Enzo Cerri enfrenta na cidade de Manila, em Filipinas, lutadores de artes marciais do mundo; modalidade utiliza bastões, espadas e facas (Leandro Torres/AAN)
A prática de artes marciais conquista adeptos no mundo inteiro ano após ano. Isso porque mais do que uma luta, ela representa uma forma de desenvolver habilidades não somente físicas, mas também emocionais, como a disciplina, a concentração e o autocontrole. Entre as mais famosas do grande público, estão o MMA, o box, o jiu-jitsu e o judô. No entanto, é no kali que o campineiro Enzo Cerri, de 34 anos, se prepara para desafiar os mais diversos lutadores de todo o mundo. No próximo mês, ele embarca para a cidade de Manila, em Filipinas, onde disputará o seu primeiro torneio internacional – uma convenção organizada pelo canal de televisão History Channel. Cerri conta que conheceu a luta nos anos 90, mas que a falta de professores na região o fez desistir da modalidade. “Foi em 2012 que eu comecei a praticar o kali, com o professor Rodrigo Ramos da Fonseca, em São Paulo. O tempo passou e ele veio para Campinas ministrar um seminário de combate com facas. Como tivemos um grupo grande presente, eu e ele decidimos montar uma turma regular, na Lagoa do Taquaral”, comentou o professor, que ano passado, adquiriu a autorização para ministrar as aulas de kali. Desenvolvida por antigos guerreiros filipinos, a modalidade se diferencia das demais por envolver o uso de armas, entre elas bastões, espadas e facas (todas de borracha). O treinamento tem como objetivo desenvolver técnicas corporais de defesa e ataque, responsáveis por estimular a coordenação, o sincronismo, a velocidade, a força, a agilidade e a capacidade de resposta rápida do corpo em situações reais de combate. De acordo com Cerri, o estilo da luta tem como ênfase não só a utilização de armas próprias, mas também o incentivo a prática do combate a mãos nuas e/ou com armas improvisadas, como chaves e canetas, por exemplo. “A ideia do Kali é ensinar um sistema completo, no qual basicamente, o aluno pode usar qualquer objeto do cotidiano para se colocar em uma situação de igualdade com o seu oponente”, explica. Quando iniciar a competição, Cerri planeja colocar em prática todas as suas técnicas aprendidas no Brasil, mas também trazer na bagagem experiências e aprendizados vivenciados durante o evento internacional. “Eu aprendi muito sobre a luta aqui no Brasil e lá vou poder competir com pessoas de todo o mundo e que lutam das mais variadas formas possíveis. Estou empolgando", disse. Em competições esportivas, o funcionamento do jogo é simples: a luta é divida em dois rounds (1m30 cada) dentro de um espaço de cerca de cinco metros quadrados de área delimitada. Ganha quem acertar mais vezes o corpo do adversário com a arma. Se houver empate, abre-se um terceiro round no estilo morte súbita, ou seja, quem acertar o adversário primeiro é o vencedor. União Além da arte marcial, Cerri comentou ainda que possui outro amor na sua vida. Uma delas é a sua namorada Carolina Velardi, de 38 anos. Os dois começaram o relacionamento durante as aulas de kali, em 2016. Juntos eles tiveram a filhota Catarina, de 1 ano. Carolina conta que conheceu seu namorado por meio de sua cunhada. “Eu conheci o Enzo pela irmã dele, quando estava interessada em fazer uma arte marcial. Ele comentou comigo que fazia Kali. Eu fiquei apaixonada pela luta e, no fim, começarmos a namorar depois de uns cinco meses de aula”, contou a empresária, que ainda admitiu que os dois estão trabalhando para lançar, em breve, uns vídeos de kali, com o intuito de ensinar técnicas de defesa pessoal para mulheres.