FUTURO

Campineiro espera emprego do novo governo

Pauta econômica é maior expectativa em relação ao governo interino de Michel Temer (PMDB), que tomou posse após o afastamento de Dilma (PT)

Camila Ferreira
14/05/2016 às 17:47.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:36
Michel Temer assumiu a Presidência na última quinta-feira, após saída de Dilma Rousseff, com uma série de desafios para os próximos dois anos (Cedoc/ RAC)

Michel Temer assumiu a Presidência na última quinta-feira, após saída de Dilma Rousseff, com uma série de desafios para os próximos dois anos (Cedoc/ RAC)

A pauta econômica é a maior expectativa dos campineiros em relação ao governo interino de Michel Temer (PMDB), que tomou posse na última quinta-feira, após a aprovação de afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado. Entre os principais pontos selecionados pela população campineira estão o crescimento econômico, com 33%, e a geração de empregos, com 31%. O terceiro tema levantado foi em relação ao investimento em saúde, com 21% das escolhas. A reforma política apareceu em 13% dos apontamentos e o combate à corrupção foi destacado por apenas 4% dos ouvidos. Os dados foram coletados pelo Correio por meio de uma enquete. Nossa equipe entrevistou 100 pessoas de maneira aleatória, no Centro da cidade. O levantamento não tem base científica e os entrevistados poderiam escolher entre sete pontos, sendo eles a geração de emprego, crescimento econômico, programas sociais, reforma política, combate à corrupção, pacificação política e investimento em saúde. Também foram coletadas informações como idade, sexo e escolaridade do público. Depois da preocupação econômica, o investimento em saúde foi o terceiro item mais citado pelos entrevistados, com 21% dos votos. Em seguida, veio a reforma política, assinalada, principalmente, pelas pessoas entre 21 e 30 anos. A preocupação com programas sociais e pacificação política não foram assinalados pelos entrevistados e o combate à corrupção foi lembrado por quatro pessoas — o lema foi utilizado pelos movimentos que pediam a saída de Dilma do poder. O principal ponto levantado pelos jovens, com idade entre 16 e 20 anos, foi a geração de empregos, com 38% dos votos. Crescimento econômico, reforma política e investimento em saúde empataram, com 18% das escolhas cada. Apenas uma pessoa deste grupo destacou combate à corrupção. Da população de idosos, de 61 a 80 anos, a maioria levantou como prioridades o crescimento econômico e a geração de emprego, que acumularam 63% dos votos. O investimento em saúde está em 21,4% das respostas deste público. A maioria dos entrevistados foram mulheres, com 63% das adesões, e as pessoas com 2° grau completo representaram 63% da amostra da pesquisa. As pessoas com ensino superior foram as que mais responderam, com 62%. A população com ensino superior é 29% do universo do levantamento e 11% tem o 1° grau completo. Esperança As opiniões em relação ao novo governo ficaram divididas, mas a esperança pela mudança foi o ponto em comum destacado por alguns campineiros. O segurança Stenner Campos, de 34 anos, acha que vai levar tempo para a economia reagir e se preocupa porque alguns dos ministros de Temer foram citados na Lava Jato. “Não acho certo o Temer governar, tinha que chamar novas eleições. Além disso, vai levar tempo para a economia voltar a caminhar”, disse. Para a agente de saúde Nilvanda Sena, de 47 anos, o novo governo precisa ser honesto e continuar com os propósitos do Partido dos Trabalhadores. “A queda da Dilma foi uma lição para nós passarmos a observar melhor o vice de cada governante. O povo votou na Dilma, não no Temer”, reforçou. O eletricista Claudenor Vasconcelos, de 25 anos, afirma que é difícil escolher uma prioridade, pois é preciso melhorar a saúde, educação e também o emprego. “Não encontramos mais vagas, está muito devagar”, pontuou. A geração de postos de trabalho também é a súplica do vidraceiro João Gomes, de 71 anos. “Eu acho que as coisas vão continuar na mesma. Todos os ministros do Temer estão citados na Lava Jato. Este novo governo tem que liberar verba para a construção civil, para voltar a gerar emprego para o povo.” O autônomo Wilian Zanon, de 34 anos, acredita que a situação foi um aprendizado para a população brasileira não ouvir as promessas apenas na época de eleições. “A culpa do que está acontecendo é da população, que colocou a Dilma, depois quis tirá-la. Espero que o novo governo faça uma gestão diferente e mais eficiente”, torce. Sônia Damiano, de 52 anos, espera que o novo comando tenha disciplina e que seja transparente em relação as investigações da Lava Jato. “Concordo com a saída da Dilma, a impressão que a gente tinha é que ela estava brincando de governar. O Temer precisa colocar ordem na casa, diminuir os super salários dos ministros e apoiar a investigação da Polícia Federal”, disse a autônoma. A aposentada Rute Pereira, de 77 anos, também reforçou que o primeiro passo do governo interino é não roubar. “Os que menos tem são os que mais sofrem com essa situação toda. Falta honestidade na política brasileira”, destacou. O vigilante Antônio Vilanova Ortega, de 52 anos, tem a mesma opinião em relação aos gastos que a nova gestão precisa conter. “Todos os candidatos sabem o que precisa ser feito, mas depois que entram no governo, se corrompem. A prioridade tem que ser baixar os juros. O governo não pode gastar mais do que arrecada. Além disso, é preciso diminuir o número de ministérios para baixar as despesas. A Dilma não fez bom governo, mas trocar pelo Temer não vai resolver. Impopularidade não é motivo para impeachment”, opinou.

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