Campinas registra primeiro caso da gripe H3N2

A Secretaria da Saúde de Campinas confirmou nesta segunda-feira (10) o primeiro caso grave de gripe A (H3N2) de 2013.

Trata-se de um bebê de 2 meses que está internado e responde bem ao tratamento. Em 2012, o mesmo vírus matou duas pessoas na cidade.

"Já sabíamos da circulação do vírus, até por isso a vacina contempla o H3N2, mas ainda não tínhamos registrado nenhum caso grave na cidade. O quadro do bebê, que não está no grupo que deve tomar a vacina, está evoluindo bem”, explicou André Ricardo Ribas Freitas, epidemiologista do Departamento de Vigilância em Saúde.

Além do H3N2, o município também confirmou 19 casos de H1N1, com três óbitos e um caso grave de gripe B.

Outros 58 casos suspeitos de H1N1 estão sendo investigados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Mesmo assim, segundo Freitas, não há motivos para preocupação, uma vez que a rede municipal está respondendo adequadamente ao que diz respeito aos procedimentos recomendados para influenza.

“O H3N2 não é mais forte que o H1N1. É a mesma coisa, os cuidados são os mesmos e os vírus circulam entre os humanos anualmente, o que precisamos é superar a banalização da gripe. As pessoas não dão importância e demoram muito para procurar atendimento médico porque acham que é uma doença banal. A demora para iniciar o tratamento às vezes faz com que a doença evolua.”

Segundo Freitas, neste ano houve uma precocidade na circulação do H1N1. “Geralmente, o vírus começa a circular entre o final do Outono e o início do Inverno, mas este ano, os primeiros casos foram registrados no fim de março. Além disso, notamos indícios de que há mais circulação do H1N1 do que nos anos anteriores, o que não significa que teremos mais casos graves e óbitos”, disse.

Uma mulher de 64 anos foi a última vítima do H1N1 em Campinas. Ela morreu no último dia 20, tinha uma doença crônica e não foi vacinada. O médico reafirmou que a vacinação é a principal dica de prevenção.

Segundo o Ministério da Saúde, gestantes, mulheres que deram à luz há 45 dias, crianças com idades entre seis meses e dois anos, idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde e pessoas portadoras de doenças crônicas — mediante prescrição médica — devem procurar um dos postos da rede pública para tomar a vacina.

Em Campinas, 84,71%, ou 165.492 pessoas que fazem parte dos grupos de risco, já foram imunizadas, superando a meta de 80%. Mais de 50 mil doentes crônicos também foram vacinados.

A campanha vai até sábado (15). O ministério recomenda que pessoas com sintomas de gripe — febre, tosse, dor de cabeça e no corpo e dificuldade para respirar — não devem ir ao trabalho e a ambientes coletivos até estarem totalmente recuperadas; ao sentirem sintomas de gripe, as pessoas devem procurar o serviço de saúde mais próximo e não devem tomar remédios por conta própria, pois mesmo antigripais comuns podem mascarar sintomas.