O arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller, celebra missa em homenagem à Padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida: 'Maria é mãe de todas as mães que querem o melhor para os seus filhos' (Kamá Ribeiro)
O dia 12 de outubro, data que marca duas importantes celebrações no calendário brasileiro - o Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças - transformou-se em um período de intensa atividade e festividade por toda a cidade. A Paróquia Nossa Senhora de Aparecida organizou uma extensa programação em honra à Santa Padroeira do Brasil, estendendose por nove dias consecutivos. As celebrações tiveram início em 3 de outubro e culminaram no sábado, 12 de outubro, dia oficial da Santa. A programação religiosa incluiu novenas diárias, proporcionando momentos de oração e reflexão dedicados à Nossa Senhora, além de uma coroação solene, cerimônia tradicional que simboliza a realeza de Maria. Um dos pontos altos foi a procissão, uma caminhada pelas ruas da cidade que reuniu fiéis em demonstração de fé, seguida pela bênção do bolo da Padroeira, um ritual que une o sagrado e o comunitário.
Complementando as atividades religiosas, a paróquia organizou um bingo da Padroeira, evento que combinou entretenimento e arrecadação de fundos. Uma loja de artigos religiosos foi montada, oferecendo um espaço para aquisição de itens devocionais. Para atender às necessidades de alimentação dos participantes, foram instaladas barracas oferecendo uma variedade de opções, incluindo pastel, cachorro-quente e diversas bebidas.
Uma das sete missas realizadas no sábado foi celebrada pelo Arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller, com casa cheia. Durante a homilia, o arcebispo usou o evangelho do dia, a história em que Jesus Cristo transforma água em vinho, para citar a importância da figura materna: "Maria é mãe de todas as mães que querem o melhor para os seus filhos" e para fazer uma alusão à convivência familiar: "Essa cena tem uma característica que deveria estar presente em nossa cidade, em nossas comunidades, nas nossas famílias, nas nossas vidas. Ou seja, que todas as famílias, que todas as casas, tenham o necessário para viver: pão, água, saúde, educação, casa, trabalho, dignidade, mas que não falte vinho, ou seja, convivência alegre, com laços de comunhão".
Enquanto a missa acontecia, as vendas não paravam. O bolo abençoado pela Padroeira já somava quase 500 pedaços vendidos até as 10h30. Imperia, de 70 anos, ministra da Eucaristia, destaca que, neste ano, o número de participantes na celebração aumentou: "Foi maravilhoso, todo mundo participou, acho que as pessoas estão mais preocupadas com a fé, muitos jovens, muitas crianças". E não só no dia da celebração, Imperia contou que a participação ocorreu durante todos os nove dias: "Todos vieram à novena, todos os dias, as pastorais participaram, foi muito bonito", completou a catequista de Crisma.
Gustavo Augusto, 37 anos, participou da celebração junto com a esposa e a filha Manuela, de 3 anos, que segurava alegremente nas mãos o seu presente de Dia das Crianças, uma boneca estilo "baby alive", que custa em média R$ 150,00. Gustavo contou que a data é comemorada em seus dois significados pela família, e que participaram da celebração para "mostrar para ela que a data não é somente Dia das Crianças, assim como no Natal também, nós tentamos mostrar".
Não só presentes marcam o Dia das Crianças. Cibele Garcia acompanhou a missa junto aos pais e ao filho Caíque, de apenas 2 anos, e contou que a celebração já é tradição para o pequeno: "Fiz um café da manhã com presente para ele e agora o trouxe à missa. Ele vem todos os anos, desde quando estava na barriga". Sobre os gastos com a comemoração, Cibele disse que foram altos, mas por um motivo específico: o pequeno Caíque completa mais um ano de vida uma semana após o Dia das Crianças. Laura Paiva também comentou sobre a média de gastos, cerca de R$ 140,00, divididos entre os dois filhos, e investiu na programação do dia: "Vamos almoçar fora, num lugar que tem brinquedos, depois vamos voltar para casa e dar os presentes, ir ao Sesc, que tem uma programação especial, e depois temos um aniversário à noite".
Nos bastidores, a ajuda foi frenética. Lincoln Silva ajudou na venda de bebidas, recrutado pela esposa Débora Cristina, que já contribui com a comunidade há três anos: "Ela passou a semana ajudando e eu vim hoje para dar uma força". Lilian Santos ficou responsável pela venda de artigos religiosos, onde o movimento foi intenso. A paroquiana e catequista contou que saiu da celebração na sexta-feira à 1h da manhã e já retornou para a missa das 6h de sábado. Apesar do movimento, ela não consegue mensurar as vendas: "Vish, já passou bastante gente, não dá para ter noção porque é corrido. Muita gente, muitas crianças, o povo aqui é bem devoto".
Ricardo Cazarin foi um dos compradores. Membro presente na comunidade, disse que sempre que pode ajuda: "Participando das festinhas, consumindo tudo aqui". Sua filha Manuela, que o acompanhou na compra, tem 10 anos e já havia recebido seu presente de Dia das Crianças: dois jogos e uma pulseira. A catequizanda participou de vários dias da celebração junto com os pais.
As compras de última hora também marcaram a agenda de muitos pais em Campinas. O centro comercial da cidade teve as ruas agitadas na manhã de sábado (12), com muitos pais e familiares correndo para comprar os presentes das crianças no último momento. Márcio Borges foi um dos que correu já no dia, junto com a família: "Foi falta de tempo por causa do nosso turno de trabalho", justificou o pai da pequena Sofia, de 4 anos, que contou feliz sobre o seu presente: "Já ganhei a minha cabana das Princesas". As compras não se limitaram apenas a Sofia. Márcio contou que os presentes também seriam para os sobrinhos e que, no total, os gastos chegaram a R$ 400,00. Rayssa e Bryan também acompanharam a família durante as compras de última hora, e Bryan, de apenas um ano e sete meses, já desfilava com seu presente pela Treze de Maio: uma roupa do super-herói Hulk.
Além dos produtos, o comércio também apostou em outras formas de atrair o público infantil. Em uma ótica, a recreadora infantil Sol enfrentou uma fila de crianças que aguardavam uma pintura no rosto: "Atendi em média de 35 a 40 crianças, sem parar um minuto [...]até pais queriam pintar, mas hoje vai ser só para as crianças". Sol trabalha no ramo há oito anos e contou que o dia estava cronometrado: "Sempre sou requisitada, vou fazer mais dois eventos hoje".
