MENOS MULTAS

Campinas tira 60 pontos de radares das ruas

Número representa redução de 20% na fiscalização do trânsito; locais não foram divulgados

Maria Teresa Costa
10/04/2013 às 05:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:04
Funcionário desliga aparelho de monitoramento de velocidade em Campinas (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Funcionário desliga aparelho de monitoramento de velocidade em Campinas (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)

Campinas amanhece nesta quarta-feira (10) com 60 pontos de monitoramento por radar a menos nas ruas. As estruturas que abrigam os radares, inclusive os postes, foram retiradas nesta terça (9), mas os motoristas não serão informados sobre os locais, como o governo já havia indicado que faria, no início do ano.

A redução em 20% dos equipamentos, anunciada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) antes da posse, integrou seu plano para os primeiros cem dias de governo que se encerram hoje. São cem radares instalados em sistema de rodízio em 300 pontos. O número de equipamentos permanece, mas o rodízio passará a ser feito em 240 trechos de vias.

Jonas considera que o número existente até agora é excessivo e que os radares, que deveriam ser utilizados para educação no trânsito, transformaram-se em fonte de arrecadação. Para definir os locais que ficarão sem monitoramento, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) analisou o índice de severidade, uma pontuação que é dada a cada acidente indicando a situação das vítimas. Quanto mais pontos determinado lugar tiver, mais a necessidade de controlar a velocidade no trânsito, no caso, com radar.

“As estruturas foram retiradas de locais onde o índice de severidade é muito baixo. Mas a partir de agora faremos o acompanhamento da situação para ver se será necessário fazer alterações. O monitoramento é coisa séria e não dá para abrirmos mão dos radares”, disse o secretário de Transportes, Sérgio Benassi. O número de acidentes, afirmou, ainda é muito alto. Segundo ele, 70% das multas são aplicadas com base nos equipamentos, o que mostra, disse, que o motorista dirige em alta velocidade.

“No ano passado, quando o contrato venceu e a licitação foi suspensa, ficamos quatro meses sem multar, mas as estruturas continuaram funcionando. Houve aumento da velocidade em todas as faixas de quilometragem nas ruas. O crescimento foi de 420% acima de 60 quilômetros”, afirmou. Para o secretário, o principal promotor para a redução dos radares é o motorista. “Se ele não mudar o comportamento, teremos que aumentar os equipamentos, lamentavelmente.”

As multas por radares são importantes fonte de receita da Emdec, mas Benassi não prevê que haverá queda na arrecadação por conta da redução dos pontos de monitoramento. “A queda está nas mãos dos motoristas. Se eles seguirem o que determina a lei de trânsito, não irão cometer infrações e, portanto, não serão multados”, afirmou.

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