CONNECTED SMART CITIES

Campinas se destaca no eixo ‘Economia’ em ranking elaborado por consultoria

Município ficou em 1˚ lugar entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, e 3˚ no geral, graças à criação de empregos, renda média dos empregados formais e parcela da receita que não depende da União e do Estado

Edimarcio A. Monteiro/edimarcio.augusto@rac.com.br
26/04/2025 às 10:30.
Atualizado em 26/04/2025 às 15:35

Um dos destaques da cidade é o fato de que 66,58% de sua receita não depende de transferências dos governos estadual e federal; dos R$ 10,8 bilhões previstos no orçamento de 2025, 35,18% são oriundos do IPTU e do ISS (Alessandro Torres)

Campinas ficou em 1º lugar entre as cidades com mais de 500 mil habitantes no quesito "Economia" da edição 2024 do Ranking Connected Smart Cities (CSC), elaborado pela empresa de consultoria Urban Sytems. O estudo divulgado nesta semana apontou como destaques da cidade o crescimento de 3,5% no número de empregos, 66,58% da receita não oriunda de transferências dos governos estadual e federal e renda média dos empregos formais de R$ 4.621,10. A posição foi conquistada em função do município ter registrado no ano passado a criação de 4.676 novos empregos com carteira assinada, o equivalente a 38,31% dos 12.203 postos surgidos na Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Em Campinas, por exemplo, os impostos municipais Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o sobre Serviços (ISS) são as principais fontes de receita. Dos R$ 10,8 bilhões de orçamento previsto pela administração para 2025, esses dois tributos serão responsáveis por 35,18%, ou seja, R$ 3,8 bilhões. Para a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi, o posicionamento conquistado “é resultado de um trabalho que tem como objetivo impulsionar a economia da cidade por meio da tecnologia e da inovação. Nós também aprovamos uma lei moderna e que incentiva os empresários a virem para Campinas”, destacou. 

Ela elencou isenções fiscais, oferta de mão de obra especializada, infraestrutura, parque tecnológico e opções de serviço como fatores para atrair as empresas. A 10ª edição da pesquisa avalia avaliou 656 municípios com mais de 50 mil habitantes em 11 eixos diferentes: Mobilidade, Urbanismo, Meio Ambiente, Tecnologia e Inovação, Saúde, Segurança, Educação, Empreendedorismo, Governança, Economia e Energia.

INVESTIMENTOS

“O Ranking Connected Smart Cities é um esforço no entendimento e definição de indicadores que apontem o estágio das cidades brasileiras para o seu desenvolvimento inteligente, sustentável e humano”, explicou o CEO e sóciofundador da Urban System, Thomaz Assumpção. O levantamento é feito com base em dados de órgãos oficiais, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Controladoria-Geral da União (CGU) e Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Sincofi).

Outras sete cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aparecem entre as 100 melhores do país no campo econômico. São elas Jaguariúna (6º lugar), Indaiatuba (10º), Vinhedo (13º), Valinhos (22º), Paulínia (29º), Itatiba (55º) e Hortolândia (73º). O resultado é reflexo dos investimentos das empresas. Um laboratório farmacêutico investiu, nos últimos dois anos, R$ 81,3 milhões em duas cidades, Jaguariúna e Hortolândia. Os recursos foram destinados para a construção de uma nova fábrica, tecnologia de automação logística e ampliação da infraestrutura para elevar em 30% a capacidade de expedição da produção.

“A iniciativa colabora para que a empresa mantenha a qualidade e pontualidade nas entregas, ao mesmo tempo em que diversifica e amplia o volume de seus negócios. Essa é mais uma frente de investimentos que permite que ela consolide o seu potencial competitivo e a liderança do setor, levando saúde e bem-estar para a população de todo o país”, pontuou Marcelo Zambom, diretor do laboratório.

