ENTREVISTA

Campinas pode assumir protagonismo nacional na transição energética, avalia Li LiMin

Neurocientista, professor da Unicamp e coordenador do CPDI Ibrachina/Ibrawork também disse que a aprovação do HIDS pode transformar o município em um centro de inovação

Manuel Alves Filho e Edimarcio A. Monteiro/edimarcio.augusto@rac.com.br
04/05/2025 às 09:29.
Atualizado em 04/05/2025 às 09:30

Li Li Min visitou o Correio Popular a convite do presidente-executivo do jornal, Ítalo Hamilton Barioni (Alessandro Torres)

O HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), projeto da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para atrair investimentos de empresas de alta tecnologia, integrado aos atores acadêmicos e científicos existente no entorno, tem tudo para tornar a cidade e o Brasil em um centro de inovação em dez anos. A opinião é do neurocientista e professor da universidade, Li Li Min, coordenador do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de Inovação (CPDI) Ibrachina/Ibrawork. “Campinas é o único lugar no Brasil que tem um ecossistema consolidado, pronto, para atuar na inovação, na questão da saúde, e que vai mudar não apenas a cidade, mas todo o país”, afirmou Li Li Min nesta entrevista concedida a convite do presidente-executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni.

Para ele, a criação do HIDS acontece em um momento de transição energética, com Campinas podendo ser protagonista nessa área. O neurocientista também acaba de assumir a presidência do Diretório Municipal do Partido Verde (PV) com a proposta de, por meio da sigla, difundir a discussão da sustentabilidade. Na entrevista, Min falou também dos projetos e pesquisas que desenvolveu, da importância de se preservar o meio ambiente e de avanços conquistados no tratamento de doenças como epilepsia e acidente vascular cerebral (AVC).

O senhor é natural de onde? 

Eu sou natural de Taiwan, China. Eu vim pequeno para o Brasil, aos 7 anos. Criei-me nas ruas de Curitiba. Lá eu fiz toda a minha escola, a faculdade de Medicina na (Universidade) Federal do Paraná. Tudo no sistema público. Concluída a minha formação, fui fazer residência em Florianópolis. De lá, terminada a residência, fui para Cuba fazer uma especialização na área de neuro, que era a área de meu interesse maior. Eu acabei encurtando a minha estadia, pois recebi o convite para ir à Inglaterra, para ir para o Queen Square, que a gente até brinca que é a meca da neurologia. Casei com a minha esposa, no Brasil, e acabamos ficando dois anos na Inglaterra. De lá, era para nós voltarmos, mas acabamos indo para Montreal, para um projeto colaborativo que tinha começado na Inglaterra. Era para uns seis meses, mas viraram cinco anos. Eu fiz o meu PhD em neurociências no McGill Center. Terminada essa fase, surgiu a oportunidade de vir para Campinas, frente a uma política universitária, na ocasião, que estavam abrindo vagas específicas para pessoas que tinham o currículo que eles almejavam, que viessem a desenvolver a universidade. O meu currículo foi competitivo o suficiente para poder entrar na Faculdade de Ciências Médicas. Até brinco que a minha vida foi de ilha em ilha (risos), somente neste século vim para a terra firme, em Campinas. Aqui me encontrei profissionalmente, nasceram meus dois filhos e consegui deslanchar como pesquisador independente, porque quando você está fora, obviamente, você está nos ombros de gigantes.

Como a vinda para a Unicamp foi importante? 

