Número de pontos de helicópteros teve crescimento de 150% em quatro anos
O heliponto localizado no Hotel Vitória, na Avenida José de Souza Campos, é um dos 25 espaços homologados em Campinas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da Aeronáutica (Kamá Ribeiro)
Campinas tem o segundo maior número de helipontos homologados do País, sendo superado apenas por São Paulo. Atualmente, a cidade tem 25 espaços reservados para pouso e decolagem de helicópteros que contam com a autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão do Comando da Aeronáutica, de acordo com atualização divulgada pela Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (Seplurb).
O município é suplantado apenas pela capital paulista, que conta com cerca de 200 helipontos e a maior frota de helicópteros do mundo. São 410 aeronaves, que realizam aproximadamente 80 mil voos sobre o Centro por ano, o equivalente a 219 por dia ou um a cada praticamente 7 minutos, segundo a Prefeitura paulistana. Em Campinas, o número de helipontos teve um salto nos últimos quatro anos, com crescimento de 150%.
Até 2018, eram 10 locais em operação. De 2019 a 2020, foram criados nove helipontos e, em 2021, mais cinco pontos receberam a homologação do Decea. Este ano, até a última terça-feira, dia 19, um novo heliponto foi autorizado a funcionar.
“Os helipontos demonstram o desenvolvimento de Campinas, mostram a sua importância como uma cidade de negócios”, diz a secretária municipal de Planejamento e Urbanismo, Carolina Baracat Lazinho.
Demanda
Para Francisco Carlos Miralles, piloto e representante de uma empresa que investe em um novo serviço de táxi-aéreo, a cidade tem uma boa demanda por esse tipo de voo. Somente o Aeroporto Estadual de Campos dos Amarais registrou 86 operações de pousos e decolagens de helicópteros entre janeiro e ontem, segundo a Rede Voa, responsável pela gestão do local e de outros 15 aeroportos no Estado de São Paulo. A característica do aeródromo é justamente para voos executivos e de táxi-aéreo com aeronaves de menor porte, particulares e comerciais.
O principal diferencial do novo serviço que será criado por Miralles é a realização de voos de imedito em helicóptero ou avião, o chamado bate-pronto, bastando apenas obter a autorização para o plano de voo para a viagem ser realizada. “O que existe hoje é o serviço agendado, e o que queremos oferecer é o atendimento pontual”, explica Miralles.
A aeronave a ser utilizada dependerá das características do voo, como a distância a ser percorrida e o desejo do cliente. “Um voo para São Paulo pode ser feito com helicóptero ou avião, a diferença de tempo de voo é de cinco minutos. Mas o ideal para uma viagem para Porto Seguro, por exemplo, é o avião. O voo de helicóptero fica mais caro e leva até 5 horas”, explica o piloto.
Mapa aeroportuário
Campinas é a única cidade do País a disponibilizar em seu site — https://restricoes-aeroportuarias.campinas.sp.gov.br/ — o mapa aeroportuário com a localização de seus helipontos e dos dois aeroportos, o dos Amarais e o internacional de Viracopos, o maior em movimentação de cargas do Brasil. Ele serve de parâmetro para construções na cidade, seguindo as regras de segurança aeronáutica de trânsito de aeronaves.
As informações de cada área da cidade estão lançadas com a localização geoespacial para consulta, que pode ser feita clicando no lote no mapa da cidade disponível no portal.
É possível saber se determinado lote/terreno possui ou não restrição aeroviária e qual é ela, baseada na legislação, principalmente o limite de altura para construções no espaço aéreo, como torres de transmissão, parques eólicos e antenas, por exemplo.
“Empreendedores precisam seguir a legislação em seus projetos e a equipe da Seplurb utiliza essas informações para avaliar a aprovação das obras. Por segurança, para o tráfego de aeronaves e para a população, esses dados são verificados constantemente”, explica Carolina Baracat. Além disso, as construções próximas de áreas de tráfego aéreo devem ser homologadas pelo Decea.
Rede
Os helipontos existentes também podem ser utilizados para casos de emergência, como atendimento de vítimas de acidentes, que é feito pela Base de Aviação, que no final de junho completa 12 anos. Desde o início da operação, foram realizadas mais de 3 mil missões pelo Corpo de Bombeiros e Comando de Aviação da Polícia Militar João Negrão. São dois helicópteros, um para ações da PM e outro para atendimentos aeromédicos, contando com médico e enfermeiro, além do piloto.
O heliponto é uma área destinada, exclusivamente, à realização de operações de decolagem e aterrissagem de helicópteros. Não conta com nenhum tipo de instalação complementar, como áreas de abastecimento ou hangares para estacionamento e manutenção de aeronaves. Já o heliporto — não existe nenhum em Campinas e apenas um em São Paulo —, tem instalações que facilitam as operações dos helicópteros, além de auxiliar no embarque e desembarque de pessoas e cargas. Nas imediações, podem existir áreas de taxiamento, pátios para movimentação das aeronaves e terminal de passageiros.