Frio foi causado pela entrada de ar de origem polar, de acordo com o meteorologista Bruno Bainy, o que causou uma frente fria ‘com consistência’; calor deve voltar a partir de quinta-feira (Kamá Ribeiro)
A temperatura máxima registrada em Campinas no último domingo foi a menor do ano, segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp. A estação do Cepagri em Barão Geraldo registrou a temperatura de 15,5˚C como a mais alta ao longo de todo o dia. As mínimas, por sua vez, chegaram aos 12˚C, com sensação térmica abaixo dos 10˚C. Até então, a menor máxima registrada havia sido de 17,6˚C, no dia 16 de junho.
“Essa frente fria que chegou entre quinta e sexta permaneceu estacionária entre São Paulo e Paraná. Essa é a primeira vez em semanas que tivemos, de fato, a entrada de um ar de origem polar, com essa queda expressiva nas temperaturas, não só nas máximas como também nas mínimas. Por isso que dessa vez foi diferente, pois é uma frente fria com consistência, e não apenas que traz o frio pela nebulosidade, que reduz a incidência de sol”, explica o pesquisador Bruno Bainy, do Cepagri.
De acordo com o Centro, entre terça-feira e quarta-feirao frio deve começar a ceder, ficando os dias ainda gelados por conta da nebulosidade. Já a partir da quinta-feira o calor deve voltar e as temperaturas voltam a se aproximar dos 30˚C.
As temperaturas na metrópole despencaram de um dia para o outro. Até quintafeira, as expectativas eram para recordes de calor, com termômetros chegando aos 35˚C. Na quarta-feira da semana passada (24), a temperatura máxima em Campinas, de acordo com verificação do Cepagri, atingiu 32,4˚C. O cenário mudou na sexta-feira, com a chega da frente fria.
A temperatura alta fora de época foi uma consequência de uma onda de calor que antecipou o tempo gelado. Essa onda de calor reduziu a umidade do ar e fez com que prefeituras da região, como a de Campinas e a de Hortolândia, declarassem estado de alerta e atenção em virtude dos riscos para a saúde. No geral, agosto tinha, até a semana passada, a segunda maior temperatura média em 30 anos. A maior média para o período ocorreu em 1995, quando a média das máximas foi de 29,3˚. De acordo com o Cepagri, a média de 1991 a 2020 na cidade foi de 27,2˚C.