A gente volta com uma expectativa diferente. Naquela fase, nasceu meu primeiro filho. Quando se passa pela paternidade, a gente começa a enxergar o mundo um pouquinho diferente, enxergar que precisa cuidar das gerações futuras, do próximo. Tive convite para ficar lá, mas era para ficarmos fora um ano e acabamos ficando sete. Na época, considerei que estava preparado para voltar e contribuir, desenvolver, trazer as coisas que eu aprendi fora. Esse foi muito do sentimento que, aliado com a proposta da Unicamp, conseguimos desenvolver projetos que eu diria que foram até à frente do tempo. Até acho que precisamos trabalhar de uma maneira diferente. O cientista é muito autoral. Ele tem um grupo dele, tem um núcleo, trabalha naquela linha. Mas quando se fala do cérebro, é impossível você trabalhar isolado, porque é uma coisa tão complexa que quer várias frentes para poder desvendar os ministérios dessa caixa-preta, entender o funcionamento. A gente trouxe a proposta de que é necessário juntar forças, pegar o que há de melhor aqui, dos diversos centros de pesquisa, e fazer um consórcio, uma rede virtual para avançar nisso. A linha de estudo que estávamos fazendo foi, digamos, arrojada. Em dezembro de 2000, começamos um trabalho envolvendo dinâmica cerebral normal e patológica, com a participação de professores da USP (Universidade de São Paulo), da Paulista (Faculdade Paulista de Medicina), de São Carlos (Universidade Federal de São Carlos). Isso culminou no programa chamado CInAPCe. É Cooperação Interinstitucional de Apoio à Pesquisa sobre o Cérebro, que virou um programa específico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Gostaria que o senhor comentasse um pouco mais sobre esse trabalho, pois era uma coisa ainda pouco praticada, que é a questão da multidimensionalidade... 

Exatamente. Acho que até colocaria transdisciplinar, no sentido do que a gente estava tentando fazer. Era um grupo conectado virtualmente para traduzir todo esse conhecimento para a sociedade. Até então não era muito natural, era muito malvisto, inclusive, traduzir o conhecimento desenvolvido para que todos pudessem entender. Traduzir significa promover a cultura científica que a nação precisa, o país precisa. É mostrar para as pessoas o que você está querendo fazer em termos de pesquisa. O CInAPCe nasceu da vontade de trabalhar em grupo um tema complexo, sob diferentes frentes, diferentes profissionais. A gente deixou um legado enorme no sentido de que nós constituímos ou fortalecemos os grupos já existentes nas diversas instituições envolvidas. O pessoal de São Carlos já tinha um protótipo de uma máquina de ressonância e avançou mais ainda. Nós subimos alguns degraus e certamente formamos muitos profissionais. Acho que esse foi um ponto importante em termos de capacidade da parte humana. Muitos dos dados que adquirimos são usados até hoje. Também tiveram muitas coisas novas. Por exemplo, foi a primeira vez que nós fizemos um curso de divulgação científica de neurociências pelo Labjor, um curso que foi dado pela Univesp, a Universidade Virtual de São Paulo. Ele envolveu ética, valores, saúde e neurociências para a educação, para professores do ensino público fundamental. A princípio, envolvemos 300 professores. Já na segunda e terceira edições, milhares de professores fizeram o nosso curso nosso. Foi um material que produzimos, desenvolvemos e levamos essa interlocução para as escolas.

O senhor trabalhou muito também com pesquisas na área da epilepsia? 

Ao mesmo tempo, por aquela ocasião, eu participei de um projeto da OMS (Organização Mundial da Saúde), que era uma campanha global sobre a epilepsia. Quando voltei para o Brasil, comecei a ampliar a visão para, digamos, uma um pouquinho mais holística. Na mesma época, eu fui convidado para dar uma palestra em um evento chamado Estigma nas Doenças. Havia estudos a respeito de várias possibilidades, mas essa parte de dor que os pacientes sentem era desconhecida, por incrível que pareça. É um lado muito humano. Eu senti cada vez mais a necessidade de trazer um pouquinho mais de humanidade para o que eu fazia também. Nisso que eu entrei na campanha global, montei um projeto que é uma referência hoje na OMS. Antes da doença, existe a pessoa, existe o ser humano. Existe esse sofrimento que a pessoa tem. Não só ela, mas a família. Então, eu pude adentrar nesse universo, que é um estigma. Com isso eu fundei uma ONG, que é a Aspe, a executora oficial da epilepsia dessa campanha global no Brasil. Também ajudei a fundar uma federação dos pacientes, sempre os empoderando na busca pelos seus direitos. Até hoje eu recebo mensagem pedindo informação, consulta, encaminhamento. Esse trabalho, obviamente, me rendeu vários prêmios, reconhecimento. O maior foi ser embaixador da epilepsia, uma comenda que é dada pela Liga Internacional e pelo Escritório Mundial dos Pacientes com Epilepsia. São dois órgãos mundiais, internacionais, um dos profissionais e outro dos pacientes, que reconhecem personalidades mundiais que fizeram um trabalho significativo para a causa da epilepsia na esfera mundial.

