dia D emprol do povo do Rio Grande do Sul (Divulgação)

No cruzamento entre a Rua General Osório e a Avenida Anchieta, no Centro, uma fila de carros que se estendia a perder de vista se destacava no cenário urbano de um sábado bucólico. Alguns metros à frente, gritos, aplausos, correria e solidariedade justificavam o trânsito incomum para o dia. Centenas de pessoas reunidas em um mutirão para enviar mantimentos, roupas, água e todo tipo de doação a municípios do Rio Grande do Sul, Estado atingido por uma das maiores catástrofes climáticas da história do país.

Agentes de trânsito sinalizaram uma faixa da Anchieta e o estacionamento à direita da Rua Barreto Leme, ao lado do Paço Municipal, para que a população pudesse doar em esquema de drive-thru: os carros paravam e rapidamente os voluntários retiravam as doações dos porta-malas, liberando os motoristas para que prosseguissem e dando espaço para que mais veículos chegassem. A fila não parava.

Entre as doações, cobertores, roupas, fraldas, ração para cachorro, alimentos, itens de higiene, colchões, brinquedos, cestas básicas e boas intenções, expressas em palavras de gratidão entre voluntários e doadores. Até 11h, mais de 15 toneladas de mantimentos haviam sido doadas, volume que exigiu três carretas para realizar o transporte.
O aposentado Joaquim Tadashi, de 80 anos, foi sozinho até o local deixar tudo o que podia doar. "Vendo o sofrimento do pessoal, pensamos que se pudéssemos fazer muito mais, faríamos. Está impossível lá, muito difícil para o pessoal", comentou às pressas, para dar espaço ao próximo veículo que pedia passagem na fila da solidariedade.

"É muito importante para todas as vítimas essa ajuda, o pessoal está precisando bastante e temos que fazer o possível e o impossível para ajudá-los. É um lugar que gosto muito, admiro muito e farei de tudo para ajudar", disse o fisioterapeuta Pedro Mobiglia, de 39 anos.

Segundo a Prefeitura, até as 14h a fila de automóveis não tinha uma pausa. A secretária de Desenvolvimento e Assistência, Vandecleya Moro, explicou que as doações vão abastecer os municípios de Guaíba, Novo Hamburgo, além de municípios na Região Metropolitana de Porto Alegre e a própria capital.

"A gente fez contato com os fundos sociais desses municípios e com a Defesa Civil, que vai fazer o trabalho de distribuição dessas doações. A estimativa é que ultrapasse as 20 toneladas de mantimentos, que serão transportadas por caminhões disponibilizados por empresas que cederam os motoristas, os ajudantes e os próprios veículos para realizar esse transporte", explicou a Secretária.

Na última semana, a Administração campineira já havia enviado um caminhão carregado de doações para o Rio Grande do Sul, mas a ação realizada neste sábado superou o volume arrecadado durante toda a semana. "A ideia de fazer esse "Dia D" é possibilitar, justamente, que as pessoas possam fazer suas doações no fim de semana, fora dos dias de trabalho e de seus compromissos", complementou Vandecleya. Ao término da ação, as três carretas partiram com 24 toneladas cada, somando 72 toneladas de doações.

TRABALHO

Não menos importante que os próprios doadores, um grupo de voluntários empenhados e focados na correria ajudava na operação logística. Enquanto uns descarregavam os carros, outras separavam as doações, que eram transportadas através de um cordão para as carretas. A cada carro descarregado, aplausos e gritos tomavam o ar. Além dos voluntários, o trabalho contou com ajuda de servidores municipais.

A advogada Mariane Pacini, de 48 anos, acordou cedo para ajudar. Para ela, empatia deve ser o "sentimento norte" neste momento. "É importante se colocar no lugar dos outros, fazer aquilo que gostaríamos que fizessem por nós. O Sul é um lugar maravilhoso, as pessoas são acolhedoras, as paisagens lindas, é o Brasil. Como não poderia deixar de ser, o brasileiro é um povo que se coloca no lugar. As pessoas costumam falar que alguns lugares do Brasil são bairristas, mas essa é uma prova de que isso não existe frente a uma necessidade", declarou.A advogada Mariane Pacini, de 48 anos, acordou cedo para ajudar. Para ela, empatia deve ser o "sentimento norte" neste momento. "É importante se colocar no lugar dos outros, fazer aquilo que gostaríamos que fizessem por nós. O Sul é um lugar maravilhoso, as pessoas são acolhedoras, as paisagens lindas, é o Brasil. Como não poderia deixar de ser, o brasileiro é um povo que se coloca no lugar. As pessoas costumam falar que alguns lugares do Brasil são bairristas, mas essa é uma prova de que isso não existe frente a uma necessidade", declarou.

"A gente vê o quanto a população de Campinas é solidária. Frente a toda a tragédia, é um gesto importante e que de certa forma dá forças para continuar", acrescentou a secretária Vandecleya.

Campinas conta com diversos pontos de coleta de doações. Algumas delas são as agências do Correio, que estão destinando gratuitamente os itens doados para o Sul. Além disso, é possível doar qualquer valor em dinheiro através do pix oficial do governo estadual do Rio Grande do Sul, através d a c h a v e ( C N P J ) 92.958.800/0001-38, vinculada ao banco Banrisul.

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