Já o impacto na Indústria deve chegar, na semana que passou, em cerca de R$ 420,0 milhões pelo efeito da crise, segundo a Acic.
Mercados do centro sofrem com a greve r (Matheus Pereira/Especial para AAN)
A paralisação dos caminhoneiros já causou um impacto superior a R$ 1,1 bilhão na economia de Campinas desde o seu início, segunda-feira passada. De acordo com levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), o prejuízo engloba os três segmentos mais significativos da economia: bens e serviços, comércio varejista e indústria. Como a normalização do fornecimento de combustíveis, alimentos e insumos hospitalares, entre outros itens, ainda deve levar alguns dias, a tendência é que o déficit no consumo campineiro cresça ainda mais até o fim desta semana. O primeiro impacto verificado no estudo foi na redução de consumo de bens e serviços, principalmente nos produtos de alimentação básica, nos centros de abastecimento (Ceasa, supermercados, mercearias e outros). A queda foi de 60%, algo em torno de R$ 480 milhões. O segundo impacto afetou diretamente o comércio varejista, com redução diária de 70% nas vendas nas lojas do Centro ou de shoppings. Desde a última semana, o prejuízo no comércio atingiu R$ 212,3 milhões. A greve tem gerado no dia a dia até cenas vistas somente em feriados, como o calçadão da Rua 13 de Maio praticamente vazio nas primeiras horas da manhã. Sem fornecimento de gasolina, etanol e diesel, os postos de combustíveis também sofrem. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap), Campinas e o Aeroporto Internacional de Viracopos têm 178 postos. Com vendas quase zeradas desde a última quinta-feira, houve retenção diária de vendas de 3,6 milhões de litros, correspondendo a uma perda de R$ 11,5 milhões por combustíveis não consumidos. Por fim, o terceiro principal impacto da paralisação dos caminhoneiros reflete as indústrias, que tem uma perda na produção de bens e equipamentos de 60%, superando os R$ 420 milhões, paralisando grande parte de sua linha de produção. Em muitas delas, por falta de itens básicos para produção, as empresas decidiram dar férias aos empregados da linha produtiva. Em dezenas de multinacionais da região, como IBM, Ambev e EMS, a maioria dos funcionários foi liberada para trabalhar de casa (home-office). Na 3M e na Honda, até as atividades da manufatura foram suspensas.