isolamento domiciliar

Campinas tem caso suspeito de coronavírus

Único caso em investigação no Estado de São Paulo é o de um morador da cidade que foi à China

Francisco Lima Neto/AAN
15/02/2020 às 12:45.
Atualizado em 29/03/2022 às 21:32

Campinas é, atualmente, a única cidade do Estado de São Paulo com caso suspeito do novo coronavírus. A notificação aconteceu ontem. Trata-se de uma pessoa que viajou à China recentemente. Foram descartados, também ontem, três casos suspeitos no Estado — dois da Capital e um de Porto Feliz. De acordo com a diretora da Vigilância Epidemiológica, do Estado, Helena Sato, o paciente de Campinas considerado suspeito está em isolamento domiciliar. "Ele está bem, por isso não há necessidade de internação. A orientação é que ele fique em um cômodo da casa e use máscara. Apenas um familiar deve ficar responsável por assisti-lo, evitando que tenha contato com mais pessoas. Apenas ele deve utilizar a máscara", explica. Ainda segundo ela, o isolamento dura 14 dias e, durante o período, ele é monitorado por equipe municipal. "A equipe liga diariamente para saber do quadro clínico. Em outras situações vai na casa também", diz. Após os 14 dias, se os sintomas cessarem, o isolamento é retirado. Se o exame laboratorial ficar pronto antes deste prazo e descartar a doença, o isolamento também não é mais necessário. Helena ressalta que não há motivo para pânico. "As pessoas devem manter a calma. Campinas é uma cidade grande e todas as medidas já foram tomadas para o monitoramento. Além disso, todos os casos do Estado já foram descartados. Neste momento, apenas Campinas tem um caso suspeito", afirma. Esse tipo novo coronavírus é denominado oficialmente pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como Covid-19, sigla em inglês para “coronavirus disease 2019" (doença por coronavírus 2019, na tradução). Até o momento, não há caso confirmado de Covid-19 nem em São Paulo, nem no Brasil. Os dados oficiais estão sendo registrados pelos municípios em um sistema de notificação do Ministério da Saúde. Conforme definido pela pasta federal, os casos inseridos até o meio-dia pelos municípios são divulgados no boletim da mesma data. Já os inseridos posteriormente, são divulgados no balanço do dia seguinte. “Estamos descartando casos suspeitos com diagnóstico negativo para o novo coronavírus e seguimos com o monitoramento com organismos internacionais e nacionais de saúde. As equipes seguem atentas para realizar respostas rápidas e efetivas quando necessário”, diz a diretora da Vigilância Epidemiológica. É fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo se a pessoa apresentar sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza, associados aos seguintes aspectos epidemiológicos: histórico de viagem em área com circulação do vírus, contato próximo caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para coronavírus. A investigação dos casos é realizada pelas secretarias municipais de saúde, com todo apoio técnico da pasta estadual. As amostras biológicas dos pacientes são colhidas pelo hospital onde foram atendidos e enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz. Os exames consistem numa análise que detecte o genoma do vírus, por meio do chamado PCR (sigla em inglês que significa “Reação em cadeia da polimerase”). São feitos a partir da a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou coleta de secreções da boca e nariz), que deve ser realizado pelo hospital que atendeu o caso suspeito e encaminhado ao laboratório de saúde pública do Estado de São Paulo. Os resultados são comunicados pelo Lutz ao município de residência do paciente, responsável por notificar o descarte ou confirmação do caso. Apenas quatro pessoas são investigadas O número de casos investigados do novo coronavírus no Brasil caiu para quatro. Os dados foram atualizados pelo Ministério da Saúde na tarde de ontem. De quinta-feira para ontem, três casos foram descartados e um foi incluído (o de Campinas), todos em São Paulo. Das quatro pessoas ainda sob suspeita de ter o vírus, cujo epicentro ocorreu na cidade chinesa de Wuhan, há uma criança de 2 anos, um adulto de 56 anos e duas pessoas na faixa dos 20 anos. Duas pessoas são do sexo masculino e duas são mulheres. Todos têm histórico de viagem à China, mas não a Wuhan. Até o momento, 43 casos já foram descartados. Dentre essas pessoas, foram confirmadas contaminações por influenza B, influenza A (H1N1), rhinovírus e adenovírus, entre outros. Na China, o balanço indica quase 1.400 mortos, incluindo seis profissionais da área da saúde. O país registra quase 64.000 casos de contágio, incluindo 1.716 médicos e enfermeiros que trabalham em contato com os pacientes, segundo a Comissão Nacional de Saúde. 

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