Qual a prevalência da epilepsia na população?

Quando vamos dar palestra, falamos: imagina uma pessoa com epilepsia. Feche os olhos e imagine. Você imaginou Machado de Assis, Dostoiévski Júlio César? A gente não está falando que a epilepsia é sinal de genialidade, mas que ela acomete quem tem um cérebro. E todos nós temos e todo mundo está em risco, principalmente quando tem um cérebro que é danificado por alguma razão, seja infecção, trauma, problema no parto. A parte genética é a minoria das vezes. Ela atinge 1% da população. É uma doença que não é tão difícil de tratar, mas que tem a questão do estigma. Esse é um ponto que eu sempre falo: é preciso trazer uma série de inovações para melhorar o processo de atendimento. Por isso, eu acabei indo fazer um curso de administração, porque achava que boa parte do problema do sistema de saúde era realmente de gestão. Esse curso foi feito na PUC (Pontifícia Universidade Católica), com uma filosofia chamada pensamento enxuto, que vem do sistema atual de produção (da indústria). (A expressão) em inglês é Lean Thinking. Eu sou uma das referências nessa linha de metodologia no Brasil. Até escrevi um livro, bem no começo, e cedi os direitos autorais para o Ministério da Saúde usar no programa dele de treinamento, no programa da UPA. O Ministério da Saúde entendeu que é preciso realmente trabalhar a gestão. Existe muito desperdício. Se você tem R$ 1 milhão e consegue uma economia na casa de 30 % 40%, terá R$ 300 mil, R$ 400 mil a mais para você investir no que você quiser. Como médico, a gente pensa de uma maneira. Como administrador, você pensa de outra. É preciso ligar, ter essas percepções.

O senhor também tem trabalhos na área do acidente vascular cerebral, o AVC?

Em 2005, eu jogava bola com os médicos residentes à noite. Era uma confraternização, depois tinha um bate-papo. Foi quando um jovem perguntou o motivo de não termos um serviço de AVC. No afã de querer melhorar, fui picado por um bicho, falei que compraria essa briga, no sentido de montar um serviço voltado ao AVC. Ainda hoje é a doença que mais mata no Brasil. Ela superou o coração, o câncer e é a principal causa de incapacidade física adquirida em adulto no mundo. O AVC, ele tem uma medicação chamada de trombolítico, que se dá na veia, mas o paciente precisa estar dentro de uma chamada janela, de até, na época, três horas. Hoje, quatro horas e meia. A pessoa precisa reconhecer o AVC, procurar um hospital e a unidade estar preparada para fazer o diagnóstico e começar o tratamento. Eu sempre falo que tempo é cérebro. Eu montei o serviço, mas não só na Unicamp, e trouxe para a discussão o pessoal do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), da PUC, do Mario Gatti. Falei que nós precisávamos enxergar que esse é um problema aqui da cidade. Como que vamos resolver, tentar montar uma rede aqui de articulação... para onde vamos, quais os lugares que não podiam receber... Fizemos uma série de discussões. Obviamente, alguns lugares foram para frente, alguns não foram. Hoje, o Hospital de Clínicas da Unicamp, o HC, é um centro de referência da região. A gente briga para que façam mais esse tipo de atendimento, 24 horas por dia, sete dias por semana.

O que fazer para ter um cérebro saudável? 

É preciso cuidar dele. Eu parei de beber porque isso afeta o cérebro. Eu gostava principalmente de um uísque, vinho, mas parei total para preservar o cérebro. Foi uma coisa mais libertadora, eu diria. Até achava que não ia conseguir, mas eu parei. Não sinto falta e fez uma economia brutal no bolso. Hoje, já se sabe que o álcool está relacionado com o câncer. É cancerígeno.

