dengue

Campinas adota inseticida menos eficaz contra Aedes

O objetivo é reduzir a tendência de crescimento nas estatísticas, afinal Campinas contabiliza 25.576 casos de dengue neste ano

Gilson Rei
23/11/2019 às 17:32.
Atualizado em 30/03/2022 às 13:36

Quase oito meses depois de abandonar o uso de nebulizador para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, a Prefeitura de Campinas decidiu retomar essa medida antidengue, utilizando inseticida menos eficaz, a partir da próxima semana. O objetivo é reduzir a tendência de crescimento nas estatísticas, afinal Campinas contabiliza 25.576 casos de dengue neste ano e o período de maior infestação deverá ter início em dezembro e seguir até março, durante o Verão. A nebulização estava interrompida desde abril deste ano. Andrea Von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde de Campinas, explicou que o risco de haver um crescimento no número de casos é grande porque o vírus em circulação neste ano é sorotipo 2, vírus que a maior parte da população de Campinas não está imunizada. Andrea explicou que o inseticida Malathion, que era enviado pelo Ministério da Saúde deixou de ser entregue aos Estados e aos municípios neste ano e que prejudicou o combate ao mosquito transmissor. Depois de quase oito meses, alguma medida tinha que ser adotada para evitar um número maior de contaminações por dengue em Campinas. “Sem a entrega do inseticida, tornou-se inviável manter a nebulização. Para tentar reduzir um crescimento no número de casos, a Prefeitura de Campinas atendeu ao pedido da Devisa e fez a compra de um inseticida existente no mercado, de menor potencial, mesmo que a compra não seja uma atribuição do município”, explicou Andrea. Segundo a diretora, a Prefeitura comprou inseticidas pouco tóxicos, domésticos, uma ação menos eficiente que o Malathion. “Esse inseticida tem uma dispersão mais rápida no meio ambiente, mas foi uma decisão consciente que poderá auxiliar no combate ao mosquito. Melhor ter esta opção do que não ter nada”, comentou. Campinas registra neste ano a terceira maior epidemia de dengue da história com 25.576 registros, perdendo apenas para 2014, quando 42.109 pessoas foram infectadas.  

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