Problemas de abastecimento já atinge revendedoras da cidade; quem tem, vende mais caro
Giuliano Furin: ele ainda tem estoque, mas confirma o problema da falta de produto em Campinas (Camila Moreira/AAN)
Problemas no abastecimento com a Petrobras estão provocando falta de gás de cozinha em Campinas. Sem estoque, alguns depósitos chegaram a fechar as portas e em outros estabelecimentos os preços já aumentaram, com valores entre R$ 40 e R$ 60. O motivo é que muitas distribuidoras estão tendo que recorrer a outros Estados para encontrar o produto. “Por causa da falta de gás, já temos vendedores clandestinos vendendo o botijão a R$ 60", afirmou o comerciante Giuliano Cara Furin. O problema foi confirmado pela Associação Brasileira das Revendedoras de Gás LP (Abragas) e está ocorrendo em vários pontos do País - São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Está difícil encontrar gás. Se continuar assim por muito tempo, logo vamos ter que subir o preço”, afirmou um comerciante que não quis ser identificado. Em alguns depósitos na região da Vila Padre Anchieta, já não há mais botijões à venda. O comerciante Jair Miguel, instalado na região do Jardim do Lago, também não consegue encontrar o produto. “Na minha distribuidora, só estão conseguindo comprar 30% do que compravam antes. Disseram que é um problema técnico na Petrobras", afirmou Miguel.Para poder manter as portas abertas, ele está pagando mais caro para comprar o produto de outras distribuidoras. “Estou pagando R$ 4 a mais pelo botijão, e tive que repassar isso para o preço final. Mas é melhor do fechar as portas por falta do produto, como já está acontecendo. Se a situação não se normalizar rápido, eu mesmo não vou abrir neste domingo e na segunda, só atenderei até o meio- dia”, afirmou. Os consumidores também estão precisando se esforçar para encontrar o produto. A dona de casa Janaína Souza, por exemplo, conta que procurou em três depósitos. “Quando encontrei, paguei mais caro - R$ 50 pelo botijão. Não dá para ficar sem”, disse. ExplicaçõesSegundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), falhas no suprimento da Petrobras são a causa do problema. “Para contornar a situação, as distribuidoras estão trazendo o produto de outras partes do País para suprir essas áreas com maior dificuldade de abastecimento”, disse a entidade em nota.A Petrobras informou que o suprimento de GLP em São Paulo e no Paraná será normalizado com a chegada do produto importado nesta semana. Segundo a estatal, a produção nacional é inferior à demanda, e a situação se complicou por conta de uma parada técnica para manutenção em uma de suas refinarias.