ATENÇÃO REDOBRADA NO VERÃO

Campinas acumula 54 acidentes com animais peçonhentos em 2024

Ao todo, no ano passado, foram 1.122 ocorrências, a maioria com escorpiões

Isabella Macinatore/ isabella.macinatore@rac.com.br
21/01/2024 às 10:13.
Atualizado em 21/01/2024 às 10:13
Escorpiões, aranhas, abelhas, lagartas e serpentes são os tipos de animais peçonhentos mais citados nas ocorrências registradas na cidade; em caso de picada, Prefeitura orienta que pessoa busque o centro de saúde mais próximo, pois a avaliação do caso por um profissional é essencial (Kamá Ribeiro)

Escorpiões, aranhas, abelhas, lagartas e serpentes são os tipos de animais peçonhentos mais citados nas ocorrências registradas na cidade; em caso de picada, Prefeitura orienta que pessoa busque o centro de saúde mais próximo, pois a avaliação do caso por um profissional é essencial (Kamá Ribeiro)

Campinas contabiliza 54 casos de acidentes envolvendo animais peçonhentos neste ano. Escorpiões, aranhas, abelhas, serpentes e lagartas figuram entre os animais mais citados nessas ocorrências. A recente morte de um garoto de 5 anos, suspeita de ter sido picada por um escorpião em Sumaré, trouxe atenção ao tema. No decorrer do ano passado, Campinas registrou um total de 1.122 ocorrências relacionadas a incidentes com animais peçonhentos. Entre esses casos, mais da metade, 675, é de escorpiões, animal que lidera os registros. Na sequência aparecem as aranhas, com 154 casos, abelhas (139), lagartas (58) e serpentes (7).

O biólogo da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) de Campinas, Vladson Barbi de Mello, comentou sobre os índices, ressaltando que o verão é uma época de pico para esses acidentes. “No calor sempre temos mais acidentes envolvendo animais peçonhentos. A média dos anos anteriores se manteve próxima aos índices que vimos no ano passado. Nós notamos uma queda nos casos durante a pandemia, não temos uma razão concreta para essa queda, mas atribuímos isso a uma subnotificação de casos por conta da mudança da estrutura de atendimentos durante o período da pandemia, quando muitas pessoas evitaram os postos de saúde em casos que não fossem de covid-19”, explicou Mello.

Acerca de casos que terminaram em óbitos, como o que pode ter ocorrido em Sumaré, o biólogo ressaltou que “há anos não temos casos de óbitos por animais peçonhentos entre os habitantes de Campinas. O que temos em registros são atendimentos de casos em unidades como o Hospital de Clinicas (HC) da Unicamp, onde houve óbitos de habitantes de outras cidades da região”.

PRECAUÇÕES

Entre as medidas tomadas pela Prefeitura, a orientação tem sido uma aliada no combate aos acidentes. A complexidade do controle de animais peçonhentos em ambientes residenciais, segundo o especialista, se dá, principalmente, pela falta de conhecimento de grande parte da população.

Mello enfatiza que simplesmente jogar veneno no ambiente pode ser ineficaz, pois os escorpiões, por exemplo, possuem sensores na barriga que permitem a detecção do veneno para evitá-lo. “O escorpião é um pequeno "tanque de guerra" que, ao sentir o veneno, retorna para seu esconderijo, podendo permanecer lá por meses sem se alimentar”, afirmou Mello.

Como alternativa ao uso de veneno, o especialista recomenda o emprego de barreiras físicas, como tampar ralos e vãos da parte inferior de portas, além de aplicar silicone nos conduítes. Ele ressalta que o uso indiscriminado de veneno pode criar problemas principalmente em condomínios, onde o escorpião pode migrar para unidades sem aplicação de veneno.

Sobre os outros animais, Vladson destacou a aranha marrom como um desafio, pois sua picada pode não causar dor imediata e os sintomas podem surgir dias depois. Ele adverte que o uso do soro após cinco dias pode ser ineficaz, e a picada da aranha marrom tem potencial de causar danos graves, incluindo a necessidade de amputação de membros.

Para proteger contra aranhas a orientação passada pelo especialista é ter “cuidado ao mexer com materiais de construção, pois esses animais podem ser transportados junto com tijolos e madeira. Além disso, é importante inspecionar residências minuciosamente em casos de picadas, inclusive virando móveis e desmontando estruturas, para garantir a ausência do aracnídeo, pois onde encontramos uma aranha a chance é de que existam muitas outras”.

COMO PROCEDER

Crianças até 9 ou 10 anos e idosos estão entre os mais vulneráveis. A orientação em todos os casos, independente do grupo de risco, é procurar imediatamente o centro de saúde mais próximo se for picado. Mesmo nos casos em que a pessoa não apresente sintomas graves é necessário ir ao posto, pois a avaliação profissional é essencial. Em caso de emergência ao avistar um animal peçonhento, a pessoa deve contatar imediatamente o Centro de Controle de Zoonoses por meio do telefone 156. Para períodos fora do horário comercial, a recomendação é entrar em contato a Defesa Civil, pelo número 199.

SUMARÉ

No óbito suspeito de ter acontecido após uma picada de escorpião, a vítima estava em um condomínio residencial, no Jardim Maria Antônia, no momento da ocorrência. Mesmo tendo sido prontamente levada ao Hospital Estadual Sumaré (HES), a criança de 5 anos faleceu. Em nota, a Prefeitura de Sumaré esclareceu que realiza a manutenção e roçagem regular das áreas públicas, mas, devido às intensas chuvas deste mês, o crescimento do mato ocorre em uma velocidade acima do normal, sendo este o motivo atribuído para explicar a proliferação dos animais.

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