De forma escalonada, escolas estaduais e particulares no dia 19; as municipais em 26 de abril
Estudante da rede municipal participa de aula presencial em Campinas: as unidades de ensino só poderão receber até 30% dos alunos, com uso de máscaras de proteção facial e álcool em gel (Ricardo Lima/ Correio Popular)
A Prefeitura de Campinas anunciou que a cidade retorna na próxima segunda-feira, dia 12, à fase vermelha da quarentena, e que permanecerá em vigor até 18 de abril, conforme determinação do Governo do Estado. Informou também o retorno das aulas presenciais na cidade a partir do dia 19 de abril. O calendário, porém, será escalonado, ficando autorizado as redes privadas e estadual a retornarem, em Campinas, nesta data. A rede municipal volta a funcionar com a presença de alunos a partir do dia 26.
O anúncio foi feito pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) em entrevista coletiva transmitida pelas redes sociais. Participaram os secretários municipais da Educação, Segurança, Saúde, o presidente da Rede Mário Gatti e a diretora do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa).
Sobre o retorno às aulas presenciais, a Prefeitura informou que as unidades de ensino só poderão receber até 30% dos alunos. As entidades que representam os professores tanto da rede pública quanto privada seguem sendo contrários ao retorno. De acordo com dirigentes, o retorno das aulas presenciais só pode ocorrer quando a pandemia estiver controlada. As entidades responsabilizarão a administração pública caso ocorra problemas de contaminação em ambiente escolar, seja de professores, funcionários ou alunos.
Flexibilização
A progressão da fase emergencial para a fase vermelha em Campinas flexibiliza algumas medidas restritivas que estavam em vigor. Apesar da Prefeitura manter o toque de recolher das 20h às 5h, as regras em supermercados e padarias, bem como a suspensão dos cultos e missas, fica permitido, a partir de segunda-feira, o atendimento e a entrega de produtos na porta do estabelecimento para todo e qualquer comércio da cidade. A medida estava permitida apenas para o setor de alimentação.
Ficam liberadas ainda a abertura das concessionárias de veículos e de oficinas mecânicas, o comércio de assistência técnica, além do funcionamento de restaurantes em hotéis, exclusivamente para hóspedes.
De acordo com o secretário municipal de Justiça, Peter Panutto, as barreiras sanitárias, as fiscalizações e as restrições para áreas comuns de condomínios permanecem. "Fica mantido inclusive a possibilidade da aplicação de multas e até a lacração dos estabelecimentos ou situações de aglomeração que estiverem em desacordo com a fase vermelha do Plano São Paulo, seja em ambientes comerciais ou residenciais", explica.
Cenário
A flexibilização das medidas restritivas mais rígidas após mais de 20 dias ocorre após a cidade registrar uma queda na taxa de transmissão da doença da ordem de 60%. A pressão por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), também apresentou melhoras, no entanto, segue ainda em patamares elevados, acima dos 95%.
Ontem, a cidade possuía 29 leitos de UTI para pacientes com coronavírus livres nas redes públicas e privadas. Ao todo, 47 pessoas ainda aguardavam na fila de espera por um leito, sendo 26 em estado grave. O número de infectados registrados totalizou 557 nas últimas 24 horas. No período foram registradas outras 20 mortes. Desde o início da pandemia foram infectados 84.695 e morreram 2.618 pessoas.
O Secretário Municipal de Saúde Lair Zambon, no entanto, avalia como positivo os números obtidos pelas medidas restritivas em vigor. "Com todas as medidas nós realmente estamos colhendo o fruto. Está tudo indicando para nas próximas semanas termos sobras de leitos de UTI adulto. Espero que todo mundo continue cooperando com o uso de máscara e distanciamento social. Se nos próximos três meses conseguirmos vacinar 30% da população, se chegar essa terceira onda no Brasil, ela será muito mais amena", disse.
Escolas
Com a permissão de retorno às aulas presenciais as escolas estaduais e privadas são as primeiras que irão receber os alunos. Elas abrem as portas no dia 19 de abril, em Campinas. O Estado liberou a partir da próxima quarta-feira (14/04). A capacidade imposta aos alunos é de 35%, além de outras regras como distanciamento social, uso de álcool em gel e máscara.
No dia 26 de abril, será a vez das escolas municipais. Neste dia, voltam os alunos do ensino fundamental, educação especial, EJA (Educação de Jovens e Adultos) e Ceprocamp. Ainda conforme a flexibilização da quarentena, a Prefeitura informa que a educação infantil volta com as aulas no dia 3 de maio. Estão incluídas neste retorno às crianças matriculadas nos grupamentos 1 (com idade de três meses a 1,5 ano), 2 (de 1,5 ano a 3 anos) e 3 (pré-escola, acima de 4 anos).
De acordo com o Secretário Municipal de Educação, Tadeu Jorge, todos os requisitos de segurança sanitária serão tomados no retorno às aulas presenciais. "Em função da existência de fase vermelha e, considerando o decreto de essencialidade da educação, teremos até 35% de presença de alunos em sala. Esse percentual será tanto na fase vermelha como na fase laranja, aumentando apenas para 50% quando for possível chegar na fase amarela, disse o secretário.
Vacinas
A diretora do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa), Andrea Von Zuben, anunciou ontem a chegada de doses de vacina para imunizar os profissionais de educação nível médio e fundamental, educação básica. "O agendamento já está aberto no site da prefeitura. Até sexta-feira da semana que vem estão todos vacinados, com as 7.770 doses de vacina para a covid-19 que chegaram", projeta.
A diretora anunciou também o início da primeira etapa da vacinação contra a gripe Influenza, para gestantes, puérperas e crianças menores de seis anos a partir do dia 12. A vacinação contra a gripe ocorre nos 67 Centros de Saúde espalhados pelos bairros.