LOCAÇÃO

Campinas registra aumento médio de 24,47% no aluguel residencial

Mesmo com elevação, município aparece na 12ª posição no preço médio para locação entre as 25 cidades listadas

Luis Eduardo de Sousa/luis.reis@rac.com.b
26/06/2024 às 09:53.
Atualizado em 26/06/2024 às 11:10

Jardim Nossa Senhora Auxiliadora foi um dos bairros responsáveis pela alta no preço da locação residencial na cidade de Campinas; crescimento da cidade foi o maior na pesquisa que analisou dados de 25 cidades do Brasil (Alessandro Torres)

Um levantamento realizado pela empresa DataZap revela que Campinas teve o maior aumento percentual no preço dos aluguéis residenciais nos últimos 12 meses entre 25 cidades avaliadas. A metrópole do interior paulista registrou um aumento médio de 24,27% até o fim de maio, superando a variação de 11 capitais, entre elas Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RG) e São Paulo. Os dados constam do levantamento Fipe Zap, conduzido pela empresa para avaliar a rentabilidade das locações nos municípios de maior interesse do mercado.

Apesar do aumento considerável, Campinas figura na 12ª colocação quando se considera o preço médio do aluguel. O m² na metrópole custa R$ 38,81. O maior valor é da cidade de Barueri, na Grande São Paulo, onde o m² alugado supera R$ 60,00.

A alta expressiva supera também a variação registrada em cidades do litoral paulista, como Santos e Praia Grande. Especialistas consultados pelo Correio Popular atribuem a elevação do preço a uma retomada do setor imobiliário pós-pandemia e a um aquecimento promovido por uma alta demanda – atribuída a um retorno de moradores e estudantes à cidade. Outro fator apontado é a taxa Selic, que permaneceu alta nos últimos meses e contribuiu para uma redução de compras de imóveis, resultando em procura maior por aluguel.

Conforme o estudo, atrás de Campinas aparece a cidade de Santos, que registrou 23,3% de variação, e São Bernardo do Campo, cuja alta foi de 15,4%. Entre as capitais avaliadas, Curitiba foi a que se aproximou mais do índice campineiro, com 22% de aumento, e Brasília (DF), com 17,7%.

PROCURA

Na cidade, os bairros que puxaram a elevação são Nossa Senhora Auxiliadora, na região do Parque Taquaral, e os adjacentes ao Shopping Iguatemi, como Vila Brandina e Jardim Flamboyant. Nos dois territórios, as variações superam a média da cidade, com altas que superam os 40%. Já as menores variações ocorreram em Barão Geraldo e Jardim Nilópolis, bairros em que as elevações registradas foram, respectivamente, de 1,4% e 3,1%. No comparativo que mede a rentabilidade dos aluguéis entre as cidades avaliadas, Campinas aparece na quarta colocação, com 7,24% ao ano.

Para o economista José Augusto Gaspar Ruas, coordenador do curso de Economia das Faculdades de Campinas (Facamp), a alta demanda com uma oferta ainda tímida nos bairros citados justifica a elevação rápida dos preços.

Tivemos dois fenômenos que devem ser considerados: o retorno das aulas presenciais nas universidades (e para isso devemos considerar que somente a Unicamp tem mais de 20 mil alunos) e a obrigatoriedade do retorno presencial ao trabalho. Olhando balanços anteriores, concluímos que durante a pandemia houve um desaquecimento, uma vez que as pessoas, sem a necessidade de estar em Campinas, procuraram outras cidades. No entanto, com a necessidade do retorno, morar longe do trabalho fica inviável”, analisa Ruas.

A alta dos aluguéis na cidade supera a média nacional para o período, que é de 14%, e a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que cresceu 3,6% nos últimos 12 meses.

Um levantamento conduzido pelo Correio Popular, considerando imóveis anunciados na Zap, revela que os aluguéis mais acessíveis na cidade se concentram nos distritos do Campo Grande e Ouro Verde.

Embora o preço final do aluguel residencial considere outros fatores, como equipamentos, quantidade de banheiros e ventilação, imóveis com mesma metragem e quantidade de dormitórios chegam a ter variação de R$ 4 mil. O economista considera que uma migração para esses locais, no entanto, é improvável – o movimento poderia elevar os preços também nas regiões periféricas.

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