EMPREENDEDORISMO

Campinas também apareceu em terceiro lugar no ranking nacional no eixo Empreendedorismo, que analisou indicadores como crescimento das empresas de tecnologia, parques tecnológicos e incubadoras. Ela é a cidade do interior paulista com o maior número de startups, contando com 174 empresas, de acordo com o Sebrae Startups Report 2024, plataforma do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Uma delas atua em processos biotecnológicos industriais (bioprocessos), incubada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Nós desenvolvemos tecnologias novas para substituir o uso de antibiótico, que é um produto químico, por uma alternativa biológica. Com isso, tornamos o processo mais sustentável, mais natural. Além disso, melhoramos a eficiência do processo”, afirmou um dos sóciosfundadores da startup, Marcelo Ventura Rubio. A startup foi criada há seis anos por três ex-alunos de doutorado da universidade.

“Nós temos observado mensalmente um crescimento no número de microempreendedores individuais, sempre superando a abertura de empresas tradicionais”, revelou a secretaria de Desenvolvimento Econômico. De acordo com Adriana Flosi, foram 7.922 cadastros de MEI no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 26,31% em comparação aos 6.272 de 2024. Campinas aparece ainda entre as 100 melhores cidades do país em outro seis temas: Mobilidade (17ª posição), Meio Ambiente (19ª), Tecnologia e Inovação (16ª), Saúde (61ª), Segurança (62ª) e Governança (11ª).

Na área de Mobilidade, a empresa de consultoria considerou como indicadores uso de bilhetagem eletrônica no transporte coletivo, frota de veículos, ciclovias, mortes no trânsito e relação automóvel/ habitante. Até o mês passado, o município tinha 998.276 veículos registrados, de acordo com a Secretaria Nacional de Transporte (Senatran). A média é de quase um veículo por morador – 1,14. O cálculo considera a população de 1,13 milhão de habitantes apontada pelo Censo 2022.

O estudo considerou ainda modais de transporte de massa. Nesse campo, entrou em operação ontem o novo Terminal BRT Ouro Verde, com 26 mil metros quadrados (m²) destinados apenas para passageiros. A cidade conta com três corredores de BRT, totalizando 36,6 km, atendendo os distritos do Ouro Verde e Campo Grande através de avenidas como John Boyd Dunlop, Amoreiras e Ruy Rodriguez.

OUTROS DADOS

Jaguariúna apareceu no Ranking Connected Smart Cities em 1º lugar entre as cidades com 50 mil a 100 mil habitantes nos eixos de Urbanismo e Saúde. Segundo a empresa de consultoria, a posição foi conquistada por contar com 100% da população atendida com água encanada, 98,2% de atendimento na coleta de esgoto, 73% de tratamento do esgoto coletado e investimento per capita de R$ 1.145,96 por habitante em urbanismo. O município conta com ainda com emissão de alvará no site da Prefeitura, cadastro imobiliário informatizado, georreferenciado e disponibilização ao cidadão.

Americana liderou na RMC no eixo Segurança entre as cidades com 100 mil a 500 mil habitantes. “Isso é reflexo dos investimentos na área de segurança pública, que vem colhendo bons frutos. A tecnologia vem nos auxiliando na redução dos índices de criminalidade, trazendo tranquilidade à população, que confia cada vez mais no nosso trabalho”, analisou o comandante da Guarda Municipal de Americana (Gama), Marco Aurélio da Silva. Segundo ele, isso tem resultado em redução nos casos de roubo e furto de veículos. No caso de roubos em geral, foram 246 em 2024, o menor número da série histórica iniciada em 2001. A queda foi de 15,75% em relação às 292 ocorrências de 2023.

A RMC teve oito cidades colocadas entre as 100 melhores do país na avaliação geral do Ranking Connected Cities, que considerou todos os eixos analisados. Jaguariúna ficou na 11ª posição, sendo a cidade com 50 mil a 100 mil habitantes melhor colocada. Em seguida, aparecem Campinas (20º lugar), Vinhedo (30º), Paulínia (43º), Indaiatuba (49º), Valinhos (73º), Itatiba (75º) e Americana (99º).

Para o CEO da Urban System, a integração entre os municípios avaliados para troca de conhecimento e experiência geram impactos positivos para a população. “Acreditamos que a inovação é fundamental para a construção de cidades inteligentes, e buscamos inovar e estimular a inovação continuamente com esse projeto”, esclareceu Thomaz Assumpção.

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