AMEAÇA À SAÚDE

Campina Grande é campeão em criação de Aedes aegypti em Campinas

De cada 5 residências do bairro, uma possui criadouro do mosquito da dengue

Ronnie Romanini/ ronnie.filho@rac.com.br
22/03/2023 às 09:44.
Atualizado em 22/03/2023 às 09:44

Equipes buscam criadouros do mosquito Aedes aegypti: Prefeitura realiza hoje um grande mutirão de combate à dengue no Campina Grande (Kamá Ribeiro)

A cada cinco residências no bairro Jardim Campina Grande, uma possui criadouro com larvas do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão do vírus da dengue, chikungunya e zika. A Prefeitura de Campinas divulgou que a cada 100 imóveis pesquisados no bairro, 19 continham ao menos um criadouro com larva do mosquito, tratando-se, portanto, da maior infestação na cidade. Esse número caracteriza uma alta densidade larvária. Como comparação, o Ministério da Saúde considera satisfatório quando há menos de um imóvel com larvas a cada 100. Quando há mais de 3,9 imóveis para cada 100 pesquisados já se considera o local como área de risco. O Campina Grande está com 26 casos suspeitos em investigação.

Diante da alta densidade larvária, a Prefeitura de Campinas, por meio da parceria entre Secretaria de Saúde e Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses, realiza na manhã desta quarta-feira (22) um mutirão no bairro, com a participação de mais de 40 pessoas. Primeiro, um carro de som transitará pelas ruas para alertar a população sobre a importância de se adotar medidas para evitar a contaminação. A partir das 9h, uma caminhada pelo bairro chamará a atenção e pretende evidenciar à população que o combate das arboviroses depende da participação de todos, uma vez que cerca de 80% dos criadouros estão dentro de casa.

O mutirão também vai contar com um caminhão cata-treco que vai recolher materiais de grande volume que estiverem espalhados pelas calçadas, como sofás, fogões velhos, entre outros. A equipe da Prefeitura ainda fará visitas às residências para remover pequenos criadouros, orientar sobre sinais e sintomas da doença e conscientizar sobre as formas de prevenção. Os principais criadouros encontrados no local foram em prato de vaso de planta; lata ou frasco de água; reservatório de água sem tampa; peças/sucatas; entulho e material de construção; balde/regador; pneus; lona/encerado plástico.

Outras ações 

Até sábado, a Prefeitura intensificará o combate ao mosquito Aedes aegypti em todas as regiões da cidade para marcar a Semana de Mobilização Social para Ações de Controle das Arboviroses no Estado de São Paulo.
O município se antecipou à Semana de Mobilização e equipes de saúde estão sendo capacitadas desde a semana passada, além de empresas receberem atividades educativas sobre as arboviroses. Parte da programação desta semana inclui ações de busca de criadouros nos bairros Campo Belo, Parque Brasília, Jardim Telesp, Jardim Maria Rosa e Jardim Aeroporto e a intensificação de vistorias casa a casa para controle de criadouros no Real Parque. 

A programação conta também com ações educativas e exposição sobre as arboviroses em supermercados dos bairros Santa Mônica e Jardim Aurélia; na Escola Estadual Professor Vitório Zamarion, no Jardim Sâo Bento; em salas de espera dos Centros de Saúde Oziel, São Domingos, Fernanda e Campo Belo; e ação educativa teatral na Escola Estadual Professor Alberto Martins e na Escola Municipal de Educação Infantil Professora Sylvia Simões Magro, do bairro Jardim Ipaussurama. 

500 casos no ano

Até o início dessa semana, Campinas acumulou 518 casos de dengue. Em 2,9% das ocorrências foi necessária hospitalização. Cerca de 1,9 mil casos ainda estão em investigação. Quase a totalidade dos pacientes, 97%, apresentou febre. Outros sintomas comuns são dores no corpo (70,5%), de cabeça (68,3%) e nos olhos (32,4%). Em alguns casos, sintomas como dor nas articulações e vômito também estão presentes. A região norte é a que tem mais casos confirmados (196) e maior incidência na cidade, 84,1 casos a cada 100 mil habitantes. Campinas registrou cinco casos de chikungunya no ano, um autóctone, e ainda não houve notificação de casos de zika.

Na segunda-feira, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que tem o prefeito Dário Saadi (Republicanos) como vice-presidente na área da Saúde, encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde para tratar da falta em todo o país do inseticida usado nas ações de nebulização contra as arboviroses.
Dário afirmou que Campinas ainda tem estoque do inseticida graças a uma compra emergencial, portanto os trabalhos não foram prejudicados. Entretanto, isso pode mudar se a situação não for normalizada rapidamente.

"O Ministério da Saúde informou os municípios sobre a dificuldade global de aquisição do produto e prevê receber o inseticida nos próximos 45 dias. Nós estamos solicitando que as providências sejam imediatas, para que a situação dos municípios não se agrave ainda mais com o aumento de casos de arboviroses", afirmou o prefeito de Campinas.

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