Trabalhador campineiro gasta em média R$ 35,33 com uma refeição completa
O casal Dalva e Gerson Santos, que mora em Alambari (SP), durante almoço em Campinas: reclamação ( Leandro Ferreira/AAN)
O trabalhador campineiro é um dos consumidores no País que paga mais caro para almoçar fora de casa. A cidade é a oitava no Brasil no custo médio da refeição completa com prato, bebida, sobremesa e café. Estudo realizado em 49 municípios brasileiros pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) mostra que o valor médio na cidade é de R$ 35,33. O custo é o terceiro maior no Estado de São Paulo e é superior à Capital, que atingiu R$ 33,67. A cidade com o valor mais caro para o trabalhador almoçar no País é Belo Horizonte, cujo preço médio da refeição é de R$ 37,71. O levantamento da entidade, realizado em parceria com o Instituto Datafolha, focou os estabelecimentos que aceitam vales e tíquetes refeições. R$ 30,14 no PaísOs dados detalham os custos médios ofertados nos sistemas comercial, autosserviço, executivo e à la carte. No País, o valor médio da refeição foi de R$ 30,14. Na Região Sudeste, o custo chegou a R$ 30,29. De acordo com o levantamento, as variações regionais foram de R$ 28,20 (Sul) a R$ 31,44 (Centro-Oeste). A pesquisa da Assert apontou que em Campinas o preço médio da refeição comercial foi de R$ 21,82. O custo de comer em autosserviço foi de R$ 24,34. O valor médio do executivo foi de R$ 41,70 e o à la carte saía por R$ 53,47. Os consumidores que almoçam nos restaurantes da cidade e utilizam o tíquete refeição sabem que o preço pesa no bolso. “Não tenho como levar comida da minha casa para o trabalho e sempre almoço fora. O custo está elevado. Muitas vezes o tíquete não cobre o mês todo”, afirmou o auxiliar técnico, João Marques Silva. Ele ressaltou que a escolha do local onde comer também é importante. “Preciso confiar para comer em um estabelecimento”, disse. O casal Dalva e Gerson Santos mora em Alambari, cidade de 5 mil habitantes do Interior de São Paulo, e passou por Campinas ontem. Eles afirmaram que a refeição na cidade é muito cara. “Nós encontramos um bom prato por valores que variaram de R$ 16,90 até mais de R$ 70,00. O consumidor deve observar bem antes de escolher onde vai comer. Lógico que tudo depende do poder aquisitivo da pessoa”, comentou a comerciante Dalva durante o almoço. O marido dela salientou que na cidade onde vivem um bom almoço fora de casa sai por R$ 10,00. “O custo de vida em Campinas é muito mais elevado”, acrescentou Gerson. Para o engenheiro Jonas Gazoli, Campinas oferece uma gama de estabelecimentos que permite ao consumidor decidir entre preços que caibam em diferentes bolsos.“O valor é elevado, mas é necessário observar o perfil da cidade. O custo da refeição em Campinas é equivalente ao cobrado em outros municípios do mesmo porte no País”, disse. O também engenheiro Carlos Monteiro reforçou ontem que o município oferece alternativas para todo perfil de trabalhador poder se alimentar. “A cidade tem diferentes opções de locais para alimentação fora de casa”, destacou. MercadoO custo dos alimentos, dos insumos e da mão de obra são fatores que influenciam no valor da refeição, conforme representantes do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Campinas. A entidade informou que os empresários precisam equilibrar bem as contas para conseguirem manter o negócio e garantir a qualidade do que é servido aos consumidores. O estudo da Assert apontou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano passado foi de 5,91%. O grupo de alimentação e bebidas teve uma inflação de 8,48%. O índice apresentou recuo em relação a 2012, quando o patamar foi de 9,86%.