Como está o tratamento das doenças neurológicas na rede pública de saúde, o SUS? 

Quando nós fizemos uma pesquisa sobre a epilepsia na região de Barão Geraldo em São José do Rio Preto, para saber quantas pessoas tinham a doença, chegamos a um número de basicamente de 1% da população, um número igual no mundo todo. Daí também perguntamos se estavam fazendo tratamento. Chegamos à conclusão que a proporção era igual em todas as classes sociais. Tendo dinheiro ou não, o nível de tratamento nesses grupos é semelhante. Isso nos diz alguma coisa: mesmo com dinheiro, talvez você não consiga ter acesso a um bom profissional. É uma coisa esquisita. Talvez, o nosso SUS, dentro de uma realidade, não está tão ruim assim. Eu também gosto mais dessa hipótese. Quando nós começamos, nenhum lugar fazia tratamento trombolítico. Por mais que você tivesse dinheiro, você não ia ter esse remédio disponível. Naquela época, por mais que você chegasse no centro, também não encontraria pessoas treinadas, equipes formadas para fazer aquele tipo de procedimento. No caso do AVC, essa realidade mudou. Para onde você vai correr aqui? O único lugar, realisticamente falando, que vai funcionar é o HC, que é público. No final das contas, as pessoas falam muito mal do SUS, mas não têm noção da realidade. Por mais que você tenha dinheiro, você não consegue esse tipo de tratamento.

Com o senhor vê o uso do canabidiol no tratamento da epilepsia? 

Além de traduzir a ciência, uma descoberta, é preciso ter mão dupla nessa comunicação, porque a sociedade tem as suas demandas, traz questionamentos. Esses questionamentos são importantes para você vir com uma resposta. Um exemplo é o canabidiol. O movimento da cannabis medicinal surgiu com o casal Fisher, que tinha uma filha com epilepsia. Ela faleceu. A sociedade se sensibilizou, o poder público, a parte legislativa... os juízes abriram precedentes para que se pudesse usar o canabidiol no tratamento. Até então não era permitido estudar essa substância, mas, daí, uma série de pesquisas mostrou que para certos tipos de epilepsia o canabidiol tem efeito, funciona. Tamanha é a evidência que essa substância foi incorporada no Sistema Único de Saúde.

Mas ainda há muito preconceito em relação ao canabidiol por ele vir da cannabis sativa? Isso tem que ser melhor trabalhado com a sociedade? 

Exatamente. O uso não veio do cientista, mas do apelo de uma família. Então, eu vejo essa interlocução com os pacientes como muito importante. A pessoa vive com a doença, ela tem a doença. A família pode notar vários aspectos psicológicos. A partir daí, foi desenvolvido um material que hoje é referência em termos de estímulo. Essa união é riquíssima.

Em meio a um trabalho científico intenso, o senhor assumiu a presidência do Diretório Municipal do PV. Por quê? 

O PV, acredito, veio meio que na esteira da ciência, inovação, a questão da internacionalização e a da sustentabilidade. A questão da sustentabilidade, digamos, é uma coisa que eu já venho trabalhando com um pouquinho mais de intencionalidade nos últimos anos. Não tem como discutir a questão da sustentabilidade sem entrar na política, Ela é uma parte importante. Eu entrei no PV não como uma disputa do poder em si, muito mais como uma possibilidade de transformação. Utilizar o partido para trazer o tema de sustentabilidade como uma força transformadora mesmo, trazer isso numa mesa de discussão mais ampla, que envolva o acadêmico. A sustentabilidade não é uma coisa que dá para discutir isoladamente. Já está provado como os eventos climáticos afetam o nosso cérebro. O Alzheimer é um dos problemas que está relacionado com mudanças climáticas. A questão de neurodesenvolvimento, TDAH, autismo, tudo isso tem um ponto de interseção com a questão de mudanças climáticas. A questão neurológica é cada vez mais evidente. O cinturão da queimada na Amazônia traz consequências para a saúde. A ocorrência de queimada aumenta o número de AVC e de outras doenças neurológicas. Então, essa discussão pertence a todo mundo.

