ARBOVIROSES

Campinas tem mais de 10 mil casos de dengue em 2023

Foram apenas duas vítimas fatais nesse período; no ano passado, 11.277 ocorrências foram confirmadas com quatro mortes

Da Redação
29/11/2023 às 09:04.
Atualizado em 29/11/2023 às 09:07
A maior incidência (número de casos a cada 100 mil habitantes) por centro de saúde de residência é no Satélite Íris I seguido por Santos Dumont, Village, Itajaí (na foto, vista aérea do bairro) e Floresta/Bassoli (Alessandro Torres)

A maior incidência (número de casos a cada 100 mil habitantes) por centro de saúde de residência é no Satélite Íris I seguido por Santos Dumont, Village, Itajaí (na foto, vista aérea do bairro) e Floresta/Bassoli (Alessandro Torres)

Campinas ultrapassou a marca de mais de 10 mil casos de dengue ao longo deste ano, resultando em duas mortes. No ano passado, de acordo com informações da Secretaria da Saúde, foram registradas 11.277 ocorrências da doença e quatro vítimas fatais.

A maior incidência (número de casos a cada 100 mil habitantes) por centro de saúde de residência é no Satélite Íris I (3.445,6 casos), seguido por Santos Dumont (2.455,7 casos), Village (2.396,9 casos), Itajaí (2.120,1 casos) e Floresta/Bassoli (1.967,1 casos).

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campo Grande concentra o maior número de casos notificados: 1.189. Em seguida está o Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi (Hospital Ouro Verde), com 603 notificações e, em terceiro lugar, está a UPA Anchieta Metropolitana, com 454 casos notificados. Já a chikungunya tem 12 casos confirmados em Campinas até a data de terça-feira (28), sete a menos que nos doze meses de 2022. 

ESTADO DE SP

Em meio ao número alto de casos, especialistas acendem o sinal de alerta para o risco de uma nova epidemia da dengue tipo 3. Quatro casos desse sorotipo 3 (DENV3) foram confirmados na cidade de Votuporanga, no interior paulista, informou a Secretaria de Saúde do município. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em maio deste ano, já mostrava o ressurgimento desse sorotipo, que há mais de 15 anos não causa epidemias no país.

O primeiro caso em Votuporanga foi detectado em uma mulher, de 34 anos, que chamou a atenção por conta da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina. Nas ações de bloqueio, que envolvem identificar a circulação do sorotipo, a secretaria confirmou outros sete casos suspeitos. O resultado das amostras colhidas apontou que, dos sete, três eram do tipo 3 da dengue, sendo todas do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos.

A prefeitura do município destacou que todos os casos ocorreram na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade. A partir destas confirmações, a Secretaria da Saúde confirmou, por meio de nota, que seguiria com a coleta de amostras em outras regiões da cidade e envio para análise laboratorial para detectar se o vírus circula em mais locais ou se foi uma situação isolada.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que “não há registro deste tipo da doença em outros municípios do estado de São Paulo, nem óbitos”. Em nota, o governo estadual disse que monitora o cenário epidemiológico com um plano de contingência, feito todos os anos independente da linhagem que circula.

O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse tipo de vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo.

Febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente, acompanhados também de sangramento na gengiva, nariz ou na urina são alguns dos sintomas mais comuns. A orientação é que o cidadão procure atendimento médico na unidade de saúde mais próxima ao perceber qualquer sintoma.

PREVENÇÃO

Em Campinas, a Prefeitura tem adotado medidas de prevenção. A última, especial, aconteceu durante o mês de novembro, em decorrência do Dia de Finados. A autarquia Serviços Técnicos Gerais (Setec) orientou os funcionários dos cemitérios a manterem os locais limpos e removerem qualquer recipiente que possa se transformar em criadouro do mosquito.

Além disso, a Setec intensificou os serviços de manutenção e limpeza nos cemitérios da Saudade, Sousas e Nossa Senhora da Conceição (Amarais). Vale lembrar que Campinas declarou epidemia de dengue em abril deste ano, o que reforçou a necessidade de a população adotar comportamentos de cuidado de maneira contínua, uma vez que a maioria dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro das residências.

O coordenador do Programa Municipal de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, destacou recentemente que a conscientização e a implementação de medidas preventivas continuam sendo fundamentais para conter a propagação dessa enfermidade. Ele esclareceu que as mudanças climáticas têm desempenhado um papel crucial na alteração da dinâmica do vetor e na propagação da doença. "Portanto, é fundamental reforçar as ações de controle de criadouros de maneira sistemática neste momento. Apenas 10 minutos por semana podem interromper o ciclo de vida do mosquito e contribuir para a redução de casos." (com Agência Brasil).

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