ENERGIA

Campinas tem planos para fiação elétrica subterrânea

Governo negocia rede no subsolo para novas instalações e estuda projeto de lei

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
19/07/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:18

O prefeito Jonas Donizette (PSB) inicia negociação com a CPFL Energia, na segunda-feira (22), para que as ampliações da rede de energia elétrica em Campinas sejam subterrâneas.

Jonas não descartou a possibilidade de enviar um projeto de lei à Câmara determinando que os novos programas de energia sejam obrigados a ter a fiação no subsolo. A intenção é promover o enterramento em toda a cidade — para isso, estuda proposta de uma empresa (o nome não foi divulgado) que está disposta a implantar a rede subterrânea em troca da exploração do serviço.

A CPFL Energia não comentou o assunto. Em nota, informou que desenvolve uma série de pesquisas e projetos voltados à busca constante por inovações e soluções sustentáveis no setor elétrico e junto às comunidades com as quais se relaciona.

Nesse contexto, no momento, a empresa estuda formas de parceria com a Prefeitura de Campinas, no sentido de implementar, na cidade, projetos nas frentes de inovação, sustentabilidade e eficiência energética.

Na nota confirmou o encontro com representantes da Administração e informou que “pretende dar continuidade ao diálogo que sempre manteve com o poder público municipal acerca dessas iniciativas.”

Jonas disse ontem, no lançamento do projeto de geração de energia fotovoltaica na Prefeitura, que, nesse semestre, quer dar atenção à aparência urbana de Campinas para, em 2014, iniciar mudanças no mobiliário urbano. “Vamos começar com a implantação de rede subterrânea. O ideal seria fazer a troca em toda a cidade, mas isso tem um custo alto e precisa ser bastante discutido com a sociedade”, afirmou.

Para o urbanista João Cláudio Guedes, o primeiro ganho que a cidade terá se conseguir acabar com a fiação aérea é a redução da poluição visual nas ruas. Junto com isso virá, afirmou, a valorização dos imóveis, a melhoria na paisagem urbana e a possibilidade de uma arborização plena em todas as ruas, com a manutenção integral da copa das árvores.

As vantagens da rede subterrânea, afirmou, são a confiabilidade do sistema e o impacto visual que a eliminação dos fios causa na paisagem urbana. A rede elétrica subterrânea, segundo ele, está a salvo de interferências climáticas, como chuva e ventos, os grandes causadores de desligamentos na rede.

De acordo com o urbanista, o quilômetro da fiação subterrânea é quatro vezes mais caro do que a aérea, mas esse custo tem que ser dividido com as concessionárias de iluminação pública, telefonia, internet. “É questão de vontade política, de buscar parceiros para um projeto desse âmbito e melhorar a paisagem da cidade”, disse. Enterrar a fiação em toda a cidade será tarefa de longo prazo, e segundo ele um bom começo é exigir o enterramento das redes que forem ampliadas a partir de agora.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Samuel Rossilho, disse que atualmente a CPFL é proprietária dos postes e da rede e que empresas de telefonia, TV a cabo e outras que tem fiação aérea pagam uma taxa à concessionária para poder utilizar os postes.

“Temos uma empresa que estaria disposta a implantar a rede subterrânea em toda a cidade em troca de explorar essa rede, ou seja, as empresas de energia, telefonia, internet, TV pagariam uma taxa para passar a fiação”, explicou.

Na pauta da reunião do prefeito com a direção da concessionária, na segunda-feira, estará a cobrança para uma solução para a altura dos fios nas ruas de Campinas, que por lei têm de estar cinco metros acima do solo. “Em muitos lugares não está sendo cumprido.”

Fotovoltaico

A CPFL Energia será a primeira empresa privada que a Prefeitura vai procurar para ser parceira na implantação do sistema de energia fotovoltaica no Paço, informou o prefeito ontem, no lançamento do projeto. Em agosto será feito um chamamento público de parcerias para o projeto. Até meados de abril, disse o secretário do Verde, Rogério Menezes, começará a ser instalada a primeira fase do programa, com a implantação de placas de energia solar nas lajes do terceiro e 19 andares.

O projeto exigirá investimentos de R$ 4,7 milhões para transformar o Paço em uma usina produtora de energia solar para abastecer os 19 andares e disponibilizar o excedente na rede pública. Estudo feito pela secretaria mostrou que o investimento se pagará em seis anos, com a economia na conta de luz, que poderá chegar a 80% do gasto atual. Segundo o estudo, do total de recursos necessários, R$ 2,7 milhões virão de verbas públicas e o restante de parcerias por meio de chamamento público.

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