INTEGRAÇÃO

Campinas antecipa Operação Estiagem devido à seca

Defesa Civil inicia trabalhos e intensifica monitoramento um mês antes por causa da crise hídrica. combate ao mosquito da dengue também será prioridade

Cecília Polycarpo
01/05/2015 às 19:32.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:59
Visitantes na Santa Genebra, que teve vegetação destruída em anos anteriores e será um dos pontos monitorados ( Carlos Sousa Ramos / AAN)

Visitantes na Santa Genebra, que teve vegetação destruída em anos anteriores e será um dos pontos monitorados ( Carlos Sousa Ramos / AAN)

A Operação Estiagem em Campinas foi antecipada em um mês pela Defesa Civil este ano e começou nesta sexta-feira (1°). A ação, que monitora os índices de umidade relativa do ar, quedas bruscas de temperatura, baixa vazão de mananciais e calcula até o aumento de doenças respiratórias, vai até 30 de setembro. A crise hídrica foi a principal razão para a antecipação. No ano passado, quando a estiagem assolou reservas de água de todo o Estado, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) teve aumento nos focos de incêndio, principalmente em áreas públicas. O combate ao mosquito da dengue e da febre chikungunya também será prioridade da Defesa Civil durante a operação.A principal novidade do decreto publicado nesta sexata, que determina as ações, é em relação às denúncias de incêndios recebidas no Centro de Gerenciamento de Desastres. Elas deverão ser encaminhadas em caráter de urgência aos setores de fiscalização da Administração para a realização de vistorias e aplicação de notificações ou multas. Um dos propósitos da medida é reduzir consideravelmente a quantidade de casas, terrenos e áreas de mata com entulho.Este ano, o Centro de Gerenciamento de Desastres também terá que realizar o monitoramento climatológico em articulação com os demais órgãos do Sistema Nacional, Estadual e Municipal de Proteção e Defesa Civil, priorizando as áreas mais criticas estabelecidas pelo Sistema Integrado de Áreas Verdes e Unidades de Conservação (SAV-UC).O diretor regional da Defesa Civil, Sidnei Furtado, explicou que a antecipação da operação é um desdobramento da situação crítica de seca do ano passado. Apesar de o Verão ter sido mais chuvoso em 2015, Campinas ainda sofre consequências do ano mais seco dos últimos 25 anos (2014). “Nossa principal preocupação é com os níveis dos mananciais. Por isso, ficamos em alerta, até mesmo para termos água no combate a incêndios. A demanda de água que nós temos nesses casos é muito grande”, disse Furtado. Unidades de conservação como a Mata de Santa Genebra, alvo de um incêndio que destruiu 100 mil metros quadrados de vegetação nativa em 2013, serão os pontos mais monitorados. Em 2014, a cidade também teve fogo em matas antes do período comum, como a queimada que destruiu parte do Parque Santa Bárbara, em maio passado. Este ano, o monitoramento climático trabalhará com novos níveis relacionados à baixa umidade relativa do ar: o estado de atenção será entre 20% e 30% e o estado de alerta, entre 12% e 20%. A Operação Estiagem contará com uma força-tarefa que envolve equipes de outras secretarias, com a do Verde e Desenvolvimento Sustentável, e demais autarquias da Prefeitura, como a Informática dos Municípios Associada (IMA) e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa).IntegraçãoA Defesa Civil de Campinas, que presta também suporte às outras 19 cidades da região, vai realizar ainda operações de fiscalização com profissionais de outros municípios. Serão feitas vistorias em áreas públicas para eliminar possíveis criadouros de mosquitos da dengue e chikungunya. A primeira ação será em Campinas no próximo dia 6. Em seguida, o mutirão será em Itatiba e Nova Odessa, ainda sem datas definidas.Além das ações integradas, a Defesa promove várias atividades que envolvem treinamento, simulações de operação e combate a incêndio. Na última terça-feira, funcionários do departamento e do Corpo de Bombeiros realizaram um treinamento com equipes da Sanasa, da Mata Santa Genebra, Parque Ecológico e da Mata Santa Elisa.Previsão do Tempo O final de semana na região será parcialmente nublado a claro, com baixíssimas condições de chuvas, incluindo o Sul de Minas. Dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não indicam chuvas generalizadas ou contínuas até a segunda-feira. As temperaturas estarão amenas, com máxima de 26°C à tarde e mínima de 13°C na madrugada. A possibilidade de pancadas de chuva aumenta no domingo à tarde no Interior paulista. A umidade relativa do ar mínima prevista fica em torno de 40%. 

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