ABASTECIMENTO

Campinas desperdiça 19,2% da água tratada

Vazamentos na rede e hidrômetros velhos são as principais causas de perdas no sistema

Da Agência Anhanguera de Notícias
11/02/2014 às 06:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 22:17

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) prevê investimentos da ordem de R$ 80 milhões para recuperar a rede de distribuição. Hoje, 19,2% — quase um quinto de toda a água tratada pelo município — é desperdiçada. Os vazamentos são comuns. Há tubulações instaladas há décadas que precisam ser substituídas. Apesar de preocupante, o índice de perdas contabilizado em Campinas é um dos menores do Interior. Na própria região metropolitana, o índice de desperdício chega a 60% em Sumaré e a 43,35% em Nova Odessa.De acordo com a Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ), existe um plano para que os 76 municípios que integram as bacias hidrográficas desses rios contem, até 2020, com sistemas mais eficientes de distribuição, que possam limitar em 25% o desperdício, índice que, para os padrões nacionais, é aceitável.Segundo a direção da agência, os prejuízos não são causados apenas por defeitos em tubulações. Como não existe a substituição de hidrômetros, o consumo de água pode ser bem maior que o registrado. Neste caso, a empresa administradora do sistema gasta para tratar e distribuir, mas não recebe integralmente pelos serviços. É prejuízo certo nos caixas públicos. ModernizaçãoPara que se reduza o desperdício, segundo a agência, é necessário modernizar todo o sistema. O gerenciamento da distribuição precisa considerar a vazão disponível no manancial, monitorar a entrada de saída da água com macromedidores. E os investimentos necessários serão pagos rapidamente pelas prefeituras, só com os recursos economizados com o fim do desperdício. Hoje em dia, empresas de economia mista que administram os sistemas de distribuição divulgam que - em seus municípios de atuação - os índices de desperdício estão dentro do aceitável. O objetivo da Ares-PCJ, no entanto, é que todos os municípios prestem contas atualizadas sobre o funcionamento de cada sistema. Na prática, os números apresentados decorrem de levantamento feito pelo governo federal em 2010. Os números do Sistema Nacional de Informações sobe Saneamento alimentam até hoje os bancos de dados. AdequaçãoDe acordo com a direção da Sanasa, o projeto de recuperação da rede de distribuição já começou, efetivamente há um mês, com a adequação de 8 mil metros de tubulações e 500 ligações deterioradas na região do Jardim Nova Europa. Nesta semana, a troca das tubulações acontece na Av. João Erbolato, no Chapadão. O objetivo da diretoria - anunciado no final do ano passado - é cumprir um o plano de metas que prevê atingir 100% de abastecimento e esgotamento sanitário na cidade até 2017. A execução do projeto prevê, por sinal, captação de recursos no governo federal para financiamento de obras. Ao mesmo tempo em que faz investimentos na rede, a empresa toma medidas emergenciais para aprimorar a captação no Rio Atibaia, por meio do desassoreamento do manancial. Além de remover areia, de lodo e dos entulhos, as máquinas já aumentaram o enrocamento (colocação de pedras para manter o nível de captação de água). Sumaré A Prefeitura de Sumaré explica que o índice altíssimo de desperdício de água exige, do Departamento de Água e Esgoto (DAE) investimentos da ordem de R$ 360 milhões na readequação da rede, ao longo dos próximos 30 anos. Em Nova Odessa, onde o índice de perdas também é expressivo (43,35% da água tratada), a Administração foi obrigada a fazer investimentos emergenciais na troca de 15% de toda a rede de tubulações da cidade. Foram investidos R$ 11,6 milhões. O plano de otimização da rede também prevê a setorização da rede para a identificação de vazamentos e troca de 12 mil, dos 20 mil hidrômetros instalados na cidade. Para executar esta etapa - orçada em R$ 1,24 milhão - a cidade conta com a ajuda essencial do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro),que libera R$ 950 mil ao município. O restante cabe á Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa (Coden), administradora do sistema. Valinhos Valinhos planeja ampliar a capacidade da Estação de Tratamento de Água do Rio Atibaia e adequar o abastecimento à crescente demanda da cidade. Hoje, a cidade convive com um índice alto de desperdício: 38%. Desde sexta-feira, há rodízio para o racionamento da água distribuída. O drama, no entanto, é que a dívida do Município com o Tesouro Nacional - cerca de R$ 300 milhões - dificulta a obtenção de financiamentos para obras necessárias. O Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV) vai começar as intervenções na rede com R$ 7 milhões disponíveis em caixa. Até o final de 2015, o Município pretende trocar 12 mil hidrômetros na cidade. Antes do racionamento, o departamento tratava 37 milhões de litros de água por dia. A ideia é aumentar este índice em 6 milhões de litros por dia, em um ano e meio. Veja também Sanasa recebe 290 denúncias de desperdício no fim de semana Anúncio de punição para quem for flagrado lavando a calçada estimulou a população a fiscalizar Campinas precisa de 'dilúvio' para recuperar rios Estudo técnico do Consórcio PCJ aponta a necessidade de chuvas de 17 mm em média diária durante 60 dias Racionamento atinge 441 mil em 5 cidades da região Valinhos, Vinhedo, São Pedro, Itu e Cosmópolis adotam o racionamento por causa da estiagem  

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