INOVAÇÃO

Campinas entra de vez na rota do Bitcoin

Startup especializada em criptomoeda promete agitar o mercado

Da Agência Anhanguera
30/06/2019 às 15:08.
Atualizado em 30/03/2022 às 20:16

Campinas entrou definitivamente na rota do bitcoin, a criptomoeda mais usada no mundo. A startup de criptomoedas 3xbit anunciou que vai expandir o uso da moeda virtual em 200 estabelecimentos na cidade até o final de 2020 - hoje, 15 já a aceitam. “Vamos implantar 100 mil caixas eletrônicos no Brasil até o final de 2020. Em Campinas, serão 200 estabelecimentos que aceitarão a criptomoeda. É como uma maquininha de cartão, que vai permitir que qualquer pessoa ou comércio faça compra e venda no mercado. Vamos implantar para os próximos meses uma loja-conceito chamada Bitcoisas, que só vai receber em criptomoedas”, diz o CEO da 3xbit, Saint Clair Izidoro. Segundo o site “Aceitamos Bitcoin”, atualmente cerca de 15 mil empresas já trabalham com a moeda virtual no mundo, sendo 850 delas no Brasil, com 270 estabelecimentos no Estado de São Paulo - incluindo os 15 pontos em Campinas. Nas últimas semanas, o bitcoin voltou a chamar atenção. A moeda digital já triplicou de valor neste ano, superando os US$ 13 mil na madrugada do último dia 26, depois de amargar uma forte queda em dezembro do ano passado, quando chegou a valer “apenas” US$ 3.500. Na manhã da sexta-feira passada, a moeda já ultrapassava os US$ 12 mil. Apesar dessas altas, o bitcoin ainda está longe do seu pico de valor, de mais de US$ 19 mil, alcançado no fim de 2017. “Um dos principais motivadores desse aumento recente foi o anúncio da criação da Libra, criptomoeda que será lançada pelo Facebook em 2020. Isso reflete no mercado porque é uma grande empresa que investe nessa área e devolve a visibilidade para as criptomoedas e para a tecnologia que as sustenta. A rede social vai permitir transações e transferências dentro de suas plataformas, como o WhatsApp e o Messenger”, explica Izidoro. Em seus 10 anos de existência, o bitcoin teve muitos altos e baixos. Diferente do ano passado, quando passou por uma fase de declínio, agora dá sinais de valorização. “O bitcoin é o dinheiro do futuro que eu já vejo como realidade. Hoje as pessoas já o usam para comprar uma casa ou um carro ou apenas para tomar café. A blockchain está aí para fazer transações daqui para a China em 5 minutos com grandes possibilidades tecnológicas de custo e sem burocracia”, aponta o CEO. “Em 1950, a Dinners Club lançou seu cartão de crédito, que era o dinheiro de plástico, e muitos não acreditavam que aquilo daria certo. Hoje, é raro ver as pessoas usando dinheiro em papel. Hoje as criptomoedas estão ganhando espaço no mercado. Vamos orientar e educar as pessoas a entendê-las”, explica Izidoro. Empresa inova em ativos digitais Com sede em Campinas há um ano, a 3xbit trouxe um novo conceito dentro do mercado de ativos digitais, visando entregar a melhor experiência para o usuário final em relação a segurança, praticidade e rapidez. “Somos um hub de soluções em blockchain que pretende transformar como as pessoas enxergam ou se relacionam com essa tecnologia. Queremos mostrar que o Brasil tem capacidade para esses recursos. Os que mais se destacam nesse segmento são os asiáticos, e nascemos para mudar esse quadro”, diz o CEO da startup, Sant Clair Izidoro, de 32 anos. Com 1.200 metros quadrados, a startup ocupa um prédio de cinco andares, no Alphaville Empresarial, e apresenta um leque de desenvolvimentos e ações que favorecem todo o mercado, criando conexão com o mundo real, universidades, capacitação de jovens, geração de empregos, investimento em startups e capacitação de reitorias. “Queremos ser vistos como uma empresa despojada e ao mesmo tempo com muita credibilidade, segurança e seriedade. Somos a primeira auditada pela Ernest Young (uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo). A gente vai se conectando e criando coisas novas, entregando o melhor para o mercado e gerando novas oportunidades de negócios e desenvolvimento”, diz. A empresa gerou uma espécie de padronização e certificados nos procedimentos bancários que utiliza. Além disso, foi criado um manual com diretrizes de compliance destinado a atender tanto aos requisitos da plataforma de negociação quanto aos principais pontos observados pelo setor bancário e pelos reguladores nacionais. Em um ano de atividade, a startup soma mais de 30 mil clientes do mundo inteiro, já que foi pensada para ser global. Também foi considerada uma das três melhores corretoras de criptomoedas do País. “O nosso objetivo é chegar entre as 50 melhores do mundo em 2020. Hoje estamos na 150ª posição”, completa Izidoro. SAIBA MAIS No dia 3 de janeiro de 2009, o primeiro bitcoin começou a operar graças a uma ação de Satoshi Nakamoto. Ele criou um sistema eletrônico chamado “peer-to-peer”, que utilizava um “livro contábil” que ganhou o nome de blockchain. Criado logo após a crise econômica global de 2008, o bitcoin foi pensado como uma alternativa monetária descentralizada, blindada contra manipulações inclusive por parte de governos ou corporações. Por ser criptografada, não pode ser confiscada: somente o proprietário da conta tem acesso para movimentar os fundos.

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