Produtores de filmes buscam por aqui a facilidade de locomoção sem engarrafamentos, preços mais em conta e a vida menos agitada do Interior.
Set de gravação do filme Vai que Dá Certo 2, em Campinas (Élcio Alves)
Campinas entrou na rota das grandes produções do cinema brasileiro e movimenta a cada ano milhões de reais em aluguéis de imóveis, contratação de figurantes, funcionários de produção e outros importantes setores da economia. Produtores de filmes buscam por aqui a facilidade de locomoção sem engarrafamentos, como no Rio de Janeiro e São Paulo, preços mais em conta e a vida menos agitada do Interior. Na última sexta-feira, o Correio acompanhou a rotina de gravações em um set de filmagem instalado em um apartamento no bairro Vila Itapura, em Campinas, e a convivência entre a vida real dos moradores e a ficção. As filmagens de "Vai que Dá Certo 2", produção de Maurício Farias, está sendo rodada desde o final do ano passado em Paulínia, Campinas e Cosmópolis. O longa tem a participação dos atores Gregório Duvivier, Lúcio Mauro Filho, Natália Lage, Fábio Porchat e Danton Mello. Em Campinas, as cenas foram gravadas em Viracopos e em um dos apartamentos do sétimo andar do Edifício Regina, na Rua Barata Ribeiro. “Meu apartamento serve de backstage para os artistas e produtores. Eles descem até lá e descansam um pouco, usam o banheiro para se maquiar... Quando ocorre as gravações, prefiro sair de casa e deixá-los tranquilos”, disse a síndica Fátima Muniz Cavallari, de 59 anos, que mora no terceiro andar. Aquela era a quarta vez que as gravações ocorriam no edifício. “Também fechei um pacote de aluguel para usarem meu apartamento de apoio. Eles são muito simpáticos e respeitam muito os moradores”, frisou. O apartamento utilizado pelo filme estava vazio, para alugar, o que foi um atrativo a mais para a produção. Mais de 20 pessoas, inúmeros equipamentos e refletores lotam o apartamento de aproximadamente 110 metros quadrados. “Nossa última semana de gravação começa hoje (sexta-feira), e encerramos no dia 8 com uma filmagem no restaurante Seo Rosa”, disse a produtora do filme, Silvia Fraiha. Segundo ela, a escolha de locações em Campinas e demais cidades da região é motivada em grande parte pelos preços em conta de aluguéis e facilidade de trânsito. “Há três anos estivemos aqui, e voltamos justamente por essas facilidades da cidade. Nosso investimento foi de R$ 1 milhão entre aluguéis e demais contratações”, explicou a produtora. Em Cosmópolis, um barracão ao lado da Rodoviária também serviu como set para as filmagens, além de uma estrada a caminho da Usina Ester. Já em Paulínia foram gravadas cenas na rua e também em uma chácara, cedida por uma família que ficou um tempo vivendo em um hotel com tudo pago pela produção. “O povo é muito receptivo e não tem esse medo com segurança. As coisas fluem muito bem nessas cidades”, destacou. O primeiro filme foi rodado em cinco semanas, com locações nas cidades de Paulínia e Campinas. Inicialmente a película se passaria no Rio de Janeiro, mas Maurício Farias decidiu transferir o cenário da história para outro lugar por considerar que o subúrbio do Rio já havia sido muito retratado pelo cinema nos últimos dez anos. No primeiro "Vai que Dá Certo", cinco amigos dos velhos tempos se encontram com problemas financeiros e resolvem se reunir para praticar um golpe contra uma transportadora de valores. Detalhes do segundo filme não foram divulgados.