IMPACTOS DA GREVE

Campineiro sofre para encher tanque

Maioria dos postos estavam com as bombas secas na tarde de ontem

Renato Piovesan
25/05/2018 às 07:41.
Atualizado em 28/04/2022 às 09:59
Placas improvisadas foram utilizadas em diversos estabelecimentos; Recap estima que, mesmo se greve acabar hoje, situação continue comprometida até pelo menos a próxima quarta (Leandro Ferreira/AAN)

Placas improvisadas foram utilizadas em diversos estabelecimentos; Recap estima que, mesmo se greve acabar hoje, situação continue comprometida até pelo menos a próxima quarta (Leandro Ferreira/AAN)

"Campinas está desabastecida." Foram com essas palavras que Emílio Roberto Chieriguini Martins, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap) e secretário-geral da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) resumiu a situação da oferta de combustíveis na cidade e na região na noite de ontem. Por volta das 18 horas, no último balanço divulgado pela Recap, apenas 5 dos 173 postos do município ainda tinham combustível. No Jardim do Trevo, por exemplo, um estabelecimento registrou fila de carros de 2 quilômetros no período da noite. A reportagem constatou que os últimos “sobreviventes” cobraram preços abusivos, de R$ 2,99 no litro do etanol e de R$ 4,99 da gasolina. Martins criticou a política de alta nos valores. “Repudiamos completamente essas iniciativas de alguns revendedores que resolveram aumentar os preços de forma oportunista e antiética. Eles não representam nosso setor.” Segundo ele, que trabalha há 40 anos no ramo, é a primeira vez que ocorre uma situação caótica como essa. “Nunca tinha visto uma coisadessas antes. A situação é crítica, em Campinas, na região e no Brasil. Não tem mais combustível. E não temos esperança de quando esse problema vai acabar, pois esperávamos um acordo dos caminhoneiros com o governo hoje (ontem), o que não ocorreu”, apontou Martins, que acredita que serão necessários vários dias até que as cidades de modo geral voltem à normalidade. “Se a greve acabar nesta sexta (hoje), acredito que só lá para quarta-feira da semana que vem poderá haver uma normalização do abastecimento”, avaliou Martins. A Recap não divulgou um balanço dos 1.490 postos da região, mas o cenário de ontem à noite na maioria das cidades era de filas quilométricas de carros e muitos estabelecimentos sem combustíveis, principalmente àqueles localizadas nas regiões mais centrais da cidade. Aplicativo A falta de gasolina já provoca mudanças também nos aplicativos para transporte. Leitores apontaram que as corridas do Uber aplicavam a chamada “tarifa dinâmica”, que ocorre quando a demanda está muito alta. Algumas das viagens chegam a custar o dobro do preço comum. Por volta das 18 horas de ontem, motoristas de aplicativos fizeram uma manifestação contra o aumento dos combustíveis nas avenidas Norte-Sul, Orosimbo Maia e Francisco Glicério, provocando algusn pontos de congestionamentos na região. A reportagem também entrevistou alguns taxistas ontem à noite, que negaram adotar bandeira 2 nesses dias de crise.

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