Campinas tem primeira transmissão comunitária

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou ontem o quarto caso de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19) na cidade. A paciente é uma mulher de 66 anos, que apresentou os primeiros sintomas da doença no dia 13 de março. Trata-se da primeira ocorrência na cidade de transmissão comunitária do vírus — quando não foi possível detectar a origem da contaminação. Segundo a Pasta, a paciente está em isolamento domiciliar e passa bem. Seus contactantes estão sendo monitorados. Além de Campinas, outras quatro cidades da região têm registros confirmados da doença: Paulínia (1), Hortolândia (1), Valinhos (2) e Jaguariúna (1), totalizando nove casos positivos. Para Andrea Von Zuben, diretoria do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, a situação na cidade muda, e muito, com a confirmação do primeiro caso de transmissão comunitária. “A população precisa mais do que nunca entender que agora o vírus pode estar agora em qualquer lugar, até mesmo na casa do vizinho”, explica. “Quem apresentar quaisquer sintomas respiratórios, como coriza, tosse e nariz escorrendo, não deve sair de casa em hipótese alguma. A mesma orientação também vale para idosos com mais de 60 anos”, ressalta. Segundo a especialista, a tendência é de que a paciente com transmissão comunitária tenha contraído o vírus de um outro morador do município, já que ela não apresenta histórico de viagens. “Uma hipótese menos provável é de ela que possa ter contraído o vírus de uma pessoa de fora de Campinas, mas a paciente não lembra se manteve contato com alguém de fora”, destaca a diretora do Devisa, que orienta a população a manter as medidas básicas de segurança e higiene como: lavar as mãos, usar álcool em gel e evitar aglomerações. Reforço A Secretaria de Saúde de Campinas informou que vai monitorar o número de atendimentos por síndrome gripal nos 66 Centros de Saúde (CS) do município. A Pasta destacou ainda que intensificará o monitoramento de pacientes com síndromes respiratórias agudas graves nos serviços de urgência e emergência dos 18 hospitais públicos e privados da cidade e também a taxa de ocupação dos leitos de cada um dos serviços por doença respiratória. O objetivo é avaliar a proporção de casos graves, a taxa de ocupação e a disponibilidade de leitos para internação, em enfermarias e nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para, se necessário, adotar medidas, como a abertura de novos leitos. Hotsite A Prefeitura de Campinas lançou no começo desta semana um hotsite com as informações sobre a situação atual da Covid-19 na cidade. Na ferramenta, os interessados encontram todas as medidas tomadas (e que continuam sendo adotadas) pelo Poder Público para conter o avanço da enfermidade. Por lá, é possível também tirar dúvidas e ter acesso à atualização dos dados da doença. O endereço eletrônico da plataforma é o: covid-19.campinas.sp.gov.br. Hortolândia registra a 1ª contaminação A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirmou no final da tarde de ontem o primeiro caso positivo do novo coronavírus (Covid-19) em Hortolândia. No  entanto, até o fechamento desta edição, a Prefeitura do município não forneceu detalhes sobre os pacientes contaminados. No site oficial do município, o boletim sobre o coronavírus apontava para 35 casos em investigação, aguardando resultado dos exames. Com a confirmação de novas ocorrências em Campinas e Hortolândia, sobe para nove o número de registros confirmados de Covid-19 na Região Metropolitana de Campinas (RMC). No Estado, o total de casos positivos chegou a 396, sendo nove mortes (todas na capital) e mais 9.023 suspeitas. Na noite desta quinta-feira, Paulínia confirmou o primeiro caso positivo da doença, em um homem, de 36 anos, que mora no município e trabalha em Campinas. A cidade também anunciou uma série de medidas restritivas para conter a aglomeração de pessoas e evitar o alastramento da doença. Além de decretar situação de emergência por 180 dias, a Administração também suspendeu o funcionamento do shopping local, de eventos, feiras e espaços de entretenimento. A Guarda Municipal foi autorização a tomar medidas de dispersão de pessoas em caso de aglomerações. Também na última quinta-feira, Valinhos confirmou os dois primeiros casos positivos, em uma mulher e um homum, ambos de 38 anos. Eles tiveram contato com pacientes que testaram positivo para a enfermidade, em São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde, os dois estão em isolamento domiciliar e passam bem. Já a Secretaria de Saúde de Jaguariúna confirmou o primeiro caso do novo coronavírus na cidade em um morador, de 32 anos, que esteve em uma reunião na capital a trabalho. Ele teve contato rápido com uma pessoa que tinha a doença e uma exposição mais prolongada com um caso que ainda aguarda confirmação. Em Campinas, há quatro confirmações da doença e 192 casos suspeitos da doença. O primeiro caso positivo foi divulgado no dia 13 março em uma estudante de medicina, que contraiu a doença em uma festa de casamento na Bahia.  Golpistas usam situação para tirar vantagens Oportunistas estão se aproveitando da epidemia da Covid-19 para aplicar golpes. Enviam mensagens nas redes sociais se passando por representantes de um órgão público, cuja sigla é Cievs, e oferecem teste em casa para casos suspeitos do coronavírus. Fornecem números e horários de atendimento para que os interessados entrem em contato, porém, a intenção é roubar. Os golpistas usam o nome do Hospital Albert Einsten. Há ainda quem se aproveite da situação para espalhar fake news envolvendo pessoas idosas. Em um dos falsos boatos, usam o nome da Previdência Social para dizer que quem tiver mais de 60 anos e sair às ruas terá sua aposentadoria suspensa por tempo indeterminado e que o filho maior de 18 anos, será penalizado com multa acima de R$ 1 mil. Em Campinas, apesar de a Polícia Civil não ter registrado casos de golpe, o delegado Hamilton Caviolla, do 1º Distrito Policial (DP), admite que infelizmente há aproveitadores e que toda a atenção é válida para impedir um assalto. “Sua casa é a sua casa e você só coloca para dentro dela pessoas conhecidas ou pessoas que precisam em situações excepcionais. Antes de abrir a porta, pegue identificação da pessoa, se ficar em dúvida, ligue para o órgão que ela se diz fazer parte e confirme a ação dela. É melhor perder 5 ou 10 minutos para não ser surpreendido com um roubo”, orientou o delegado. A Prefeitura de Campinas informou que os funcionários não vão até a casa de moradores fazer coleta de sangue. Porém, frisou que existe um Serviço de Assistência Domiciliar (SAD) para pacientes acamados cadastrados no programa. Neste caso, a família já conhece a equipe que vai até a casa do doente para fazer o procedimento e os profissionais estão devidamente identificados. O INSS informou que não há nenhum tipo de determinação em relação à suspensão de aposentadoria. (Alenita Ramirez/Da Agência Anhanguera)