Lago Moraine, situado nas Montanhas Rochosas, na província de Alberta, Canadá, um dos paraísos naturais que atraem a admiração de visitantes de diversas partes do mundo (Divulgação)
A complicada situação financeira do Brasil faz com que muitas pessoas pensem em viver no Exterior. Entre as opções, o Canadá é visto cada vez mais como uma boa alternativa, por conta de sua cultura, condições de vida e segurança apresentada. Contudo, se mudar para lá não é tão simples quanto muitos imaginam. É preciso respeitar uma série de critérios, que acabam por desanimar parte dos interessados. Pensando nisso, a campineira Fernanda Isquierdo desenvolve desde 2011 no local, um trabalho que auxilia nas questões burocráticas para quem tem, principalmente, a intenção de estudar no Canadá. Dona da Student Pathways, ela teve a ideia de montar a empresa em 2011, quando foi para o país para um programa de inglês em Vancouver. A princípio, seriam apenas quatro semanas e depois retornaria para casa, onde daria sequência ao seu mestrado de engenharia química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mas os planos mudaram e a vivência no Exterior a deixou fascinada. Quando voltou ao Brasil, Fernanda passou a pesquisar formas de como estudar no Canadá e percebeu que, diferentemente dos dias atuais, não existia uma grande quantidade de informações, e ao mesmo tempo, muita coisa do que aparecia era equivocada. Segundo a consultora, o país ainda era visto como uma terra gelada com ursos polares. E foi nessa terra, até então sem grandes referências, que ela fez um programa de business, que auxiliaria na sua formação e daria a oportunidade de amadurecer a ideia. “Sempre gostei muito de assuntos relacionados à educação e adorava ajudar meus amigos com dicas e sugestões, até um blog eu tinha na época. Juntamente com o meu sócio e esposo, que conheci em Vancouver e já atuava como conselheiro estudantil, montamos a Student Pathways, com o propósito de orientar adequadamente e efetivamente estudantes com a intenção de estudar no Canadá”, contou Fernanda, que desde então passou a se aprimorar para oferecer um serviço de melhor qualidade. “Procurar uma consultoria especializada é importante, porque há muita informação nas redes sociais que pode ser imprecisa e é capaz de colocar os planos da mudança em risco”, explicou. “Comecei a me especializar fazendo cursos para ser consultora educacional, para que eu pudesse oferecer a ajuda e orientação que eu não tive quando vim para o Canadá pela primeira vez. A consultoria surgiu como algo que vai além de uma agência de intercâmbio, como uma coisa bem especializada para atender a demanda de profissionais altamente qualificados que procuram o Canadá como destino para uma futura imigração”, completou. Os campineiros que se interessarem pela consultoria podem acessar o site http://www.canadaparaestudar.com/quem-somos/ ou o facebook https://www.facebook.com/StudentPathways/. Onde morar O escritório da empresa fica localizado em Calgary, na província de Alberta. É lá que Fernanda busca ajudar brasileiros de todas as partes do Brasil e do mundo a fazer um planejamento sério e realista, sempre focando no perfil e objetivo do cliente. Para quem está no Brasil, o atendimento é feito via skype para as consultas educacionais. Os interessados em morar no Canadá podem encarar dois tipos de imigração. Um deles é o processo federal, que é por meio de um sistema de pontuação, em que vários quesitos contam pontos, como experiência de trabalho, nível de inglês, nível educacional e idade. Nesse método, os pontos são somados e a imigração faz sorteios periódicos, onde, se sorteado, você é convidado para imigrar. Há também o processo provincial. Neste caso, cada província tem suas regras e é necessário estudar uma por uma para saber os requisitos. Nem todos conseguem a pontuação exigida para imigrar e os motivos para isso são os mais diversos. Estão entre eles a falta de experiência de trabalho e idade avançada. Sem os pontos necessários, a opção mais buscada é se mudar por meio dos estudos. Desta maneira, o interessado escolhe uma instituição pública e faz um programa de estudos de ao menos oito meses, em tempo integral. Depois do período, quando se formar, é possível obter uma permissão de trabalho equivalente ao tempo em que estudou. Se estudar um ano, a permissão é de um ano, mas caso estude dois, aí a autorização é de três anos. A maioria dos clientes é composta por famílias com filhos, interessadas em deixar o Brasil. Fernanda explicou a procura. “Vamos supor que é o marido, a esposa e os filhos. A esposa vai estudar um programa de business, porque não pode ser um programa de inglês (idioma), tem que ser um de carreira. Durante o tempo que ela estudar, poderá trabalhar 20 horas por semana e 40 horas por semana nas férias. O marido que está acompanhando pode trabalhar 40 horas por semana, tempo integral, e as crianças terão direito a estudar nas escolas públicas do país”, disse. A tática é utilizada também para que os brasileiros possam adquirir experiência no Canadá e aumentar a pontuação. Além disso, as famílias optam por essa via para verificar se gostam e se adaptam ao país. “Estamos aqui há sete anos trabalhando com isso, tenho vários casos de pessoas que conseguiram vir, ou pela província, ou por processo federal, então vir por estudo é muito bom, porque conta mais pontos nesses processos e a família também se adapta ao lugar”, explicou a consultora. Campineiros Entre os mais de mil clientes atendidos pela Student Pathways está Breno Castro. O campineiro estuda animal science no Lethbridge College, que fica localizado na província de Alberta. Aos 30 anos, ele conta que ama a cidade natal, mas que ao começar a pensar em seu futuro no Brasil a longo prazo, não ficou animado com as perspectivas. “Percebi que valia a pena tentar construir minha vida em uma outra sociedade, onde o trabalho é valorizado e ter uma boa qualidade de vida não é estupidamente caro como no Brasil”, disse. No Canadá desde setembro de 2016, ele não tem planos de voltar para terras brasileiras. Sua ideia é ficar de vez no Exterior, onde se sente adaptado. “No geral não sinto falta nenhuma do Brasil. Sinto falta da minha família e dos poucos amigos que ficaram no País, mas não tenho saudade alguma da minha velha rotina brasileira”, explicou. Quem também decidiu deixar Campinas e embarcar para o Canadá foi Reinaldo Dourado, de 39 anos, que era gerente de projetos de supply chain (gestão de cadeia de suprimentos) no Brasil e atualmente mora em Calgary com a família. Por lá, ele estuda business no Bow Valley College por meio da empresa de Fernanda. “Estou aqui com a esposa e os dois filhos. O plano de se mudar era antigo, mas o fator decisivo foi a situação político-econômica do Brasil atrelado com suas condições sociais e de infraestrutura. Prestes a completar um ano e meio vivendo no Exterior, ele ainda está como imigrante, sendo que o projeto para se tornar residente permanente está na metade. “Tenho dois filhos em idade de Ensino Fundamental (6 e 8 anos) e eles estão completamente adaptados ao idioma e ao modelo público das escolas canadenses”, contou Dourado, que elogiou o trabalho da consultoria. “A empresa da Fernanda foi fantástica no meu processo aqui no Canadá. Somos gratos ao trabalho executado por ela.”