COMBATE AO MOSQUITO

Campinas faz mutirão da dengue com o apoio de 100 voluntários

Em meio à epidemia, Nova Odessa também decreta estado de emergência

Paulo Medina/ [email protected]
17/03/2024 às 11:22.
Atualizado em 17/03/2024 às 11:22
Agentes de saúde realizam mutirão contra a dengue em Campinas (Kamá Ribeiro)

Agentes de saúde realizam mutirão contra a dengue em Campinas (Kamá Ribeiro)

Em um período de apenas 24 horas, Campinas observou um aumento preocupante de 1.175 novos casos de dengue, totalizando agora 20.642 infecções confirmadas. Em resposta a essa situação alarmante, neste sábado (16), a cidade liderou o primeiro mutirão regional contra a doença, envolvendo todas as 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O mutirão contou com a participação ativa de cerca de 200 pessoas, incluindo mais de 100 voluntários dedicados. Além disso, diante desse cenário crítico, Nova Odessa tornou-se a quinta cidade da região a declarar estado de emergência devido à dengue, com um total de 521 casos registrados em 2024, destacando também a presença do sorotipo 2 em circulação.

"Hoje estamos realizando o primeiro mutirão da região metropolitana. As 20 cidades estão se unindo para um grande esforço de mobilização social. São quase 200 pessoas, incluindo mais de 100 voluntários que se juntaram aos agentes com dois propósitos principais: identificar moradores doentes, possivelmente com febre, ou seus familiares, e incentivá-los a procurar o Centro de Saúde em vez de permanecerem em casa; além de ressaltar a importância da eliminação de criadouros pelo menos uma vez por semana. O feedback tem sido bastante positivo, as pessoas têm nos recebido bem, e esta iniciativa está se mostrando extremamente importante", afirma Andrea von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas. Ela enfatiza que a integração metropolitana é "essencial para enfrentar a epidemia", dada a "proximidade e a grande circulação de pessoas" na região.

A agenda regional simultânea foi definida pelo Conselho de Desenvolvimento da RMC durante reunião realizada em Campinas há uma semana com os prefeitos e autoridades de saúde. Em Campinas, o mutirão começou por volta das 8h no Conjunto Habitacional Padre Anchieta. O encontro das equipes ocorreu no Centro de Educação Infantil (CEI) Professor Jorge Leme. O mutirão local reuniu cerca de 200 participantes, incluindo voluntários, agentes de saúde e funcionários de uma empresa terceirizada de controle de pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

A Prefeitura segue com a estratégia de usar drones para localizar criadouros em grandes espaços como piscinas e caixas d'água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. 

Segundo dados do painel estadual da dengue, a RMC somava até a sexta-feira (15), 26.882 casos confirmados e quatro mortes. São três em Campinas e uma em Santo Antônio de Posse. Além disso, a RMC totaliza 19 casos graves de dengue. 

Nova Odessa decretou emergência e se uniu a Campinas, Pedreira, Jaguariúna e Santo Antônio de Posse na região que figuram entre as que publicaram o decreto municipal.

Em Nova Odessa, a Prefeitura informou que a razão do decreto é a necessidade de incrementar ações complementares ao que já vem sendo feito para a contenção da propagação de arboviroses, em especial da dengue. "Nova Odessa fica apta a captar recursos federais e estaduais disponibilizados emergencialmente para o tratamento e cuidados médicos com pacientes sintomáticos. Além disso, a situação de emergência autoriza a Prefeitura a adotar todas as medidas administrativas necessárias à contenção de arboviroses, em especial a aquisição de insumos e materiais, a doação e a cessão de equipamentos e bens e a contratação de serviços", diz.

A cidade levou em conta fatores como o alto número de notificações dos serviços de Saúde para quadros clínicos de dengue, já caracterizado como situação de epidemia, bem como a necessidade de mobilização da população para o combate diário aos focos de criadouros.

Nova Odessa promoveu o mutirão com a mobilização de voluntários, que atuaram em apoio à equipe do Setor de Zoonoses. Foram visitados cerca de 600 imóveis do Jardim Santa Rita 1, com boa receptividade da população.

Ao longo da manhã, foram recolhidos 72 sacos de lixo de 50 litros de materiais inservíveis em geral, que continham ou poderiam reter água parada. 

Americana participou do mutirão regional, com trabalhos de recolhimento de criadouros no Parque Gramado e distribuição de folhetos na região central.

No Parque Gramado a estimativa era de que 650 imóveis fossem visitados pelos agentes até o fim da tarde. Já na área central da cidade os trabalhos foram realizados apenas no período da manhã, por uma equipe de fiscais da Vigilância Sanitária. Nesta ação, foram visitados 80 estabelecimentos comerciais e aproximadamente 500 pessoas receberam orientações.

Em Valinhos, a Prefeitura informou ações de conscientização realizadas em várias regiões, como nas entradas e saídas da cidade com a entrega de informativo na forma de blitz, entrega de panfletos no São Cristóvão e São Marcos, além da montagem de tendas no Largo do São Sebastião com amostra de larvas. "Vamos tentar conscientizar o máximo possível de pessoas aqui na cidade para eliminar os criadouros e conscientizar para reduzir o número de criadouros e também o número de Aedes aegypti em nosso município. Pensamos em várias maneiras de conscientizar as pessoas, uma delas é o trabalho de BCC, bloqueio de controle de criadouros, com a entrega de informativos contendo o ciclo do mosquito da dengue", explicou Nilcio Antonello, coordenador de apoio à Vigilância em Zoonoses de Valinhos.

EXTREMOS CLIMÁTICOS

Campinas ainda contou neste sábado com a primeira capacitação de líderes comunitários visando o enfrentamento de extremos climáticos. A rodada de treinamentos começou pela região Sudoeste, na Escola Estadual Professor Newton Pereira Neves, região da Vila Aeroporto, no Ouro Verde, abordando assuntos como monitoramento de riscos, alertas e ferramentas do site Campinas Resiliente e orientações sobre como autoproteção em relação às chuvas fortes.

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