A cidade de Campinas contabiliza a terceira morte causada por dengue no ano. A vítima é um homem de 92 anos, morador da região Sul
A cidade de Campinas contabiliza a terceira morte causada por dengue no ano. A vítima é um homem de 92 anos, morador da região Sul. Ele foi atendido na rede privada de saúde. A confirmação da morte foi feita pela Prefeitura ontem, e acontece em meio à escalada de casos confirmados da doença. De acordo com o novo Boletim Epidemiológico divulgado ontem, a cidade alcançou 13.912 casos confirmados de dengue, o que representa um aumento de 23,06% em relação aos 11.305 divulgados no dia 13 de maio. A região da cidade mais atingida é a Noroeste com 4.029 registros. Em seguida, está a região Sudoeste com 3.445 casos e a região Sul com 3.428 casos. Foram registradas três mortes de moradores de Campinas este ano, sendo uma criança de 5 meses, do sexo feminino, uma jovem de 19 anos e agora o idoso de 92 anos, todos atendidos pela rede privada de saúde do município. A criança e o idoso eram residentes na Região Sul, já a jovem morava na Região Norte da cidade. O crescimento no casos de dengue na cidade já era esperado pela Administração Municipal. "Está tendo bastante caso mesmo, mas não é dessa semana que passou. Por isso, de uma semana para outra pode dar diferença. Primeiro entra no banco de dados como suspeita, depois dos exames complementares é que há a confirmação ou é descartado", explicou Andrea Von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), na semana passada. Ainda segundo ela, os casos de dengue devem continuar aumentando em Campinas. "Em termos de casos novos ainda tem bastante. As confirmações vão aparecer mais para frente. É provável (que haja aumento)", ressaltou na última semana. Além disso, outro fator que deve ajudar a aumentar os casos da doença é que não estão sendo mais realizadas ações de nebulização — usada para eliminar os mosquitos adultos — nas residências, já que o Governo Federal deixou de fornecer o inseticida necessário para a aplicação, alegando falta do produto em todo o País. A previsão é que esse trabalho seja retomado no próximo mês. Colaboração A Secretaria de Saúde ressalta a necessidade de colaboração da população para eliminar qualquer recipiente capaz de acumular água e servir de criadouro para o mosquito, incluindo garrafas pet, tampinhas, latas, sucatas e entulhos de construção, além de efetuar a limpeza das calhas de telhados e caixas d’água. O ciclo do mosquito de ovo, larva, pupa e adulto pode se completar em oito dias e, portanto, a retirada de criadouros deve ser regular. Segundo a Prefeitura, mais de 320 mil imóveis foram visitados pelas equipes que atuam no controle da dengue entre 1º de janeiro e 30 de abril de 2019. No mesmo período, cerca de 73 mil imóveis foram nebulizados com inseticida e aproximadamente 203 mil imóveis tiveram criadouros removidos. A Prefeitura mantém atuação em diversas frentes para eliminar os criadouros e evitar o nascimento de novos mosquitos. Todos os dias, 804 profissionais do quadro próprio da Prefeitura atuam nas ações de prevenção de campo. Dentro desse quadro, e para reforçar o trabalho de campo, foi contratada, em julho de 2018, uma empresa, com 120 profissionais, que realiza telagem de caixas d’água e controle de criadouros. Também faz parte do escopo da empresa a realização da nebulização em áreas de transmissão de dengue, o que será retomado a partir de junho, conforme previsão de abastecimento do Ministério da Saúde. EVOLUÇÃO DA DENGUE Semana Nº de Casos Percentual 01 de abril 799 — 08 de abril 2.048 156,32% 15 de abril 3.578 74,70% 22 de abril 5.493 53,52% 29 de abril 7.971 45,11% 06 de maio 8.157 2,33% 13 de maio 11.305 38,59% 20 de maio 13.912 23,06%