FLEXIBILIZAÇÃO

Campinas vive dia de Centro lotado

Último sábado de comércio aberto teve movimento intenso na 13 de Maio e Mercado Municipal

Daniela Nucci
daniela.nucci@rac.com.br
21/06/2020 às 14:54.
Atualizado em 28/03/2022 às 22:35

A principal rua do comércio tradicional do Centro de Campinas, a 13 de Maio, passará por mais uma reforma (Cedoc)

O último final de semana antes do novo fechamento do comércio, a partir desta segunda (22), lotou o Centro da cidade na manhã de sábado. O local mais movimentado foi a Rua 13 de Maio, porém outras regiões apresentaram aglomeração de pessoas, principalmente na região do Mercado Municipal e do camelódromo. As lojas mantiveram a abertura das portas por quatro horas - entre 9h e 13h - e a movimentação foi intensa de pessoas na região Central, desde 8 horas. Muitas pessoas usavam máscaras, porém algumas a utilizavam de forma errada, como pendurando no pescoço ou com o nariz aparecendo, e outras sequer portavam o item obrigatório. Acompanhada da filha Clarice, de 6 anos, a manicure Maria das Graças Santos, de 37 anos, disse que teve a necessidade de ir ao Centro para comprar um presente para a filha recém-nascida de uma amiga. "Vim comprar um presente para a filhinha que acabou de nascer de uma amiga. Sei que é arriscado, mas estamos protegidas com máscaras e será rápido", comentou Maria. Preocupada com os juros do cartão de uma loja de roupas, a aposentada Joana Oliveira Martins, de 67 anos, foi ao Centro para acertar as contas. "Vim na loja para pagar a fatura, os juros vão crescendo e depois vira uma bola de neve", disse a aposentada. Apesar do grande movimento, o gerente da loja de departamentos Caedu, Edson Santana, localizada na Rua Costa Aguiar, disse que as vendas estão fracas. "As pessoas vem mais para passear e compram pouco. Muitas vêm para o pagamento da fatura porque não sabem que todas as lojas têm aplicativos e sites para conseguirem fazer o pagamento da fatura sem precisar sair de casa", disse Edson, vendo a fila se formando na frente da loja. Devido ao trabalho, Marcos da Costa Neto, de 38 anos, foi ao Centro ontem para cumprir sua missão diária. "Não tenho como escapar porque trabalho aqui. Preciso ganhar dinheiro. Se pudesse ficava em casa. O Centro está lotado. Acho um absurdo o pessoal vir com crianças ainda para as ruas e ficar passeando com o número de casos do coronavírus aumentando. É uma pena", disse Marcos. Ao contrário da cena vista nas ruas do Centro de Campinas, lotadas de clientes, os shoppings da cidade tiveram movimento mais tranquilo. Com o plano de flexibilização, as lojas abriram no período das 16h às 20h. Assim como o Centro, as lojas também só podem funcionar com 20% da capacidade. Ainda não poderão funcionar praças de alimentação, cinemas, teatros, academias, salões de beleza e serviços de valet. Os sistemas de delivery e drive thru permanecerão funcionando em seu horário habitual. O fechamento do comércio de rua e shoppings a partir de amanhã foi decretado para tentar aumentar o isolamento social e frear a disseminação do novo coronavírus na cidade, que já infectou 5.401 pessoas e matou 209, segundo dados atualizados ontem (20). O prefeito Jonas Donizette (PSB) atende a recomendação do Estado, feita em nota técnica pelo Comitê de Contingenciamento da Covid-19 e também da área de Saúde municipal. Jonas também vai ampliar, para a rede privada, proibição de realização de cirurgias eletivas.  Acic divulga balanço da fase laranja Levantamento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), da segunda semana da fase laranja, mostra que o comércio de Campinas registrou movimentação de consumidores 10% acima dos 65 mil compradores da primeira semana, chegando a 71,5 mil pessoas por dia. Conforme dados do órgão, em condições normais, o comércio movimenta cerca de R$ 37 milhões por dia e aproximadamente R$ 220 milhões por semana. Segundo Laerte Martins, economista e diretor da Acic, na fase laranja, com a abertura do comércio por 4 horas por dia, o comércio central mais shopping centers, deveriam faturar R$ 110 milhões por semana. “No entanto, os números mostram que na primeira semana de horário reduzido, o comércio movimentou R$ 80 milhões e na segunda semana R$ 85 milhões”, informa Martins. “Houve perda média de 25% em relação aos R$ 110 milhões projetados”, analisa o economista da entidade. 

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