Doença já matou 88 pessoas na Região Metropolitana; metrópole acumula 37 casos
Em Campinas, além dos mutirões realizados aos sábados, a Prefeitura tem investido em ações diárias para identificar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue; população deve ficar atenta e procurar eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas (Kamá Ribeiro)
O total de vítimas fatais por dengue este ano chegou a 88 ontem na Região Metropolitana de Campinas (RMC), que soma 161.389 casos positivos da doença, 3.371 com sinal de alarme, 252 notificações do tipo grave e 116 óbitos em investigação. Campinas confirmou mais duas mortes, enquanto a cidade de Nova Odessa teve um novo registro de vítima fatal e Valinhos confirmou o quarto óbito, de acordo com atualização da Secretaria de Saúde de Campinas e do Painel de Dengue do Estado de São Paulo.
Apenas em Campinas, que enfrenta a sua pior epidemia desde 1998, quando teve inicio a série histórica, são 106.518 casos, 37 mortes e três notificações de chikungunya. Pelo Painel de Monitoramento de Arboviroses Municipal, da última sexta-feira até ontem foram mais 1.763 confirmações da doença cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti. Pelos dados do Estado, Campinas ainda tem 71 óbitos sendo investigados, 2.624 casos com sinal de alarme e 151 graves.
A segunda morte registrada por dengue em Nova Odessa é de uma mulher que tinha 54 anos. A causa do óbito foi confirmada na segundafeira pelo Instituto Adolfo Lutz. De acordo com nota da Prefeitura, a paciente foi atendida no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp após apresentar sintomas no dia 6 de maio. Ela foi a óbito quatro dias depois. A cidade de Nova Odessa não registrava mortes por dengue desde 2015, ano em que três pessoas morreram em decorrência da doença. O município tem 3.323 notificações positivas, cinco com sinal de alarme e quatro graves, além de 5 óbitos em investigação.
Em Valinhos, a doença fez a sua quarta vítima fatal. O Instituto Adolfo Lutz emitiu o resultado de mais um óbito que estava em investigação por suspeita de dengue. O laudo confirmou a doença como causa da morte de uma moradora de Valinhos de 67 anos no dia 1º de maio. Na última semana, outros três laudos também confirmaram a doença como a causa da morte de dois homens de 66 e 45 anos, que faleceram no dia 6 de maio, e de uma mulher, de 42 anos, no dia 7 também do mês passado. A cidade tem, de acordo com o Estado, 5.766 casos, 43 com sinal de alarme, 12 graves e 10 óbitos em investigação.
VACINAÇÃO
A Secretaria de Saúde de Campinas registrou a aplicação de 13.182 doses de vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos desde o início da campanha, em 11 de abril, até a tarde da última segunda-feira. Os imunizantes seguem disponíveis nos 68 centros de saúde (CSs) da cidade. O montante representa 72% do total de doses (18.063) encaminhadas ao município pelo Ministério da Saúde em abril deste ano.
Não é preciso realizar agendamento para receber a vacina contra a dengue. Basta levar documento de identidade com foto e a carteira de vacinação (se tiver). “É importante que os pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes se conscientizem sobre a importância da vacinação. A dose é segura e importante para evitar sintomas graves da dengue”, destacou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli.
O esquema vacinal recomendado corresponde à administração de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A operacionalização da campanha é uma decisão de cada município. A partir de julho, deve ter inicio a segunda fase da vacinação.
As salas de vacinação funcionam conforme horário de funcionamento de cada CS. Detalhes sobre cada unidade básica, incluindo endereços e contatos, podem ser conferidos na página vacina.campinas.sp.gov.br.
MUTIRÃO
A pasta da Saúde Municipal também divulgou o balanço do último mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. No sábado, dia 8, foram visitados quatro mil imóveis naquele que foi o 19º mutirão do ano. A ação ocorreu em nove regiões próximas ao Aeroporto Internacional de Viracopos: Jardim Nova América, Vila Aeroporto, Jardim Maria Rosa, Telesp, Jardim Paraíso de Viracopos, Parque Montreal, Jardim Petrópolis, Residencial da Paz e Irmãos Sigrist. Na semana anterior, o trabalho já havia percorrido 11 áreas próximas a Viracopos.
O trabalho reuniu 150 pessoas, incluindo agentes de saúde, voluntários e funcionários da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas. Desde janeiro, este tipo de mobilização já percorreu 83,4 mil locais em 133 bairros para remover criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e orientar os moradores sobre a prevenção à doença.
Ao todo, 48% dos imóveis estavam inacessíveis por estarem fechados, desocupados ou em virtude do impedimento de moradores. Funcionários da Secretaria de Serviços Públicos também realizaram trabalhos ao longo do mutirão para remover lixo e entulho das áreas.
A melhor forma de combater a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d'água e manter fechados vasos sanitários inutilizados. 80% dos focos do mosquito vetor da doença estão nas residências, portanto a população deve contribuir com vistorias internas pelo menos uma vez por semana. Caso sinta febre, a Saúde alerta para não menosprezar o sintoma e procurar uma unidade básica de saúde.
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