Levantamento foi feito pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador em 4.560 estabelecimentos comerciais
(Italo Maia/Dep.Artes/RAC)
Campinas é uma das dez cidades mais caras para se comer fora no Brasil - e a segunda no Estado de São Paulo, atrás apenas de Santos. O campineiro paga, em média, R$ 33,01 por uma refeição completa - 14,89% mais em relação ao ano passado, quando o valor estava em R$ 28,73. O levantamento foi feito pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) em 4.560 estabelecimentos comerciais de 51 municípios brasileiros - 23 deles, Capitais. Os pesquisadores coletaram preços em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias que oferecem refeições em pratos, acomodação em mesa e que aceitam pelo menos um tipo de vale-refeição. De acordo com a entidade, foram considerados preços de pratos por peso ou preço fixo, do tipo comercial, menu executivo ou serviço à la carte. Conforme a Assert, nas grandes cidades da região Sudeste uma refeição completa (composta por prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café) custa em média R$ 30,93. O valor nacional é de R$ 30,48. No Estado de São Paulo, o maior preço médio foi constatado em Santos (R$ 34,83), seguido por Campinas, onde o valor de R$ 33,01 supera inclusive o da Capital, com R$ 30,98. Por tipos de refeição, segundo o estudo, o preço médio da refeição comercial/prato feito em Campinas é de R$ 29,44; de R$ 30,51 nos restaurantes por quilo; de R$ 50,77 no executivo; e de R$ 59,99 no a la carte. No caso de uma pessoa que coma fora 22 dias por mês, o gasto total será de R$ 728,20, tomando como base o custo médio. Alternativas Com a renda do trabalhador em baixa e os reajustes nos vales-refeição são insuficientes até para cobrir a inflação, o jeito é buscar alternativas como a marmita ou os restaurantes mais em conta. O professor de Educação Física Leandro Cardoso Teixeira, junto com a esposa, decidiu colocar na ponta do lápis o quanto gastavam para almoçar fora. A conclusão: está caro demais. “A comodidade de fazer as refeições em um restaurante ou na cantina da escola é grande, mas o gasto já não compensa mais”, disse. “Agora, cozinhamos em casa para toda a semana. Almoçamos no trabalho três vezes por semana. Um dia comemos na casa da minha mãe e em outro almoçamos em casa. Estamos economizando entre R$ 400,00 e R$ 500,00 por mês”, comentou. O casal também reduziu os jantares e os bares à noite. “Em cada saída, gastamos no mínimo entre R$ 150,00 e R$ 200,00. Não dá”. A auxiliar administrativa Joana Silva também teve que encontrar alternativas, já que o vale-refeição que recebe teve reajustes abaixo da inflação nos últimos dois. “O tíquete não acompanha o aumento da refeição nos restaurantes. Estou trazendo marmita alguns dias e em outros procuro lugares mais em conta para comer. E alguns dias faço apenas um lanche”, disse. Mercado O diretor de Gastronomia do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau, Carlos Américo Louredo, afirmou que os restaurantes e bares estão sofrendo a pressão de aumento de custos. “O reajuste médio aplicado pelos estabelecimentos este ano foi entre 14% e 15%”, comentou. Ele disse que os estabelecimentos estão trabalhando com margens cada vez menores. “O setor sofre com os aumentos de custos dos alimentos e das bebidas”, salientou. “E ainda há a queda de movimento”. O diretor lembrou que Campinas manteve a posição que já possuía na pesquisa em anos anteriores.