MÃO ESTENDIDA

Campinas quer qualificar moradores de rua para trabalhar

Pretende colocá-los em trabalhos de manutenção da cidade, como pintura de guias e poda de grama em praças e canteiros; participantes receberão remuneração

Bruno Bacchetti
06/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 11:30
De acordo com a secretária de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, Jane Valente, poderão participar moradores de rua que estão há pelo menos dois anos na cidade ( Elcio Alves)

De acordo com a secretária de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, Jane Valente, poderão participar moradores de rua que estão há pelo menos dois anos na cidade ( Elcio Alves)

A Prefeitura de Campinas prepara um projeto para qualificar os moradores de rua e colocá-los em trabalhos de manutenção da cidade, como pintura de guias e poda de grama em praças e canteiros. Os participantes do programa vão receber uma remuneração a ser definida. A proposta ganhou o nome de "Mão Estendida" e ainda está em elaboração. A expectativa da Prefeitura é encaminhar ainda neste mês para a Câmara Municipal, junto com o pacote intitulado "Campinas do Bem". A proposta passa pelo crivo das secretarias de Assistência Social e do Jurídico e alguns detalhes do projeto estão sendo avaliados. De acordo com a secretária de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, Jane Valente, poderão participar moradores de rua que estão há pelo menos dois anos na cidade. No entanto, o número de participantes do programa ainda não foi definido. A tendência é começar com poucos moradores de rua, numa espécie de projeto piloto, ampliando a participação gradativamente."A ideia é que possa incentivar pessoas que já estão nas condições de participar, de preferência que já estejam nos serviços de acolhimento. Estamos vendo qual o número, mas a ideia é começar com número menor e ver se pode aumentar", explicou Janete.Segundo a secretária, existe a possibilidade do programa contar com parcerias envolvendo empresas privadas. "Eles necessitam muito dessa primeira oportunidade. O Jurídico está avaliando a possibilidade de fazer parcerias com entidades e empresas privadas", acrescentou.O prefeito Jonas Donizette (PSB) disse que o projeto será semelhante ao realizado com reeducandos, que realizam serviços públicos em troca da redução de pena. A diferença é que os moradores de rua terão remuneração e qualificação para serem reinseridos no mercado de trabalho. "Eles serão qualificados em áreas como jardinagem, construção civil e serviços gerais. Assim como fazemos com os reeducandos do sistema prisional, vamos dar a primeira oportunidade de retorno ao mercado de trabalho na área de serviços de manutenção da cidade", afirmou o prefeito.Jonas acrescentou que o objetivo é resgatá-los da situação que vivem nas ruas e dar suporte para que tenham condições de retomar uma vida com a família. "O projeto de humanização vai resgatar essa população. Ainda estamos elaborando o projeto e definindo o pagamento. Também estamos estabelecendo por quanto tempo será firmado o contrato de trabalho, depois que os participantes do programa forem qualificados".O projeto é maneira de dar uma melhor condição de vida aos moradores de rua. Nesta semana, a morte de um homem de aproximadamente 50 anos caso chocou a cidade. Ele foi encontrado morto debaixo da marquise de uma loja na esquina da Avenida Francisco Glicério com a Rua Ferreira Penteado, no Centro de Campinas. A princípio, a polícia suspeitava de que o homem tinha sofrido uma hipotermia, mas colegas da vítima disseram que ele não se alimentava nos últimos dias e bebia muito.

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