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Campinas quer zerar CO² até 2050 com ônibus elétricos e bikes

Ações fazem parte dos esforços para minimizar os efeitos das mudanças climáticas

Bianca Velloso/ [email protected]
11/05/2023 às 09:07.
Atualizado em 11/05/2023 às 09:07
Ampliação das ciclofaixas e ciclovias é uma ação que já está sendo feita no Plano Municipal de Ação Climática (Cedoc)

Ampliação das ciclofaixas e ciclovias é uma ação que já está sendo feita no Plano Municipal de Ação Climática (Cedoc)

A Prefeitura de Campinas iniciou a elaboração do Plano Municipal de Ação Climática (PLAC), como parte dos esforços para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. O objetivo é reduzir as emissões de carbono, como forma de minimizar os efeitos decorrentes das alterações climáticas na cidade. Campinas se comprometeu a zerar as emissões de CO2 até 2050, com a assinatura do Acordo Ambiental São Paulo e adesão ao Race to Zero, uma campanha global em busca de um futuro saudável, resiliente e com zero emissão de carbono. De acordo com estudo do Inventário de Gases Efeito Estufa (GEE) da Região Metropolitana de Campinas (RMC), Campinas emite anualmente mais de 2,6 toneladas de CO2.

O setor de transporte lidera os lançamentos com 70,6%, seguido por energia estacionária (20,8%), que corresponde a energia elétrica. Resíduos (6,7%) e Agricultura (1,9%) completam o quadro. O setor campeão em poluição engloba o transporte público coletivo, individual e aeronaves. Como medida para redução, a Prefeitura aposta na ampliação na frota de ônibus elétricos e também na adesão dos cidadãos às bicicletas. Para isso, o processo de licitação de ônibus exigirá 256 veículos de transporte coletivo movidos a energia limpa e estenderá em 100km as ciclovias e ciclofaixas.

Dentre os 900 ônibus que compõem atualmente a frota do transporte público de Campinas estão em operação um ônibus elétrico, dois híbridos (diesel e elétrico) e um veículo com motor 100% a Gás Natural Veicular (GNV), sendo que eles não estão fixos em uma determinada linha. Com a licitação, prevista para 2024, a frota elétrica será ampliada para 256 veículos, que serão incorporados gradativamente ao longo de cinco anos

O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Vinicius Riverete, disse que a mobilidade sustentável e a opção por ônibus menos poluentes é uma das apostas para desenvolver o transporte público. “A eletrificação de parte da frota, prevista na nova licitação do sistema, é uma forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e promover a sustentabilidade. Estamos apostando nisso, em benefício da população e do meio ambiente”.

A professora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária Liane Nakada sugeriu a otimização da rede de transportes como uma medida eficaz na redução de emissão de carbono. “Pode ser feito um estudo das demandas, com o objetivo de repensar as rotas para um veículo não circular com uma baixa taxa de ocupação”, orientou a professora. Liane também indicou outra opção de otimização. Como o gasto de combustível de um carro é o mesmo independente da quantidade de ocupantes, ela disse que as pessoas devem se organizar para pegar carona e andarem em grupos, assim a circulação de veículos seria reduzida e, consequentemente, a emissão de CO2.

O secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas, Rogério Menezes de Mello, pediu que as pessoas passem a considerar a utilização do transporte público coletivo sempre que possível. Mello disse crer que a tendência é que as pessoas troquem os veículos gradativamente. “Com a evolução do plano cicloviário, os cidadãos passarão a utilizar mais a bicicleta como meio de transporte”. A ampliação das ciclofaixas e ciclovias é uma ação que já está sendo feita e também é parte das soluções do PLAC. Por isso, o secretário afirmou que a Prefeitura não está esperando a finalização do plano para começar a agir. “É um plano para organizar o que já está sendo feito e também acrescentar ações”. O secretário destacou ações como a implantação de parques lineares, a usina de compostagem, arborização e troca de lâmpadas amarelas por LED.

Para elaboração do PLAC, a Prefeitura conta com a assessoria técnica da organização não-governamental (ONG) World Resources Institute (WRI), que se encarregou de entregar estudos técnicos. A gerente sênior da Ação Climática Integrada do WRI, Nathalie Badaoui, explicou a parceria. “Trazemos esta perspectiva de ação climática integrada como base, que se refere a ações intersetoriais e envolvendo atores em diferentes níveis para acelerar a mitigação e adaptação às mudanças climáticas e gerar benefícios equitativos para todos os residentes urbanos, especialmente os menos atendidos por serviços públicos, ao mesmo tempo que garante a proteção e restauração dos ecossistemas naturais.”

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