LEVANTAMENTO

Campinas é 5ª em roubo de celulares

Pesquisa indica que 1.681 ocorrências de roubo ou furto foram feitas de janeiro a junho deste ano

Alenita Ramirez
16/08/2020 às 12:14.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:38
O estudo, realizado para verificar os roubos e furtos durante a pandemia, mostrou uma queda brusca de ocorrências nos meses de abril e maio, e um aumento significativo a partir de junho, início da flexibilização (Matheus Pereira/AAN)

O estudo, realizado para verificar os roubos e furtos durante a pandemia, mostrou uma queda brusca de ocorrências nos meses de abril e maio, e um aumento significativo a partir de junho, início da flexibilização (Matheus Pereira/AAN)

Campinas é a quinta cidade no Estado em número de ocorrência de roubo de celulares, segundo estudo divulgado pelo Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). O estudo foi feito para analisar essa modalidade de crime no período de pandemia, no qual foi necessário estabelecer isolamento social para impedir a propagação da doença. Segundo os pesquisadores, o estudo mostrou uma queda brusca de roubos de aparelhos nos meses de abril e maio, e um aumento significativo a partir de junho, justamente o mês em que teve início a flexibilização da economia dentro do Plano SP de retomada das atividades econômicas. Entre janeiro e junho deste ano, a cidade registrou 1.681 ocorrências. São Paulo liderou os registros, com 39.996 ocorrências, seguido de Santo André, com 1.919, e Guarulhos, com 1.897 ocorrências. Campinas ficou atrás de Diadema, a quarta, com 1.896 ocorrências. A região central de Campinas foi a que mais registrou roubos de celulares no período, apesar do baixo fluxo de pessoas, já que o comércio ficou fechado por vários meses. A região da Vila Itapura vem em segundo lugar, com 40 registros, seguida pela região da Vila Padre Anchieta, com 35 casos. Os bairros Botafogo e Vila Industrial vieram na sequência, com 25 cada. Depois aparecem Parque Valença (24); Ponte Preta (20); Vila União (19); Jardim do Lago e Vila Aeroporto com 17 ocorrências. A pesquisa ainda apontou que as Avenidas Armando Mário Tozi, no Jardim Liza (20); Francisco Glicério (19); Senador Saraiva (15); Ruy Rodrigues (15); Benjamin Constant (14); Doutor Heitor Penteado (13); Campos Sales (13); John Boyd Dunlop (12); João Jorge (11); Amoreiras (11) e José Paulino (11) lideram os volumes de casos. “A escolha do item celular foi porque a gente vê sempre este delito. É um aparelho que faz parte do cotidiano das pessoas e que é muito visado pelos criminosos. Além disso, faltam políticas públicas para redução desses crimes”, disse o pesquisador da Decap, Allan Silva de Carvalho. De acordo com Carvalho, o estudo compilou e analisou boletins de ocorrência e dados da Secretaria de Segurança Pública. No período foram registradas 69.628 ocorrências de roubo de celulares. No entanto, os pesquisadores acreditam que esse número pode ser maior, visto que para esse tipo de crime é mais comum ocorrer subnotificação. Ainda conforme Carvalho, a pesquisa descartou boletins de ocorrência incompletos ou com erros, por critério de aproximação para objetivos estatísticos. O pesquisador ainda explicou que não foi considerado a modalidade furto para o estudo devido ao fato de ocorrer em qualquer lugar, como, por exemplo, dentro de empresas ou na própria casa. “Tem pessoas que perdem o celular, fazem BO e depois acham o aparelho. Então o furto gera incerteza. Nossa proposta é analisar ações de criminosos”, disse Carvalho. Mais de 100 milhões foram roubados Uma outra pesquisa, realizada no final do mês passado pelo Mobile Time e Opinion Box, revelou que mais de 100 milhões de celulares já foram roubados ou furtados no Brasil. Impressionante também foi o número de vítimas até aqui: 61% dos brasileiros já tiveram o celular roubado ao menos uma vez; 28% ao menos duas vezes e 11%, três ou mais vezes. A pesquisa ouviu 2.074 brasileiros que acessam a internet e têm celulares. Metade dos participantes confirmou que já teve ao menos um aparelho roubado ou furtado. Os dados apontam que a maioria das vítimas é do sexo masculino (52%) e 53% delas têm entre 30 e 49 anos — vítimas de 16 a 29 anos correspondem 51%. A proporção da população que já foi vítima desse tipo de violência subiu três pontos percentuais em relação ao ano passado, atingindo 50% em comparação com 47%. As pessoas das classes A e B foram as principais vítimas (55% deles já tiveram um celular subtraído). 

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