DISPUTA

Campanha na TV começa nesta 6ª com novas regras

Remodelada e mais curta, a propaganda eleitoral na televisão e rádio começa nesta sexta-feira (26), a pouco menos de 40 dias da eleição marcada para o dia 2 de outubro

Bruno Bacchetti
25/08/2016 às 22:31.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:44
Além dos blocos diários em rádio e TV, com tempo reduzido, candidatos também terão direito a inserções de propagandas durante a programação (Reprodução/Internet)

Além dos blocos diários em rádio e TV, com tempo reduzido, candidatos também terão direito a inserções de propagandas durante a programação (Reprodução/Internet)

Remodelada e mais curta, a propaganda eleitoral na televisão e rádio começa nesta sexta-feira (26), a pouco menos de 40 dias da eleição marcada para o dia 2 de outubro. As estratégias dos candidatos nas divulgações de televisão e rádio vão depender muito do tempo de cada um. A maioria das equipes reclama do pouco tempo disponível, por isso a ideia é ser o mais objetivo possível e fazer um link entre a televisão e as redes sociais. Disparado com o maior tempo de propaganda, o prefeito Jonas Donizette (PSB)utilizará seu espaço para prestar contas de sua gestão e apresentar propostas para um possível segundo mandato. Líder na pesquisa Ibope divulgada esta semana, o peesebista deve ser alvo de ataques dos rivais, mas promete fazer uma propaganda propositiva. “Acho que é inevitável (receber ataques dos rivais). Vamos lidar com serenidade e mostrar para a cidade a situação que herdamos e fazer a prestação de contas do nosso mandato. Mas não vamos fugir do debate”, afirmou Wanderley Almeida, presidente do PSB e coordenador da campanha de Jonas. A equipe do vereador Artur Orsi (PSD) afirmou que o candidato irá explorar a sua imagem como parlamentar há 12 anos. Com poucos recursos financeiros, a propaganda terá basicamente Orsi dialogando com o eleitorado. “A nossa campanha é modesta. Vamos passar mensagens usando as redes sociais e as andanças pelos bairros para buscar as demandas e levar para a TV”, destacou a coordenação de comunicação da campanha. O ex-deputado Renato Simões, integrante da equipe de Marcio Pochmann (PT), prometeu um programa criativo e propositivo, fazendo uso de muitas das propostas já apresentadas pelo petista na última eleição. “A campanha do Marcio vai ser igual a que ele fez há quatro anos, propositiva e apresentando alternativas para os principais problemas da cidade. Não pretendemos entrar no ataque pessoal a ninguém.” Otimista com o resultado da pesquisa, que a coloca tecnicamente empatada na terceira colocação, a equipe da ex-vereadora Marcela Moreira (PSOL) considera a propaganda eleitoral na televisão e rádio “antidemocrática”. Com 13 segundos de exibição, ela vai apresentar sua candidatura ao eleitorado e chamar a população para acompanhar suas propostas pelas redes sociais, onde não há limite de tempo. A reportagem do Correio procurou as campanhas dos cinco candidatos mais bem colocados na primeira pesquisa de intenção de voto, divulgada na segunda-feira. Os responsáveis pela campanha do ex-prefeito Hélio foram os únicos que não retornaram os contatos. Regras Os candidatos a prefeito terão dois blocos diários de propaganda de segunda a sábado, com 10 minutos de duração cada, para expor suas propostas para os próximos quatro anos. No rádio, a propaganda será transmitida das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na televisão, os candidatos vão se apresentar das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40. Além dos blocos diários, os candidatos terão ainda 70 minutos de inserções diárias distribuídas ao longo da programação, entre 5h e 00h, sendo 60% para os prefeitos e 40% para vereador. Uma das mudanças mais significativas é a proibição de apoiadores e padrinhos aparecerem mais que o candidato. Segundo a nova regra, eles só podem dar o ar da graça em 25% do tempo da propaganda. As emissoras de rádio e de televisão veicularão a propaganda até 29 de setembro. Nanico poderá ser chamado para debates Em um julgamento influenciado pelo cenário eleitoral nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem que as emissoras de rádio e televisão poderão convidar nanicos para participar de debates, sem a possibilidade de os demais candidatos vetarem a presença do candidato extra. Sancionada em setembro de 2015 pela presidente Dilma Rousseff, a legislação conhecida como minirreforma eleitoral prevê que as emissoras de rádio e televisão são obrigadas a promover debates com candidatos cujos partidos tenham pelo menos 10 deputados federais na Câmara. Essa regra prejudica siglas como o PSOL, que, embora possua uma bancada de apenas seis deputados federais, apresenta candidatos competitivos nas disputas de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo — respectivamente, Luciana Genro, Marcelo Freixo e Luiza Erundina. A legislação permitia a participação de nanicos nos debates, desde que 2/3 dos candidatos aptos concordem com as regras. O novo entendimento do STF é que caberá às emissoras de rádio e televisão decidir sobre a presença dos nanicos nos debates, não cabendo aos demais candidatos vetarem isso. “Uma eleição sem igualdade mínima entre os candidatos não atende aos anseios do Estado Democrático de Direito”, disse o ministro Celso de Mello. Uma das vozes dissonantes, o ministro Teori Zavascki argumentou que a legislação não é “absolutamente incompatível com a Constituição”. “Nós estamos todos aqui muito influenciados com as pesquisas no Rio de Janeiro e em São Paulo. É evidente a preocupação com o caso Rio, SP, mas não podemos esquecer que é uma regra nacional. Quem é que definiria os outros? Se não é o 2/3 (dos candidatos aptos)? É a emissora. Será esse um critério democrático? Não temos uma solução perfeita em nenhuma situação.” (Estadão Conteúdo) Representantes na Câmara ajudam a definir tempos Com uma ampla coligação formada por 23 partidos, o prefeito Jonas Donizette (PSB) terá quase 60% do tempo total de propaganda, com cinco minutos e 54 segundos. O segundo maior tempo será de Marcio Pochmann (PT), com um minuto e 38 segundos, seguido por Artur Orsi (PSD), com 59 segundos, e Hélio de Oliveira Santos (PDT), que terá 35 segundos. Os outros cinco candidatos mal terão tempo de dizer seu nome. Marcela Moreira (PSOL) e Jacó Ramos (PHS) ficarão com 13 segundos cada e Surya Guimaraens (Rede) terá 12 segundos. Os candidatos Edson Dorta (PCO) e Marcos Margarido (PSTU) terão apenas seis segundos cada um de exibição. O tempo de televisão é dividido da seguinte forma: 90% proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, e os outros 10% do tempo divididos igualmente entre todos os candidatos. Na quinta-feira da semana passada a Justiça Eleitoral reuniu representantes dos partidos e emissoras de televisão e rádio para dar orientações sobre a propaganda eleitoral e sortear a ordem de exibição dos programas. A sequência dos programas de hoje será Rede, PCO, PSD, PDT, PSTU, PSOL, PSB, PHS e PT. A ordem será invertida para o programa seguinte.

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