O senhor também é defensor da implantação do HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) da Unicamp? 

Recentemente eu fui convidado para assumir a posição de vice-presidente de programas e projetos da Fundação Fórum Inovação e Sustentabilidade de Campinas, que faz parte da discussão do HIDS. Ele realmente tem tudo, se der certo, para mudar Campinas em dez anos. Campinas é o único lugar no Brasil que tem um ecossistema consolidado, pronto, para atuar na inovação, na questão da saúde, e que vai mudar não apenas a cidade, mas todo o país. Eu também assumi a função de coordenador do Centro Pesquisas e Desenvolvimento de Inovação (CPDI) Ibrachina/Ibrawork, que fica no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. Eu estou tendo uma inter-relação muito grande com a China, tenho trazido empresas chinesas, construído parcerias boas. Eu estou costurando esse relacionamento para preparar o terreno de uma internacionalização. É preciso ter uma internacionalização inteligente, no sentido de o Brasil adquirir e desenvolver novos conhecimentos. Campinas tem, por vários aspectos, condições de captar esses investimentos. A sua logística conta com aeroportos, rodovias conectadas, futuramente terá transporte ferroviário, possibilidade de expansão... esses centros tecnológicos, o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), o Sirius, no futuro o único laboratório de contenção biológica de máxima segurança (NB4) conectado a uma fonte de luz síncrotron, o CPQD, Instituto Eldorado, Santander, a Unicamp, Facamp, a PUC, Cargil e outros organismos envolvidos na implantação do HIDS. Em 10 anos, ele tem tudo para realmente se tornar um hub internacional de inovação.

A ligação de países do Sul global é uma boa opção para o HIDS e para o Brasil? 

Eu acho que o Brasil precisa ter o seu olhar muito claro para o que interessa a ele. O país não precisa buscar apenas parceiros no Norte, mas também buscar ligações com a Ásia. É preciso atrair empresas, empreendedores, startups que trabalhem nesse ramo, que convivam e que respirem o ar da inovação juntamente com o acadêmico. As boas ideias acontecem em um esbarrão. O HIDS vai proporcionar essa proximidade. Eu estou tentando costurar esse Parque do Cérebro, um complexo ligado à questão da neurociência. Muitas outras coisas podem surgir, as possibilidades são muito grandes. O que nós precisamos fazer é que isso ocorra junto com a preservação do meio ambiente, com sustentabilidade. O Brasil precisa perder o complexo de vira-lata e, nesse momento, olhar os interesses da nação, o que é melhor, não ser mais subserviente. É realmente ver onde nós podemos desenvolver mais e não ficar ligado a uma nação que considera a gente como fundo de quintal.

O Brasil tem potencial para se tornar uma liderança mundial na transição energética? 

Eu vejo que o Brasil já é um dos países mais sustentáveis. O programa de álcool combustível é nosso. E acho que tem uma potencialidade realmente de avançar muito a questão de transição energética para carros. Não é à toa que o BYD, GWM vieram para o Brasil. Temos que aproveitar esse movimento e estar preparados para absorver todo esse conhecimento que pode surgir, tratar essas questões de uma maneira inteligente. Absorver esses conhecimentos e desenvolver novos de uma maneira mais rápida em uma área concentrada. O HIDS tem essa característica e isso pode gerar muita riqueza. Um exemplo: o Porto Seco, lá de Pernambuco. Eu vi esses dias que ele responde hoje por 6%, 7% do PIB do Estado, só aquele pedacinho. É um modelo econômico para qual nós podemos ir. Campinas pode assumir, deve assumir essa liderança. Eu falo isso com muito entusiasmo.

Uma última pergunta que a gente sempre faz para os entrevistados: o senhor tem muitas atividades, é muito intenso. Como é que relaxa? Qual o hobby? 

Eu toco guitarra. Guitarrista elétrico tem que ser roqueiro, não tem outra opção. A gente tem que estimular o cérebro, e uma das melhores formas é a música. Você apura a destreza, a memorização. Eu tento relaxar um pouquinho tocando.

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