EPIDEMIA

Campinas confirma primeira morte por dengue em 2024

Mulher de 94 anos, moradora do Jd. Eulina, faleceu no dia 12 de fevereiro

Da Redação
28/02/2024 às 08:30.
Atualizado em 28/02/2024 às 08:30
Jardim Eulina é o bairro de Campinas com o maior número de casos e também a maior incidência por 100 mil habitantes; 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão em residências, segundo a Secretaria de Saúde (Rodrigo Zanotto)

Jardim Eulina é o bairro de Campinas com o maior número de casos e também a maior incidência por 100 mil habitantes; 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão em residências, segundo a Secretaria de Saúde (Rodrigo Zanotto)

Campinas confirmou na tarde de terça-feira, 27 de fevereiro, a primeira morte por dengue em 2024. Trata-se de uma mulher de 94 anos, moradora do Jardim Eulina, bairro que tem o pior surto da doença neste ano, e atendida na rede privada de saúde. Ela apresentou sintomas em 30 de janeiro e o óbito foi no dia 12 de fevereiro. Ela teve infecção pelo sorotipo 1.

A Secretaria de Saúde lamentou a morte e se solidarizou com a família, além de ter reforçado o alerta para que moradores de todas as regiões continuem colaborando com ações da Prefeitura para prevenção e combate à doença.

O Eulina é a região com maior incidência de casos de dengue, 2.791 infecções a cada 100 mil habitantes, e foi a área que mais recebeu ações neste ano para orientação de moradores e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

De 1º de janeiro até terçafeira, 27 de fevereiro, Campinas teve 8.543 casos confirmados de dengue. Além disso, foi registrado um caso importado de chikungunya. O Aedes aegypti é vetor das duas doenças e, por isso, a melhor forma de prevenção é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.

SOROTIPOS EM CIRCULAÇÃO

Na primeira semana de fevereiro, a Saúde recebeu a confirmação dos primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus. Eles não circulavam no município desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz e antes disso a metrópole só havia registrado o sorotipo 1.

A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue ocorre pela primeira vez em Campinas. Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.

Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios. 

O QUE FAZER EM CASO DE SUSPEITA

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma.

A Saúde emitiu o alerta de que a população não deve banalizar os sintomas e também não deve realizar a automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.

Quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em uma das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

A Secretaria de Saúde de Campinas informou que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais ao plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença. Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 24,5 mil imóveis em cinco mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença.

O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril. Em março, o mutirão acontecerá nos dias 9 e 23. Já em abril, a data prevista é o dia 6.

Os locais serão definidos mais próximos de cada agenda, conforme situação epidemiológica verificada pela Saúde. Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências. Mais informações sobre a dengue podem ser encontradas no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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