São nove bairros com alta possibilidade de transmissão
A região Sul concentra quatro dos nove bairros que estão com alto risco de transmissão da doença (Alessandro Torres)
Um novo alerta de dengue foi divulgado pela Secretaria de Saúde de Campinas sinalizando nove bairros como áreas com alto risco para transmissões da doença. A região Sul é a que tem mais bairros listados, com Jardim Carlos Lourenço, Jardim Centenário, Jardim São Pedro e Jardim Tamoio. A população dos seguintes bairros também precisa redobrar a atenção, Vila Vitória, Vila Padre Anchieta, Village, Parque Floresta e Vila Perseu Leite de Barros.
O objetivo do alerta é estimular a população para que ela faça a verificação dos potenciais criadouros em casa.
O coordenador de arboviroses da Secretaria de Saúde, Fausto Almeida Marinho Neto, confirmou que a variabilidade climática, mesmo em um período onde tradicionalmente a quantidade de casos são menores, requer máxima atenção dos moradores.
Fausto Neto afirmou que as análises dos bairros com alto risco de transmissão foram realizadas nas últimas duas semanas. Ele reforçou a necessidade de uma cautela a mais dos moradores neste momento.
A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa fazer a sua parte destinando corretamente os resíduos e evitando criadouros.
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida de toda a sociedade. Segundo um levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, 80% dos criadouros estão dentro das residências. Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus e outros objetos. Os vasos de plantas devem ter a água trocada a cada dois dias. É importante, também, vedar a caixa d’água. Os vasos sanitários que não estão sendo usados devem ficar fechados.
Em junho, a Secretaria de Saúde confirmou o segundo caso fatal da doença em Campinas neste ano. A segunda vítima foi uma mulher de 67 anos, moradora da área de abrangência do Centro de Saúde Vista Alegre, na região Sudoeste. Um homem de 86 anos, da região do Centro de Saúde Taquaral, foi o primeiro a morrer por dengue em 2023. Ele faleceu no dia 4 de março, enquanto o segundo óbito foi em 15 de junho.
SINTOMAS
As pessoas que apresentarem febre associada a dores na cabeça, corpo e/ou atrás dos olhos, além de manchas vermelhas, vômitos ou dor abdominal, devem procurar o serviço de saúde para avaliação e seguir as recomendações médicas.
Quase todas as pessoas infectadas, 99%, relataram um sintoma em comum, a febre. Três a cada quatro pessoas, 75%, apresentaram dor de cabeça e 72% dores no corpo. Outro sintoma tradicional é a dor nos olhos, que atingiu 31% das pessoas que tiveram dengue este ano.
No mês de abril as autoridades em saúde do município estiveram reunidas na Prefeitura para apresentar um panorama da epidemia de dengue na cidade. A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben, fez a apresentação do cenário epidemiológico e explicou os parâmetros considerados para que a situação atual seja classificada como epidêmica.
"A epidemia é um parâmetro de comparação de nós com nós mesmos. A gente considera 10 anos da nossa série histórica e retira os anos epidêmicos. Quando há no mês ou na semana epidemiológica um número de casos confirmados maior do que a média dos últimos dez anos, estamos em epidemia, e informamos o Estado, o Ministério (da Saúde), e (a informação) chega até a Organização PanAmericana da Saúde (OPAS) e à Organização Mundial da Saúde, então, tecnicamente, estamos em epidemia."
Com o atual estado epidêmico da dengue no município os profissionais de saúde foram orientados a observar qualquer sinal de sintomas característicos da moléstia para, imediatamente, iniciar os procedimentos terapêuticos recomendados ao tratamento, como a hidratação, essencial à proteção do paciente nesses casos.