ELEIÇÕES

Campanha fraca deixa até carro de som quieto

Mercado de locação de veículos com alto-falantes para propagandas em Campinas caiu cerca de 50% em relação à campanha anterior, informa associação

Raquel Valli
28/08/2016 às 17:58.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:43
Constâncio da Silva, presidente da Associação dos Propagandistas de Campinas: "nunca esteve tão ruim" (Carlos Sousa Ramos/ AAN )

Constâncio da Silva, presidente da Associação dos Propagandistas de Campinas: "nunca esteve tão ruim" (Carlos Sousa Ramos/ AAN )

O mercado de locação de carros com alto-falantes para propagandas nestas eleições em Campinas caiu cerca de 50% em relação a campanha anterior. Entre os motivos encontram-se o tempo de campanha, que está menor; a dificuldade dos candidatos em arrecadar verbas; e a insegurança a respeito do que é lícito ou não com as mudanças na lei eleitoral. “Está sendo a pior eleição para o nosso setor”, afirma o presidente da Associação dos Propagandistas de Campinas, Constâncio Gonçalves da Silva, de 48 anos, proprietário da empresa Ponto Alto Som, que dispõe de 26 carros e seis trios-elétricos. “Estou há 23 anos no mercado e nunca esteve tão ruim. Os políticos estão em dúvida sobre o que podem ou não fazer, e preferem não arriscar. Além disso, estão com dificuldades de arrecadar verbas, tanto pela novas normas, quanto pela crise financeira”. A empresa de Silva cobra R$ 7.500,00 por mês. O recurso dá direito a propaganda de carro de som oito horas por dia, seis dias por semana, na área em que o candidato preferir. As áreas mais escolhidas são as dos DICs, do Ouro Verde e do Campo Grande. Para o proprietário da Propaganda Som Livre, Ronei Ney Ferreira, de 47 anos, que tem 24 anos de experiência no mercado, esta não é a pior campanha de todas, mas ela está “muito fraca”. “Os candidatos ligam. Pesquisam os valores, mas tá difícil fechar negócio. Eles estão com muitas dúvidas do que pode e o que não podem. Estão confusos”, disse. A Som Livre cobra R$ 30,00 por hora de propaganda feita com carro de som. E só fecha pacotes a partir de 100 horas (cujo preço é de R$ 3 mil).  Foto: Elcio Alves/ AAN Há 24 anos atuando no mercado, Ronei Ferreira diz que a campanha não é a pior, mas tá difícil fechar negócio Nova regra Com a Reforma Eleitoral de 2015 (Lei n° 13.165/2015 que alterou a Lei n° 9.504/97), o período da propaganda eleitoral foi reduzido de 90 para 45 dias. No caso das propagandas em rádio e TV, a redução foi de 45 para 35 dias, conforme prevê a Resolução TSE n° 23.457. Outra mudança, é o veto do financiamento empresarial nas campanhas: só podem ser usados recursos do Fundo Partidário e de doações de pessoas físicas. As doações também não podem ser feitas aos candidatos, mas, sim, aos partidos. O uso de carro de som com propaganda eleitoral é permitido das 8h às 22h de 16 de agosto a 1° de outubro — véspera das eleições. As regras para tanto são: que o veículo esteja a uma distância de no mínimo 200 metros de hospitais e casas de saúde; de sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, sedes dos Tribunais Judiciais, dos quartéis e outros estabelecimentos militares; de escolas, bibliotecas públicas, teatros e igrejas, quando em funcionamento; e que o nível de pressão sonora não ultrapassa 80 decibéis a sete metros de distância do veículo. Quem fizer propaganda eleitoral fora da data permitida, corre o risco de ser multado entre R$ 5 mil a R$ 25 mil. Já quem violar o horário ou a distância mínima permitida fica sujeito à providência administrativa para interromper a infração. 

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