série histórica

Campinas tem 3º fevereiro mais seco desde 89

Segundo a medição, choveu 88,6 milímetros no mês passado

Rafaela Dias/AAN
06/03/2018 às 07:40.
Atualizado em 22/04/2022 às 15:20
O mês de março começou com forte calor em Campinas e a temperatura máxima prevista para hoje pelo Cepagri é de 32°C: baixa umidade do ar (Leandro Ferreira/AAN)

O mês de março começou com forte calor em Campinas e a temperatura máxima prevista para hoje pelo Cepagri é de 32°C: baixa umidade do ar (Leandro Ferreira/AAN)

Campinas registrou o fevereiro mais seco desde 2014, de acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo a medição, choveu 88,6 milímetros, marca que fez com que o mês passado ficasse em terceiro lugar na lista de meses de fevereiro mais secos da série histórica, desde que começaram as medições do órgão, em 1989. Para a pesquisadora Priscila Coutri, não existem fenômenos atmosféricos que justifiquem o tempo seco. “Apesar de alguns meteorologistas explicarem a pouca chuva com efeitos como o La Niña, eles não atingem o Sudeste. Estamos em uma variabilidade normal, já que sempre a previsão é estimada, ou seja, nunca a meta de chuva é atingida 100%”, explicou. Ainda de acordo com ela, é preciso aguardar até o final deste mês antes de entrar em estado de alerta. “Sempre existe uma soma que conta, que inclui o mês de março, portanto, o ideal é esperar. Para o trimestre (janeiro, fevereiro e março), usamos uma previsão de consenso do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Ministério da Ciência e Tecnologia. E, segundo o órgão, não existe indicativo de que São Paulo ficará abaixo da média”, disse. O recorde de menor precipitação para fevereiro é de 55,4mm, registrado em 2014. A segunda menor precipitação ocorreu em 2005, com 58,4mm. A média histórica para fevereiro, período em que são esperadas chuvas de Verão, é de 215,9mm. Durante o mês passado, choveu em apenas dez dias. A temperatura média mínima foi a mais baixa desde fevereiro de 2008, com 18,9°C — naquele ano, a mínima bateu 16,5°C. A média máxima foi de 29,4°C. Mesmo com a expectativa de chuva, a população está sentindo dramaticamente a baixa umidade do ar. “O calor está insuportável. Saio de protetor solar e sombrinha para aguentar o sol. Precisamos de chuva urgente”, disse a recepcionista Marta dos Santos Freitas, de 37 anos. Quem faz atividade física também teve que reduzir o período de exposição. “O tempo está muito seco e faz muito mal praticar atividade ao ar livre. Tenho corrido após as 19h, quando começa a escurecer e o calor diminui. Já a quantidade de água consumida foi dobrada”, disse o bancário Marcio Araújo, de 42 anos. Previsão Segundo o Cepagri, para hoje a previsão é de fortes chuvas na parte da tarde, com mínima de 20°C e máxima de 32°C. “Deve acontecer um aumento de nebulosidade com chuvas localizadas, acompanhadas de tempestade por causa do calor”, disse a pesquisadora. Segundo ela, a falta da chuva neste período prejudica não só a umidade do ar ou ciclos como o da agricultura, mas, a longo prazo, também pode interferir no abastecimento dos reservatórios de água. Apesar do volume de chuvas abaixo do esperado em fevereiro, nos primeiros quatro dias deste mês choveu praticamente um terço do esperado para o mês de março, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Até agora, foram registrados 57,7mm de chuva, 32,2% da média histórica do mês — de 178,8mm. O Sistema Cantareira teve uma pequena alta anteontem, operando com 53,3% da sua capacidade, de acordo com a Sabesp. No último sábado, o índice era de 53,1% da capacidade.

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