FUTURO

Campinas mapeia desafios dos idosos

Estudo ajudará a identificar necessidades e buscar soluções para uma população que só cresce

Alenita Ramirez
23/03/2019 às 14:23.
Atualizado em 04/04/2022 às 20:50

Campinas tem 3.213 pessoas com mais de 90 anos de idade e 96.321 entre 65 e 89 anos. No total, 99.534 idosos fazem parte da história da grande metrópole. Os dados são do Data SUS/2019 do município, divulgado pelo Conselho Municipal do Idoso. De acordo com a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, a cidade teria um total de 1.194.094 habitantes. Com base nesse número, o grupo de pessoas maiores de 65 anos representaria 8,34% da população local. Apesar de o percentual estar abaixo dos dois dígitos, o contingente de idosos já preocupa as autoridades local. No final do ano passado, o Conselho Municipal do Idoso contratou, por meio de licitação, a empresa Ação Social para produzir o “Diagnóstico da Pessoa Idosa do Município de Campinas”, no qual constará o perfil, o número real, onde moram, com quem vivem e com quanto dinheiro sobrevivem os idosos da cidade. O material já está sendo produzido e a pesquisa começou com os dados do Cadastro Único do Governo Federal. “Queremos entender mais nitidamente o perfil e as necessidades dos idosos. Em um primeiro momento, a empresa vai usar os dados existentes dos governos e depois ela irá a campo, conferir os dados”, disse a presidente do Conselho Municipal do Idoso e diretora do Departamento de Operações da Assistência Social, Sílvia Jeni Brito. “Temos muitos dados, mas não organizados da forma que queremos a partir de agora”, explicou. Além de informações sobre os idosos, o estudo também vai apurar referências de políticas públicas implantadas na cidade, em todos os setores, tais como serviços ofertados na Cultura, Saúde, Educação, Esporte, Lazer e outros. “Qual é a realidade do idoso que vive em Campinas? Ele tem várias ofertas? É bom frisar que o grupo de idosos está dividido em ativos, semidependentes e dependentes. Para cada grupo tem que ter uma oferta de serviço que venha atender às necessidades deles. São grupos que precisam de espaços para sua convivência”, disse Sílvia. Um dos grandes desafios hoje para o poder público é atender os idosos dependentes, em especial os que não têm famílias para cuidar deles. De acordo com Sílvia, a maioria das instituições destinadas a idosos em Campinas é da rede privada. No entanto, ela ressalta que atualmente o município tem convênio com ao menos seis instituições, que ofertam um total de 100 vagas, todas preenchidas. “Os idosos têm seus direitos de assistência garantidos por lei e será que as políticas públicas hoje oferecem de fato proteção para essa população? Será que os municípios estão preparados para responderem às necessidades dos idosos futuramente? São perguntas que precisam de respostas seguras”, disse a presidente do Conselho Municipal. Essas duas questões serão levadas para discussão na 8ª Conferência Municipal de Pessoa Idosa, que é organizada pelo Conselho e será realizada na próxima quinta e sexta-feira (dias 28 e 29), das 9h às 17h, no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Apesar de ser aberto ao público, o evento disponibiliza 300 vagas, sendo que já conta com 225 inscrições. O tema do debate será “Os desafios de envelhecer no século 21 e o papel das políticas públicas”. “Ao mesmo tempo que temos que celebrar o envelhecimento, pois é a maior conquista da humanidade, temos que pensar como as políticas públicas vão acompanhar esse aumento de idosos. O aumento de pessoas maiores de 65 anos traz um impacto grande para as diversas áreas e temos que repensar como fazer para atender esse grande contingente que a cada ano mais acelera no Brasil”, frisou Sílvia.

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