PATRIMÔNIO

Campinas estuda tombamento de dois imóveis no Centro

Sede da Academia Campineira de Letras e Artes e o Núcleo Espírita São Miguel serão analisados pelo impacto histórico na cidade e também pela marca arquitetônica dos edifícios

Sarah Brito
sarah.brito@rac.com.br
11/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 11:05

O Núcleo Espírita São Miguel também será estudado pelo Condepacc, cuja sede fica na rua Mário Siqueira ( César Rodrigues/ AAN)

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) aprovou na última semana a abertura do processo de estudo de tombamento de dois imóveis: a sede da Academia Campineira de Letras e Artes e Núcleo Espírita São Miguel. Os imóveis ficam na região central e serão analisados pelo impacto histórico na cidade e também pela marca arquitetônica dos edifícios. Segundo a coordenadora do Condepacc, Deise Ribeiro, esses dois estudos estão em uma fase inicial e não há previsão de quando vão ser entregues. "Provavelmente vamos entrar nesse assunto no próximo semestre", disse. A abertura dos processos foi feita no dia 2 de junho. A Academia Campineira fica na rua Doutor Mascarenhas e é uma entidade artístico-cultural, criada com a finalidade de promover e ambientar as artes e a literatura na cidade. São quarenta membros titulares ocupando as cadeiras acadêmicas. Essas cadeiras têm nome de personalidades artísticas e literárias. Foi fundada em 1970. Hoje, a Academia funciona em prédio cedido pela municipalidade. As sessões são abertas ao público, todo último sábado do mês, às 15h30. Anualmente, a entidade premia duas personalidades culturais e artísticas com a medalha Samuel Lisman, jornalista e escritor.O Núcleo Espírita São Miguel também será estudado pelo Condepacc, cuja sede fica na rua Mário Siqueira. A Academia Campineira de Letras e o Núcleo Espírita São Miguel foram procurados para comentar o estudo, mas não foram encontrados.Feirinha do Cambuí O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) também estuda registrar como bem de natureza imaterial a "Feira de Arte, Artesanato, Antiguidades, Quitutes e Esotéricos", conhecida como feira Hippie, como patrimônio cultural do município. Atualmente, a feirinha é realizada no Centro de Convivência Cultural (CCC) de Campinas. O registro é um pedido do vereador Gustavo Petta, da Associação dos Artesãos de Campinas e Associação dos Antiquários de Campinas. A proposta é que Campinas reconheça a feirinha como uma marca da cidade. Como exemplo, o jongo - dança brasileira de origem africana - é considerado bem imaterial da cidade. Se for aprovado, a Prefeitura terá que incentivar e proteger a feira. Além do jongo, nessa categoria de preservação já estão incluídos em Campinas o nome Aeroporto Internacional de Viracopos e a capoeira.Diferente do tombamento de um bem material, onde uma edificação recebe o status de patrimônio e tem que ser conservada e preservada, o registro de um bem imaterial preserva cultura, memória, identidade. Os artesões esperam que a aceitação da reivindicação garante a permanência da feira no Convivência e que a Prefeitura melhore a infraestrutura no local.A feira tem cerca de 400 barracas de artesanato, alimentação, antiguidade e artes plásticas. Surgiu em 1973, a partir de alguns expositores em praças da cidade. Inicialmente, foi organizada no Largo das Andorinhas pela Prefeitura, passando para o Largo do Rosário, Largo São Benedito e Jardim Carlos Gomes. Em 1995, foi para CCC, onde está localizada até hoje. Durante a reunião, os conselheiros se mostraram favoráveis ao registro. No entanto, algumas questões foram levantadas, como a discussão com os comerciantes e o que deve ser considerado para venda no local. Segundo a coordenadora do Condepacc, Deise Ribeiro, já foram feitos estudos sobre a feira Hippie e será preciso rever o que se enquadra na feira para conotação de interesse cultural e marca da cidade. "Isso não significa que, com o registro, a feira será obrigada a existir para sempre ou que seja no mesmo lugar. É uma forma de ter uma memória do que ela é" , disse. Apesar da discussão, os conselheiros pediram mais informações sobre a representação da feira na sociedade campineira. O Condepacc deve elaborar nova estudo sobre a feira, ainda sem previsão.

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