Trabalhadores da Sanasa realizam substituição da rede de água por meio de um método menos destrutivo: Campinas está à frente de algumas capitais em investimentos públicos (Kamá Ribeiro)
Campinas está entre as dez cidades da Região Sudeste que realizaram em 2021 os maiores investimentos em obras e melhorias públicas. O município aparece na oitava colocação do "Anuário Multi Cidades - Finanças dos Municípios do Brasil", elaborado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O levantamento avaliou e classificou os 100 municípios que mais investiram no país. Considerando todas as regiões, Campinas também ocupa um lugar de destaque. O município subiu uma posição e ocupa agora a 16ª colocação em investimentos, com R$ 334,5 milhões aplicados em infraestrutura no ano passado.
Pelo levantamento, São Paulo, que também é o primeiro colocado no ranking dos maiores investimentos do país, soma R$ 3.81 bilhões em gastos com investimentos em 2021. Em segundo lugar no ranking da Região Sudeste vem o município de Belo Horizonte (MG), com R$ 831,8 milhões investidos, seguido das cidades de Barueri, com R$ 740,1 milhões e Rio de Janeiro (RJ), com R$ 602 milhões. Ficaram ainda na frente de Campinas os municípios de São Bernardo do Campo (SP), com R$ 372,1 milhões, Guarulhos com R$ 367,1 milhões e Maricá (RJ) R$ 339 milhões.
O desempenho de Campinas nos investimentos públicos coloca a cidade à frente de municípios como Niterói (RJ), com R$ 294,7 milhões, e São José dos Campos, com R$ 282,1 milhões, que completam a lista dos dez primeiros da região Sudeste.
A posição de Campinas foi conquistada apesar da queda de 3,3% do montante aplicado na comparação com o período anterior, ano em que os recursos superaram os R$ 346 milhões. Na lista das 100 primeiras colocadas da Região Sudeste, não consta nenhum outro município da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Na classificação geral de investimentos públicos, Campinas está à frente de algumas capitais brasileiras, como Cuiabá, João Pessoa e Campo Grande, e aparece na 16ª posição, colada com Goiânia, que figura em 17º lugar, com um total de R$ 334 milhões investidos.
Conforme o estudo, no geral, os investimentos das cidades brasileiras recuaram 16,9% em 2021, em comparação com o exercício anterior, atingindo R$ 58,98 bilhões, em valores corrigidos pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Conforme a economista Tânia Vilella, uma das responsáveis pelo desenvolvimento do anuário, a queda nos investimentos públicos das grandes cidades no último ano era esperada e seguiu uma trajetória de anos de primeiro mandato de governos municipais. "Esse recuo foi verificado nos anos de 2017, quando o recuo foi de 36,2%, em 2013 de 25,3%, em 2009 de 25,1%, e em 2005 de 20,2%, todos anos de primeiro ano de governo", explica.
No geral, ela reforça que os investimentos municipais de 2021 foram equivalentes aos efetuados em 2013, de R$ 60,23 bilhões, e 83,9% maiores que os realizados em 2017, de R$ 32,76 bilhões. A economista lembra ainda que, além de 2021 ser ano de primeiro mandato, houve também os reflexos da crise provocada pela pandemia da covid-19 "Tivemos a crise aguda na economia brasileira e seus impactos nas finanças municipais foi inevitável", disse.
Apesar do recuo verificado no geral entre as cidades brasileiras acompanhadas pelo estudo, Campinas ganhou uma posição na classificação geral de investimentos públicos, passando do 17º lugar no ranking geral em 2020 para se tornar a 16ª colocada, no relatório atual, de 2021. Na cidade o recuo de investimentos foi de 3,3% entre 2020, último ano de mandato do governo Jonas Donizette e 2021, primeiro ano do governo Dário Saadi (Republicanos).
Segundo o secretário municipal de Finanças, Aurílio Caiado, a diferença no montante investido é pequena se considerado que em primeiro ano de mandato ocorre o planejamento dos investimentos que irão ser aplicados nos anos seguintes. Para ele, a cidade conseguiu equilibrar suas finanças já no primeiro ano de mandato e manter um nível de investimento próximo ao registrado no último ano do mandato anterior.
"Tivemos muitos recursos aplicado nas obras do BRT, mas apesar do primeiro ano de mandato ser um ano de planejamento para investimentos que são projetados para o segundo ano, tomamos a providência de fazer alguns financiamentos que nos garantiu manter um nível de investimento se não igual parecido com o aplicado no ano anterior", disse.
O secretário atribui o resultado ao empenho da atual Administração no sentido de reduzir o gasto público e no trabalho de captação de recursos por meio de emendas parlamentares e outras fontes de financiamento para a realização de investimentos. "Isso abre uma boa perspectiva de mantermos os investimentos públicos para os próximos anos em patamares elevados", comentou.
Caiado cita também o superávit primário registrado nas contas públicas do município em 2021, que ampliou a autonomia da cidade no que diz respeito à capacidade de investir sem depender do estado e da União. "O nível de dependência do Estado e da União diminui", destaca. O secretário reforça que o trabalho atual na administração está focado em garantir que Campinas encerre novamente o ano com superávit. "Esse esforço que estamos fazendo para fechar o ano com um novo superávit se transformará em investimentos nos anos seguintes", disse.