Campinas perdeu, na última segunda-feira, um de seus filhos mais ilustres, o desembargador aposentado Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva
Sotero da Silva estava internado em São Paulo e deixa esposa e filhos (Cedoc/RAC)
Campinas perdeu, na última segunda-feira, um de seus filhos mais ilustres, o desembargador aposentado Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, de 65 anos, que presidiu o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região no biênio 2008/2010 e a Academia Campinense de Letras (ACL) entre 2017 e 2018. Ele estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, que não informou as causas da morte. O corpo foi cremado ontem. As condolências podem ser encaminhadas à família, na Rua João Chiavegatto, n° 353, na Vila Brandina. Sotero deixa esposa e dois filhos. O desembargador ingressou no TRT-15 em 1994, pelo quinto constitucional, em vaga do Ministério Público do Trabalho (MPT). Atuou como coordenador da Escola da Magistratura do TRT-15 entre 1997 e 1998, e foi eleito seu diretor para os dois anos seguintes. Integrou a banca de Concursos para Magistratura do TRT-15, além de participar como palestrante, debatedor e conferencista em vários congressos. Foi corregedor regional e presidente da 1ª Seção de Dissídios Individuais no biênio 2004/2006. Natural de Campinas, Sotero se formou bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1979, pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Campinas). Em 1987, na mesma instituição, se tornou especialista em Direito Processual Civil. Já em 2001, obteve o mestrado em Direito do Trabalho, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Foi condecorado com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau de comendador, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em 1998. Sotero era membro da Academia Campinense de Letras (ACL), instituição que presidiu no biênio 2017/2018. Ocupava a cadeira nº 15 – patrono Rui Barbosa, sendo sucessor do acadêmico Rubem Alves (tomou posse em 27 de novembro de 2014). Vice-presidente da ACL, Ana Maria Negrão disse que a perda é grande. Ela recorda que a gestão dele foi democrática. “Ele ouvia a todos e não tomava decisões unilaterais. Foi uma administração brilhante e zelosa, tanto com a parte literária, quanto com a manutenção do prédio”, comentou. Atual presidente da ACL, Jorge Alves de Lima, salientou o trabalho de excelência que realizou na˜ entidade. “Foi um grande acadêmico, culto, honesto e ainda tinha muito a contribuir com a cultura de Campinas”, afirmou. Para ele, o desembargador plantou um carvalho, cuja sombra será desfrutada pelas gerações vindouras.