MUTIRÃO NO ESTADO

Campinas reduz a fila de cirurgia eletiva em 31,95%

Índice na regional, entretanto, está abaixo da média estadual, que é de 40%

Ronnie Romanini/ [email protected]
14/09/2022 às 08:55.
Atualizado em 14/09/2022 às 08:55
Usuários aguardam atendimento no Ambulatório Médico de Especialidades (AME), em Campinas: triagens também ajudam a esvaziar a fila, afirma a diretora DRS-7, Fernanda Penatti (Dominique Torquato)

Usuários aguardam atendimento no Ambulatório Médico de Especialidades (AME), em Campinas: triagens também ajudam a esvaziar a fila, afirma a diretora DRS-7, Fernanda Penatti (Dominique Torquato)

O programa Mutirão de Cirurgias, realizado pelo governo estadual, conseguiu diminuir em 40% a fila de pacientes para uma cirurgia eletiva em todo o Estado de São Paulo. Na Regional de Campinas, que conta com 42 municípios, houve redução abaixo da média estadual: 31,95%. Os números foram divulgados na terça-feira (13) pela Secretaria de Estado da Saúde.

Antes do início do programa, em junho, as 42 cidades que compõem a Regional de Saúde de Campinas acumulavam 71.456 moradores na fila. Desde então, 22.830 deles saíram da espera, seja porque passaram pela cirurgia, por terem recebido o encaminhamento para o procedimento ou mesmo por contraindicação para a operação após a avaliação. 

A diretora do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7), Fernanda Penatti, considera que a redução da fila em quase um terço na região é uma boa notícia e um avanço, mesmo abaixo da média estadual e ocupando apenas na 12ª posição na redução percentual entre as 17 Regionais.

"Temos uma capacidade instalada menor em nossa região em comparação àquela que atingiu o maior número de pessoas em número absoluto (Grande São Paulo). Mesmo que percentualmente a redução tenha sido menor, fora das 10 regiões que mais reduziram a fila, estamos atrás apenas da Regional de Saúde da Grande São Paulo. E fizemos a diferença para essas 22,8 mil pessoas que deixaram a fila ao terem as suas demandas resolvidas. Em números absolutos, apesar de a porcentagem ser menor do que a média do Estado, entendemos que houve um avanço bastante satisfatório".

Além das triagens e cirurgias realizadas, a contraindicação cirúrgica detectada nas avaliações pré-operatórias também ajuda a esvaziar a fila. "Estamos tendo muitos casos de contraindicação. Tivemos pacientes aguardando por um procedimento de colecistectomia e com cirurgias anteriores, como de hérnia inguinal, abdominal... são questões que precisamos olhar atentamente para indicar esse paciente de maneira segura, inclusive em um serviço que dê conta da necessidade dele. Pegamos alguns casos de oncologia, que mandamos para a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer (RHCCC), e casos de pacientes que, por exemplo, não dispunham de condição cardiológica. E ainda pacientes com quadro descompensado, com patologia de base, como diabetes, hipertensão descompensada - o que também prejudica o procedimento cirúrgico. Todas as questões são consideradas e pensamos no que é o melhor para o paciente."

Fernanda acrescentou que, muitas vezes, as pessoas aparecem para as avaliações com um quadro mais delicado, com questões e situações além daquelas que motivaram inicialmente a entrada na fila para a cirurgia. 

Agora, restam 48.626 pacientes aguardando por procedimentos eletivos nas 42 cidades que integram a DRS-7. Anteriormente, o prazo para o final do programa era outubro, mas, a fim de contemplar todos os pacientes e atingir a meta do programa, de zerar as filas, o Mutirão acontecerá até o final do ano. A diretora do DRS-7 está otimista em relação a uma aceleração nas próximas semanas e meses.

"As compras por procedimentos cirúrgicos na rede privada, complementares ao SUS, começarão agora a ter as suas agendas disponibilizadas. Então, entendemos que o avanço vai crescer nos próximos meses. Estamos considerando finalizar a fila até o final do ano, por causa das 48,6 mil pessoas que aguardam a avaliação e o procedimento. Acredito que, mediante essas estratégias e incorporando os procedimentos de maneira complementar ao SUS, teremos um resultado positivo no final."

Com o foco inicial voltado às cirurgias de hérnia e vesícula, agora a expectativa é a de que o Estado e a Regional avancem nos procedimentos oftalmológicos, com o auxílio da rede privada. As três são especialidades que apresentam grandes demandas. 

Para conseguir atingir a meta proposta de zerar a demanda reprimida ainda em 2022, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp tem feito uma série de mutirões de avaliação. No sábado do dia 3 deste mês, o HC empreendeu uma grande ação, visando a receber cerca de 2 mil pessoas para as avaliações pré-operatórias, com foco nos pacientes na fila por uma cirurgia de vesícula. Outras iniciativas semelhantes estão sendo esquematizadas para as próximas semanas. O intuito é o de qualificar a fila de espera e obter, com a avaliação, informações mais recentes sobre o quadro de cada paciente e sua necessidade cirúrgica.

Dados das regionais

Apenas 4 Regionais de Saúde obtiveram êxito em diminuir até agora mais de metade da fila de espera: Grande São Paulo (76,9%), Araçatuba (59,9%), Barretos (52,10%) e Taubaté (50,40%). Em números absolutos, Campinas ficou atrás apenas da Grande São Paulo no número de pessoas a menos na fila: 51.392 contra 22.830. Antes do início do Mutirão, a cidade tinha o segundo maior contingente de pacientes esperando por cirurgias, 71.456. 

Sorocaba e Grande São Paulo eram as duas regionais mais próximas a Campinas, com 93,5 mil e 66,8 mil procedimentos represados respectivamente. 

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