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Campanha em Campinas pede castração de cães

Moradores do Vila Boa Vista coletam assinaturas para que Prefeitura implante serviço gratuito

Vilma Gasques
06/05/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:31
Moradores do Vila Boa Vista participam da 1<SC210,170>Parada Canina no Bairro, realizada ontem: movimento espera coletar 2 mil assinaturas (Thiago Fonseca/ AAN )

Moradores do Vila Boa Vista participam da 1Parada Canina no Bairro, realizada ontem: movimento espera coletar 2 mil assinaturas (Thiago Fonseca/ AAN )

A ausência de um programa de castração e identificação de cães e gatos na cidade gera um problema que aumenta a cada dia: a população de animais abandonados pelas ruas. Isso levou os moradores da Vila Boa Vista a realizar no domingo (5) a 1ª Parada Canina no Bairro com o objetivo de iniciar uma discussão sobre o assunto.

Durante toda a semana houve coleta de assinaturas para que seja formalizado um pedido na Câmara de formulação de um projeto de castração gratuita para os animais. A coleta de assinaturas foi ampliada durante a parada para atingir 2 mil adesões.

“Queremos levar as assinaturas para a Câmara e pedir que seja instalado um projeto de castração e documentação dos animais. Não somente os que estão nas ruas, mas os que possuem donos que não conseguem pagar por um procedimento cirúrgico para os animais. Hoje, em Campinas nem o Centro de Controle de Zoonoses, nem qualquer outro faz castrações gratuitas”, explica a organizadora do evento, Rita Nucci Corrêa.

Ela mesma recolhe animais abandonados pela rua e leva a uma clínica veterinária para vacinar e castrar. E depois coloca para adoção.

Porém, não consegue arcar com as despesas para todos os animais que encontra. “Aqui no Bela Vista são pelo menos três novos animais abandonados todo dia”, cita.

Durante o evento de ontem foram distribuídas amostras de rações, teve sorteio de brindes e atrações para crianças, além da escolha do cão mais bonito no local. “Nós queremos cobrar das autoridades uma posição porque os animais são abandonados nas ruas, onde sofrem maus tratos e muitas vezes ficam vagando até serem atropelados”, denúncia.

Rita disse que há cerca de dois anos tinha um programa em que a Prefeitura destinava verbas para as clínicas particulares que realizavam as cirurgias de castração. Entretanto, essa verba foi suspensa e de lá para cá nenhum outro programa foi instituído.

A protetora de animais Ana Erlei, que mora na Vila Padre Anchieta, foi até a Vila Boa Vista ontem participar da campanha e afirma que o problema da super-população de cães e gatos ocorre em toda a cidade. Ela também costuma recolher os animais abandonados nas ruas e os leva para a clínica para fazer a castração. “Alguns veterinários que conhecem nosso trabalho fazem preços mais populares pelas cirurgias. Mas mesmo assim, pagamos do nosso bolso por um serviço que o poder público deveria ser responsável”, reclama.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou ontem que existe uma preocupação da Administração Municipal com a causa animal e vários processos estão em andamento. Porém, os detalhes dos processos não foram detalhados ontem porque envolvem vários setores da Prefeitura.

Projetos

Em abril do ano passado a Câmara Municipal de Campinas aprovou em primeira instância um projeto de lei do então vereador Vicente Carvalho (PV), que autoriza a Prefeitura a celebrar convênios com o Governo do Estado para a instauração de um programa de castração e identificação de cães e gatos.

O ex-vereador justificou que o programa era a melhor solução para evitar o aumento das populações desses animais abandonados na cidade, já que a velocidade de crescimento das populações de cães e gatos é alta. De acordo com ele, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) realizada na cidade de São Paulo entre 2002 e 2008, apontou que a população humana cresceu 3,6% no período, enquanto que a canina cresceu 60% e, a felina, 152% em seis anos.

A expectativa com o projeto era receber uma verba suficiente para castrar e identificar de 15 a 20 mil animais. O projeto não seguiu para segundo turno.

A última ação da Prefeitura para castração de animais foi realizada no início do ano passado na Região do Anhumas. Cerca de mil animais foram esterilizados. Na época, o Centro de Controle de Zoonoses calculou que a cidade contava com cerca de 170 mil cães, porém, a maioria domiciliada.

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