Baixo custo do curso foi um dos motivos que levou Marcos Freitas a embarcar para Kursk
Marcos se prepara para embarcar: preconceito no Brasil contra médicos que estudaram no exterior (Elcio Alves/AAN )
Em meio à polêmica vinda de médicos estrangeiros para atuar no Brasil, o campineiro Marcos Vinícius de Freitas se aventura em uma longa jornada para estudar medicina na Rússia. O rapaz, que embarcou na quarta-feira (18) para o distante país, diz que o preconceito dos brasileiros contra os médicos estrangeiros que vieram atuar aqui no programa Mais Médicos não o assusta. “Eu percebi que há muito preconceito contra os médicos formados no exterior, mas isso não é um problema para mim. Quando eu voltar ao Brasil, pretendo fazer o teste de revalidação do diploma, mas ainda não decidi se quero atuar aqui”, contou o estudante.Marcos é um dos 12 estudantes que embarcaram para Kursk, cidade que fica a 500 km de Moscou. Antes de iniciar o curso de graduação, no início de 2014, os estudantes farão a Faculdade Preparatória de Medicina em Kursk e terão aulas de Ciências Biológicas em inglês para adaptarem-se à metodologia russa e praticarem o idioma oficial das aulas. Quem quiser fazer as aulas em russo, fará um curso preparatório no idioma.O campineiro conta que além dos seis anos de curso de medicina, pretende ainda fazer uma especialização antes de voltar ao Brasil. Ele escolheu a Rússia porque conheceu pessoas que participaram do programa. "Eu sempre sonhei em fazer intercâmbio, mas não queria sair do Brasil apenas para aprender outra língua. Além disso, os custos do curso são muito inferiores aos praticados nas universidades e faculdades brasileiras”, disse.De acordo com a Aliança Russa, representante oficial das principais universidades russas no Brasil desde 2005, os candidatos passaram por um rigoroso processo de seleção que incluiu, além da avaliação do currículo, entrevistas com os pais e o estudante. A Aliança Russa faz todo o processo de orientação da faculdade, na obtenção da documentação necessária para permanência legal no país, inscrição na universidade e assessoria durante a viagem até a chegada do estudante ao destino. A anuidade, que fica em aproximadamente R$ 10 mil, inclui a mensalidade do curso e a hospedagem, que é feita no campus. “O custo é um dos maiores atrativos do curso e ainda posso ter a chance de atuar fora do Brasil”, afirmou. RevalidaçãoAo voltar para o Brasil, o estudante submete o diploma adquirido ao processo de reconhecimento em uma universidade brasileira, um procedimento padrão para quem faz graduação em centros de ensino estrangeiros. Desde 2010, o chamado Diploma Único de Estudos Superiores da Europa, do qual a Rússia faz parte, passou a valer conforme o Tratado de Bolonha. Veja também Mário Gatti: médicos ameaçam greve para próxima semana Profissionais podem parar na próxima 2ª se prêmio no salário não for estendido Governo deve ir à Justiça por registro de médicos A estratégia de uma batalha jurídica teria como objetivo só postergar o início do programa Adiamento na chegada de médicos frustra Indaiatuba A prefeitura teve de cancelar às pressas a solenidade de apresentação dos médicos Médicos importados