Sem atingir a meta de imunizar 95% do público-alvo, unidades mantêm aplicação de doses
De acordo com o balanço oficial, 78,8% das doses contra pólio e 78,50% contra sarampo foram ministradas (Cedoc/RAC)
A Prefeitura de Campinas informou nesta terça-feira que a Campanha de Vacinação contra Poliomielite e Sarampo foi prorrogada até o dia 15 de setembro. Em todo o País, a campanha segue até o dia 14 de setembro. A decisão pela ampliação do calendário da cobertura ocorreu, porque o município não atingiu a meta de vacinar 95% das 56.790 crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 anos durante a imunização nacional de vacinação, que se encerrou no último dia 31 de agosto. Ao todo, apenas 44.742 crianças contra pólio e 44.570 contra sarampo foram imunizadas, o que significa que a cobertura terminou bem a baixo do esperado: 78,8% e 78,50%, respectivamente. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde, Andrea von Zuben, as doses serão aplicadas de forma indiscriminada para o público-alvo da campanha por mais 15 dias. “Além disso, a Secretaria de Saúde está estudando ações específicas para os centros de saúde que ficaram abaixo da média. Após a tabulação dos dados, o plano de ação será montado. Acreditamos que seja mais eficaz promover ações estratégicas, que levem em consideração a situação vacinal de cada unidade”, explicou a diretora, que afirmou ainda que o alerta é para que os pais não deixem de procurar uma unidade de saúde e imunizar seus filhos. “Com a prorrogação da campanha, os pais ganharam mais alguns dias para vacinar seus filhos. O sarampo e a pólio são duas doenças graves, que podem ser evitadas com a vacina, que é segura”, completou. Ao todo Campinas possui 64 postos de saúde espalhados pela cidade. A lista completa com os locais e horários de funcionamento dos “postinhos” está disponível no site da Prefeitura, na página da Secretaria de Saúde pelo link: http://www.saude.campinas.sp.gov.br/saude/ Sarampo O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida por gotículas e aerossóis de saliva, pela fala, tosse e espirro. É extremamente contagiosa, mas pode ser prevenida pela vacina. Há risco de ser contraída por pessoas de qualquer idade, que não sejam vacinadas. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Porém, atualmente, empreende esforços para manter o certificado, já que o País registrou surtos e casos isolados da doença, sobretudo nas regiões norte e nordeste. Embora Campinas não tenha registros de sarampo confirmados neste ano, existe a necessidade da vacina pois já há casos confirmados no Estado de São Paulo e a cidade possui trânsito de pessoas do Brasil e do Exterior, por causa do Aeroporto Internacional de Viracopos e do Terminal Rodoviário Ramso de Azevedo, o que aumenta o risco do contato com a doença. Atualmente, o Brasil enfrenta dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas. Além disso, alguns casos isolados foram identificados nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará, Rondônia e São Paulo. Os sintomas do sarampo são: febre alta, acima de 38,5°C; dor de cabeça; manchas vermelhas que, geralmente, surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecidas como sinal de koplik, que antecede de um a dois dias o aparecimento das manchas vermelhas. A poliomielite também é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Ocorre com maior frequência em crianças menores de quatro anos, mas também pode ocorrer em adultos. A doença pode apresentar poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe, febre e dor de garganta, ou infecções gastrointestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarreia. A transmissão se dá diretamente de uma pessoa para outra, por meio de gotículas de saliva ou com material contaminado com fezes (contato fecal-oral), o que é crítico quando as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. O poliovírus também pode ser disseminado por água e alimentos contaminados por fezes. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido. O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem.