SEGURANÇA

Campinas tem déficit de 80 policiais federais, diz sindicato

Presidente da entidade estadual e Federação Nacional, Alexandre Santana Sallyf, cobra mais efetivo; ele aponta a falta principalmente de escrivães e agentes

Luciana Félix
12/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:33
Alexandre Santana Sally: situação da Polícia Federal em Campinas é preocupante ( Dominique Torquato/ AAN)

Alexandre Santana Sally: situação da Polícia Federal em Campinas é preocupante ( Dominique Torquato/ AAN)

A Polícia Federal em Campinas, responsável por ações em 50 cidades da região, trabalha com um déficit de ao menos 80 policiais, segundo apontou o Sindicato dos Servidores da PF do Estado, em visita feita esta semana. Eles visitaram as unidades da PF no município para vistoriar a estrutura e pegar relatos com os agentes sobre a situação e atuação da corporação. O quadro mais grave está relacionado, segundo o sindicato, ao cargo de escrivão. São apenas 18 para cuidar de 2,3 mil inquéritos. O número de agentes também é bastante baixo pela avaliação da entidade — são 41 para atender toda a região.   Situação preocupante   O presidente do sindicato, que também é diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais, Alexandre Santana Sally, afirmou que a situação é preocupante e que há necessidade urgente de aumentar a quantidade, principalmente de escrivães. “Há casos que um escrivão tem que ser dividido entre vários delegados. Com isso, há uma seleção de inquéritos, os que mais têm pressa passam a frente, enquanto outros têm de aguardar”, disse. Ele afirmou que há rumores de novos concursos para delegados, cargo que em Campinas não há necessidade. A cidade soma 17. “Existe a intenção de criar mais vagas para delegados. Mas acharemos uma forma de barrar. A necessidade urgente é de escrivão. Tem delegado que acaba cumprindo outras funções porque não há tamanha demanda de serviço em determinados locais”, afirmou.   Prejuízos   Sally afirmou que a baixa quantidade de agentes atrapalha a investigação e operações da corporação. “Ainda tem aqueles que não estão na ativa. Estão de licença, afastados, férias e isso prejudica muito os trabalhos. É preciso que se crie urgente novos concursos”, destacou. Apesar de o índice ser considerado insatisfatório, o presidente da entidade afirmou que não houve registro de problemas graves gerados pela falta de pessoal. Se queixou, porém, “da sobrecarga de trabalho a que esses profissionais estão expostos”. O presidente também classificou como preocupante o pedido feito, na semana passada, pelo delegado titular da PF em Campinas, Sebastião Augusto de Camargo Pujol, para que o dinheiro de verbas recebidas de indenizações e condenações (conhecidas como TAC) do Ministério Público do Trabalho (MPT) seja repassado à instituição. O valor almejado era de R$ 618 mil. A solicitação foi feita para evitar a redução das atividades e atuação de polícia administrativa e judiciária do órgão na região.   Corte no orçamento   O departamento sofreu, no começo deste ano, um corte de 33% no orçamento previsto para 2015 e prevê dificuldades financeiras para os próximos meses. A verba orçamentária é encaminhada pela União. O aperto no orçamento ocorreu por meio de decreto federal e atingiu os departamentos da PF de todo o País. O pedido está em avaliação.   “Nunca tinha visto isso. Achei muito sério, porque mistura tudo, isso não é certo. Quem tem que arcar com o orçamento é a União. Isso está ocorrendo em todo o País e tem que haver outras formas de conseguir essa verba" , disse.   O setor de comunicação da PF informou que novos concursos estão sendo avaliados. A reportagem entrou em contato também, na tarde desta quarta-feira (11), com o delegado titular da PF em Campinas para repercutir o assunto, porém ele não foi encontrado.

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